O ciclo menstrual é um processo contínuo do organismo feminino e um importante indicativo da saúde reprodutiva da mulher. As menstruações começam na puberdade e continuam até a menopausa, por volta dos 50 anos de idade. Esse período é considerado a vida fértil da mulher, quando ela tem a possibilidade de engravidar.
Quando as menstruações são regulares significa que a mulher está ovulando normalmente e preparando o seu útero para receber um embrião, criando as condições necessárias para uma gravidez. E nos casos em que ocorre o ciclo menstrual irregular, você sabe como isso pode afetar a fertilidade?
Neste artigo vamos falar sobre os ciclos menstruais irregulares, suas implicações na saúde reprodutiva e como é possível engravidar. Siga a leitura para saber mais.
Todo início de ciclo é marcado pelo primeiro dia da menstruação. Nesse momento, o corpo feminino começa a eliminar a superfície do endométrio, mucosa que reveste o útero e havia se preparado para receber um embrião. Na primeira fase do ciclo, o corpo produz hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos, pequenas bolsas com líquido presentes nos ovários e dentro das quais se desenvolvem os óvulos.
Essa etapa dura cerca de 14 dias, quando um desses folículos se rompe e libera um óvulo, fenômeno que conhecemos como ovulação. O óvulo se desloca pela tuba uterina, onde poderá vir a ser fecundado por um espermatozoide. Nesse período, a mulher está no chamado período fértil, quando as chances de engravidar são maiores.
Depois da ovulação, o endométrio começa a engrossar, preparando o útero para receber o embrião. Se a fecundação não ocorrer, a superfície dessa camada mucosa começa a se descamar e é eliminada na forma de sangramento, dando início a um novo ciclo menstrual.
A duração média de um ciclo menstrual é de 28 dias, mas é normal que esse tempo varie de 21 a 35 dias. Um ciclo menstrual irregular é caracterizado por períodos fora desse intervalo. É mais comum que esse quadro ocorra no início e no fim da vida fértil da mulher, ou seja, na adolescência (cerca de 20% dos casos) e dos 40 aos 50 anos (aproximadamente 50% das pacientes).
As mulheres com ciclos menstruais regulares podem facilmente identificar o seu período fértil. Considerando a duração média de 28 dias, a data provável da ovulação será o 14º dia após o início da menstruação – exatamente na metade do ciclo. É recomendado pensar no período fértil como o intervalo três dias antes e três dias depois da ovulação, portanto deve-se intensificar a prática de relações sexuais do 11º ao 17º dia do ciclo.
No entanto, quando a mulher tem ciclos irregulares, é mais difícil fazer essa conta, uma vez que não se sabe quando ocorrerá a ovulação. Se tiver a intenção de engravidar, a mulher com ciclo menstrual irregular pode ficar atenta a alguns sinais do corpo que comumente indicam que a ovulação está ocorrendo. Alguns deles são: dor em um dos lados no baixo ventre (próximo aos ovários), sensibilidade nos seios, aumento da libido e muco cervical transparente e espesso, semelhante à clara de ovo.
É importante ressaltar que nem todas as mulheres percebem esses sintomas, mas observar os sinais do próprio corpo podem ajudar a identificar o período em que as chances de concepção são maiores.
Um ciclo menstrual irregular pode ser sinal de que a mulher não ovulou. Esse quadro, chamado de anovulação, acontece com mais frequência em adolescentes e mulheres próximas à menopausa, porém pode ocorrer também em pacientes que estão em plena idade fértil. Quando isso acontece, a causa mais comum são disfunções hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), causada pela maior presença de hormônios masculinos no corpo da mulher.
Outras condições que podem levar à não ovulação são hipo ou hipertireoidismo, obesidade, baixo peso ou tumores, principalmente localizados perto da hipófise, glândula localizada próxima ao cérebro e que controla a atividade de outras glândulas do corpo.
De acordo com a causa do ciclo menstrual irregular, o tratamento indicado pelo médico pode ser a utilização de técnicas de reprodução assistida. Esses métodos são normalmente iniciados por um tratamento de estimulação ovariana, em que a mulher administra medicamentos à base de hormônios para fazer com que o ovário produza mais óvulos em um único ciclo.
As principais técnicas de reprodução assistida disponíveis hoje são a relação sexual programada (RSP – também chamada de coito programado), a inseminação intrauterina (IIU, mais conhecida como inseminação artificial) e a fertilização in vitro (FIV). A indicação de cada uma delas depende de fatores como a causa da infertilidade do casal e a idade da mulher.
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