FIV, inseminação artificial e coito programado: conheça as técnicas de reprodução assistida
O número de casais que procuram pelas técnicas de reprodução assistida aumentou consideravelmente — apenas no Brasil, esse aumento foi de 18,7% em 2018. Ainda no País, a FIV (fertilização in vitro) apresentou um crescimento de 168,4% no período de 2011 a 2017. Todos os procedimentos são seguros, eficientes e têm proporcionado a gravidez para milhares de casais.
Você pensa em passar pela reprodução assistida, mas não entende muito do assunto? Não se preocupe. Neste post, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre FIV, IIU (inseminação intrauterina) e CP (coito programado) ou RSP (relação sexual programada).
Quais são as técnicas de reprodução assistida?
Conheça com mais detalhes das técnicas de FIV, IIU e CP:
FIV
A fertilização in vitro, também conhecida pela sigla FIV, é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade. Nela, a fecundação do óvulo com o espermatozoide é feita no laboratório de embriologia e, depois disso, os embriões formados são depositados no útero para que ocorra a implantação.
Como é feita a FIV?
A FIV é realizada em 5 etapas:
- Indução da ovulação ou estimulação ovariana: nessa primeira etapa, é realizado um protocolo para que os ovários recrutem um número maior de folículos, não apenas 1, como ocorre normalmente no ciclo menstrual. O processo de crescimento desses folículos é acompanhado por ultrassonografias seriadas. A cada três dias, em média, a mulher precisa ir à clínica para realizar o exame. Ela também faz a medição de dosagens hormonais durante um período que vai de 10 a 12 dias. Nessa etapa, não é necessário nenhum procedimento no homem.
- Coleta de gametas, óvulos e espermatozoides: quando à ultrassonografia os folículos atingem a dimensão esperada, a mulher segue para o procedimento de punção ovariana. Os folículos são aspirados por meio de uma agulha guiada por ultrassom transvaginal. A agulha fica ligada a uma espécie de bomba, que drena o líquido folicular sem danificar os óvulos que estão em seu interior. Durante o procedimento, que tem duração de cerca de meia hora e é realizado em centro cirúrgico, o que garante segurança, assepsia e conforto, e a paciente fica sedada. O material coletado é enviado ao laboratório, que de preferência fica ao lado do bloco para expor o mínimo de tempo os óvulos fora da capela de segurança, além de permitir em tempo real o retorno do laboratório se ao aspirar os folículos os óvulos estão sendo encontrados na lupa. Esses óvulos coletados ficam na incubadora por umas 4 a 5 horas para depois serem preparados para a fecundação. Nessa etapa, o homem realiza a coleta dos espermatozoides por masturbação no mesmo dia da punção folicular, e os espermatozoides também são encaminhados ao laboratório para preparação.
- Fecundação: essa etapa ocorre quando óvulos e espermatozoides estão preparados para a fecundação. Atualmente, o método de fecundação utilizado é a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada espermatozoide selecionado é injetado diretamente no óvulo. Assim, é utilizado um espermatozoide para cada óvulo. Isso é feito com o auxílio de microscópio e agulha extremamente fina.
- Cultivo embrionário: os embriões formados na fecundação são cultivados em laboratório por dois até seis dias visando selecionar os melhores embriões para a transferência ao útero
- Transferência embrionária: a transferência embrionária é a última etapa da FIV. É permitida a transferência de 1 a 4 embriões ao útero, dependendo da idade da mulher e desejo do casal que pode escolher transferir apenas 1 embrião. Nessa etapa, os embriões cultivados em laboratório são depositados diretamente no útero para que possa ocorrer a implantação, processo necessário para a gravidez.
Quando a FIV é indicada?
A FIV pode ser indicada para a maioria dos casos de infertilidade. No entanto, por se tratar de um procedimento de alta complexidade, nem sempre é necessário. As condições que mais indicam a FIV são:
- laqueadura sem possibilidade de reversão;
- infertilidade sem causa aparente;
- número limitado de óvulos;
- lesão das tubas uterinas;
- infertilidade masculina;
- endometriose;
- diversas doenças, como pólipos, miomas e adenomiose.
A FIV também é recomendada quando a mulher não tem mais o útero. Nesse caso, pode-se indicar a técnica de útero de substituição. Os embriões formados em laboratório são transferidos a outra mulher, que realiza a gestação.
Inseminação artificial
Ao contrário da FIV, a inseminação artificial é uma técnica de baixa complexidade. Como requisito básico, a mulher deve ter pelo menos uma tuba uterina em funcionamento, já que o procedimento é feito no organismo feminino (concepção in vivo). A técnica também é indicada para quando a mulher sofre com algum problema no colo do útero, como anticorpos que atacam os espermatozoides e impedem a fecundação.
A IA também começa com a estimulação ovariana para aumentar a quantidade de óvulos disponíveis para a fecundação. No entanto, na IA utiliza-se um protocolo de baixa intensidade, uma vez que o objetivo é obter até 3 óvulos maduros. Uma estimulação intensa aumentaria o risco de gestação gemelar e de outras complicações.
O crescimento dos folículos é acompanhado por ultrassonografias, como na FIV, e quando os folículos estão com o tamanho adequado, é feita a indução da ovulação. Cerca de 35 horas depois, os folículos se rompem e liberam os óvulos, portanto os espermatozoides são coletados e preparados um pouco antes.
A inseminação dos espermatozoides no útero é planejada de acordo com o período de ovulação para aumentar as chances de fecundação.
Quando a inseminação intrauterina é indicada?
Para casais:
- o homem apresenta alterações leves ou moderadas de concentração ou mobilidade dos espermatozoides;
- infertilidade sem causa aparente ou insucesso no coito programado;
- mulher tem menos que 37 anos;
- alteração no muco cervical;
- ovulação irregular (em alguns casos).
Para uso de sêmen de doador:
- o parceiro é portador de uma patologia genética que não pode ser estudada nos embriões ou tem sorodiscordância (hepatite B ou C/ sífilis/HIV);
- a mulher quer engravidar, mas não tem um parceiro (produção independente);
- má qualidade de esperma do parceiro e que não deseja fazer uma FIV;
- ausência de esperma do parceiro.
Coito programado
Também de baixa complexidade, o coito programado, namoro programado ou relação sexual programada é o método mais simples. O procedimento não necessita de uma estrutura cirúrgica.
Assim como na IIU, o coito programado tem início com a estimulação ovariana de baixa intensidade, com o objetivo de estimular o crescimento de até três folículos.
Quando o maior atinge o tamanho adequado, o médico pode aguardar ocorrer o pico espontâneo do hormônio LH ou induzir a ovulação por meio da gonadotrofina coriônica (hCG, hormônio produzido pela placenta para a manutenção da gestação).
A partir daí, orientamos o casal sobre os dias para ter relações sexuais, que costumam ser em dias alternados.
Quando o coito programado é indicado?
O tratamento de baixa complexidade é mais recomendado nos seguintes casos:
- pacientes com fator ovulatório como único fator de infertilidade;
- mulheres que não fizeram outros tratamentos para fertilidade;
- mulheres sem problemas anatômicos no sistema reprodutor;
- parceiros com boa qualidade de sêmen;
- mulheres com menos de 37 anos.
Entendeu como funcionam a FIV, a inseminação artificial e o coito programado? Tem alguma dúvida sobre reprodução assistida? Deixe seu comentário no post!
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