Considerado o exame padrão para avaliar a fertilidade masculina, o espermograma analisa critérios como qualidade do sêmen e dos espermatozoides, indicando, dessa forma, alterações que podem dificultar ou inibir o processo de fecundação.
Além de avaliar a capacidade reprodutiva, é ainda um método importante para diagnosticar doenças urológicas, para confirmar o sucesso da vasectomia, cirurgia de esterilização masculina, ou da reversão do procedimento.
Nos tratamentos de reprodução assistida, por outro lado, é fundamental para auxiliar nos diagnósticos de pacientes com suspeita de infertilidade.
Entenda, neste texto, como o espermograma funciona, os resultados diagnósticos que ele proporciona e o tratamento de reprodução assistida mais indicado quando alterações são apontadas pelo exame.
Diferentes condições podem interferir na qualidade seminal, produção e qualidade dos gametas masculinos, dificultando ou inibindo o processo de fecundação. Entre elas, estão as inflamações que afetam o sistema reprodutor masculino, como orquite, que acomete os testículos, e epididimite, que afeta os epidídimos, por exemplo, frequentemente causadas por bactérias, que também podem ser transmitidas pelo contato sexual.
Os processos inflamatórios tendem a alterar a produção e motilidade dos gametas masculinos, da mesma que podem estimular uma reação autoimune e a formação de anticorpos antiespermatozoides, que atacam os gametas masculinos, levando à diminuição da quantidade e da qualidade.
O espermograma avalia o sêmen e os gametas masculinos, assim como aponta a presença de glóbulos brancos, que sugere a possibilidade de processos inflamatórios.
Geralmente são coletadas duas amostras para a análise, em intervalos de 15 dias, pois a contagem de espermatozoides sofre uma variação diária.
Os resultados diagnósticos do espermograma indicam a quantidade de espermatozoides presentes nas amostras coletadas, além de demonstrarem percentualmente os que possuem motilidade espermática e uma estrutura celular normal (morfologia).
Os principais critérios do sêmen analisados são volume, viscosidade, pH (acidez) e liquefação, ou seja, rapidez com que o sêmen passa da consistência mais espessa para a líquida, além de detectar a presença de glóbulos brancos.
Já nos gametas masculinos são analisadas a concentração e quantidade de espermatozoides, considerando o número de espermatozoides por volume de sêmen, o número total de espermatozoides nas amostras, a motilidade, a partir da avaliação da capacidade de movimento, vigor e direção e a morfologia, determinando percentualmente os que são normais e anormais.
O espermograma pode indicar os seguintes resultados, que contribuem para a definição do tratamento mais adequado em cada caso:
A infertilidade masculina pode ser tratada por duas técnicas de reprodução assistida: inseminação artificial (IA) e FIV (fertilização in vitro) com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).
A IA é a técnica indicada quando os resultados apontam pequenas alterações nos gametas masculinos ou quando há problemas na função sexual, como disfunção erétil e ejaculação em pequenos volumes. Foi, inclusive, investigada pela primeira vez com esse propósito de solucionar a infertilidade masculina causada por essas disfunções.
A FIV com ICSI, por outro lado, é o principal tratamento quando há problemas de fertilidade provocados por fatores mais graves, entre eles a azoospermia. A técnica proporciona a coleta de espermatozoides do epidídimo ou dos testículos. Esse procedimento é feito por técnicas cirúrgicas ou por punção.
Além disso, os gametas masculinos com melhor motilidade e morfologia são selecionados pelo preparo seminal por diferentes métodos, definidos a partir dos resultados apontados pelo espermograma.
Cada espermatozoide é avaliado por microscópio durante o processo de fecundação. Os de melhor qualidade são injetados nos óvulos, processo realizado por um micromanipulador de gametas, um aparelho de alta precisão que proporciona maiores chances de fecundação.
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