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3 mitos e verdades sobre a FIV

3 mitos e verdades sobre a FIV

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FIV, ou fertilização in vitro, é a principal técnica de reprodução assistida e apresenta percentuais bastante altos de sucesso gestacional a cada ciclo de tratamento.

Foi desenvolvida inicialmente com o propósito de solucionar obstruções tubárias, um dos problemas mais comuns de infertilidade feminina: na FIV óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório e os embriões formados pela fecundação, posteriormente transferidos ao útero materno. Ou seja, as tubas uterinas, local em que a fecundação acontece na gestação natural, não têm nenhuma função nesse processo.

A técnica tornou-se conhecida em 1978, quando nasceu o primeiro bebê concebido com a sua utilização. Na ocasião, foi amplamente divulgada pela mídia como ‘revolução da vida do século XX’, uma vez que a possibilidade de conceber uma criança de forma artificial, até aquela ocasião, figurava apenas como tema de livros ou filmes de ficção científica.

Nas últimas décadas a FIV evolui, possibilitando o tratamento da maioria dos problemas de infertilidade, femininos e masculinos. Porém, diferentes mitos também surgiram em torno da técnica e se tornaram amplamente difundidos com as redes sociais.

Continue a leitura até o final e conheça a verdade sobre três deles, frequentemente citados.

Conheça 3 mitos e verdades sobre a FIV

Ainda que diferentes mitos sobre a FIV tenham surgido desde o desenvolvimento da técnica, três deles são frequentemente observados: ‘É possível escolher o sexo da criança na FIV?’; ‘A FIV aumenta o risco de gestação gemelar?’ e ‘A criança tem maior risco de ter uma saúde debilitada?’. Saiba, abaixo, a verdade sobre cada um deles.

1º: é possível escolher o sexo da criança da FIV?

Mito. Embora a FIV possibilite a escolha do sexo do futuro filho, isso não é permitido pelo Conselho Federal de Medicina, órgão que regulamenta a reprodução assistida no Brasil. O CFM permite exceção apenas nos casos de transmissão de doenças genéticas determinadas pelo sexo.

Na gestação natural, quando ocorre a fecundação, os núcleos do óvulo e espermatozoide se fundem. Neles, estão contidos os cromossomos ou genes: os óvulos possuem apenas o cromossomo X, enquanto os espermatozoides podem ter cromossomo X ou Y. O cruzamento XX resulta em um embrião feminino e o XY, em um masculino.

Na FIV, para que ocorra a fecundação, óvulos e espermatozoides são previamente coletados e selecionados. Atualmente o processo é realizado pela FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) na maioria das clínicas de reprodução assistida.

Nesse método, o espermatozoide é novamente avaliado individualmente e em movimento, uma vez que a motilidade, assim como a morfologia (forma), são critérios fundamentais para assegurar a saúde deles.

Depois de terem a saúde avaliada, são injetados diretamente no citoplasma do óvulo por um micromanipulador de gametas, aparelho acoplado ao microscópio. Dessa forma, há mais chances de um número maior de óvulos ser fecundado com sucesso e, consequentemente, de mais embriões serem formados.

Os embriões são posteriormente cultivados por até seis dias em laboratório, fase em que já possuem as células formadas e divididas por função, chamada blastocisto.

Com o embrião em blastocisto, uma técnica complementar à FIV, o teste genético pré-implantacional, analisa as células embrionárias possibilitando desde a detecção de doenças genéticas e anormalidades cromossômicas, como também o sexo do embrião.

2º: A FIV aumenta o risco de gestação gemelar?

Verdade. Na FIV o risco de gestação gemelar é maior, principalmente quando comparado às outras técnicas de reprodução assistida, em que a fecundação ocorre naturalmente, nas tubas uterinas.

Isso acontece porque na FIV, para garantir maiores chances de gravidez, muitas vezes é necessário a transferência de mais embriões. Embora a gestação gemelar possa ser desejada pelos pais, é potencialmente mais perigosa para a mãe e para o feto, quando comparada à gestação única.

Por isso, o Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão responsável por orientar a reprodução assistida no Brasil, limitou a quantidade de embriões a serem transferidos de acordo com a idade da mulher: até 35 anos, 2 embriões, a partir dos 36 anos, 3 embriões e após os 40 anos, 4 embriões.

O processo de transferência é bastante simples, realizado na própria clínica de reprodução assistida com a mulher em posição ginecológica (litotomia) e nem sempre há necessidade de sedação.

3º: a criança tem maior risco de ter uma saúde debilitada?

Mito. A FIV, apesar de ser um procedimento complexo, possibilita o controle de todo o processo reprodutivo. Da seleção dos melhores gametas para fecundação, à avaliação das células embrionárias pelo teste genético pré-implantacional (PGT), confirmando, dessa forma, a saúde do embrião e da futura criança.

Desde que foi desenvolvida a FIV já proporcionou o nascimento de milhares de crianças saudáveis no mundo todo, incluindo Louise Brown, o primeiro bebê concebido com a utilização da técnica em 1978. Hoje, com 43 anos, ela é casada, tem dois filhos, trabalha e vive em Bristol, na Inglaterra.

Siga o link e saiba detalhadamente como a FIV funciona.

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