Art Fértil
O que são miomas?

O que são miomas?

// Por

Os miomas uterinos são um grande fantasma na vida de muitas mulheres que desejam ter filhos, mas muitas vezes esse medo é infundado, pois, apesar de ser uma doença de alta incidência, em muitos casos os miomas não causam infertilidade feminina. Para os casos que há esse diagnóstico, as técnicas de reprodução assistida têm altos índices de sucesso.

Pesquisas apontam que 75% das mulheres portadoras de miomas são assintomáticas e muitas passam a vida sem saber dessa condição, e muitas vezes engravidam e têm seus filhos sem maiores problemas, nos mostrando que não é a simples presença dos miomas que interfere na fertilidade.

O que faz dos miomas possíveis causadores de infertilidade é o tamanho e quantidade que podem atingir, e a região uterina em que se instalam.

Conhecer mais profundamente a dinâmica da doença ajuda as mulheres a enxergar melhor as possibilidades de cura, melhorando inclusive os quadros de ansiedade que podem acompanhar a mulher e o casal quando planejam ter filhos.

Acompanhe conosco a leitura do texto e entenda melhor o que são miomas uterinos e como eles realmente afetam a fertilidade da mulher.

Os miomas

Miomas são formações benignas que surgem a partir da multiplicação irregular das células do miométrio, camada intermediária e muscular do útero. Tanto seu surgimento quanto seu crescimento e multiplicação são processos mediados por alterações na secreção de estrogênios. Essa característica coloca os miomas entre as doenças estrogênio-dependentes, grupo no qual também se incluem a endometriose e a adenomiose.

A etiologia dos miomas, ou seja, suas causas, ainda não é consenso, porém podemos identificar alguns fatores de risco que indicam maiores probabilidades de desenvolver miomas durante o período reprodutivo.

Adotar estilos de vida estressantes, que incluem má alimentação e sedentarismo ou excesso de atividade física, aumentam as chances de a mulher desenvolver a doença, mas também outros fatores, como histórico familiar, etnia, alterações hormonais e obesidade, assim como fatores genéticos, podem desencadear a doença.

Mulheres que nunca tiveram filhos (nulíparas) têm 4 vezes mais chance de desenvolver miomas uterinos que as mulheres que já tiveram filhos (multíparas). Da mesma forma, as mulheres obesas têm mais tendência a apresentar miomas, assim como as portadoras de diabete mellitus e hipertensão arterial.

Quanto à questão étnica, especialmente dados norte-americanos apontam que há uma prevalência da ocorrência de miomas nas mulheres negras, porém no Brasil essa estatística é bastante falha, já que a obrigatoriedade da coleta de dados em saúde que considere o quesito étnico como obrigatório data de 2017.

Porém, um estudo registrou que, entre as mulheres com miomas pesquisadas, 41,6% eram negras e 22,9% brancas.

Entre os sintomas gerais mais relatados estão dor localizada na região do abdômen, sensação de pressão pélvica, dor nas relações sexuais, maior frequência urinária e sangramento uterino irregular podendo ser confundido com os ciclos menstruais, além de maior fluxo e duração. Quando não tratados, alguns dos sintomas podem resultar em patologias secundárias, como anemia.

Tipos de miomas

A classificação dos miomas é feita a partir da sua localização no útero. É importante lembrar que os miomas surgem sempre das células do miométrio, mas podem se projetar para outras regiões. Quanto mais próximos da cavidade uterina, maior a possibilidade de infertilidade:

Dependendo do tamanho dos miomas, o feto não consegue se desenvolver e nesse caso geralmente é feita indicação cirúrgica para tratamento previamente a gestação, chamada miomectomia.

Tratamento dos miomas

Cada caso deve ser analisado individualmente, entretanto dois tratamentos podem ser indicados: a via hormonal e a via cirúrgica, lembrando sempre que, quando os miomas são diagnosticados no início, são mais simples de tratar.

Nesse caso e também para o tratamento de mulheres que não desejam engravidar, a terapêutica hormonal é a mais adotada, feita com contraceptivos hormonais orais, injetáveis, dispositivo intrauterino (DIU com hormônio), implantes, sendo todos com progestagênios isolados, sem serem conjugados a estrogênios.

Mesmo nos casos em que a cirurgia é necessária, é possível fazer terapia pré-cirúrgica breve com análogos de GnRH para diminuir o tamanho dos miomas, outro tratamento hormonal que simula uma menopausa temporária.

Dois são os procedimentos cirúrgicos indicados para o tratamento de miomas: histeroscopia ou videolaparoscopia. A histeroscopia cirúrgica é indicada para casos de miomas menores, menos numerosos e que estejam localizados na cavidade uterina, os submucosos. Já a videolaparoscopia é indicada para os miomas intramurais e subserosos de tamanho e acesso possível para serem retirados por vídeo. Caso a cirurgia por vídeo não seja possível, a retirada pode ser via aberta por laparotomia.

Miomas e a infertilidade

Alguns miomas submucosos se estendem para o interior do útero, tornando-se intracavitários e, assim como os miomas que crescem na parede ou bem embaixo do endométrio, podem distorcer o formato do interior do útero e ocupar o espaço destinado ao feto durante a gestação.

Essa deformação e diminuição do espaço disponível para o desenvolvimento fetal, potencializado pelo crescimento dos miomas durante a gestação, podem provocar abortos de repetição ou partos prematuros.

No caso dos outros tipos de miomas, a fertilidade é afetada apenas quando atingem tamanhos significativos, como é o caso dos miomas intramurais e subserosos.

Miomas e a reprodução assistida

A reprodução assistida pode ajudar as mulheres portadoras de miomas a engravidar. Nos casos menos graves, a RSP (relação sexual programada), uma técnica de baixa complexidade, aumenta as possibilidades de gravidez por estimular os ovários a liberarem até 3 óvulos para fecundação.

Nos casos mais severos, é aconselhável que se busque tratamento cirúrgico como primeira opção, porém muitas vezes, mesmo após a miomectomia, a mulher ainda encontra dificuldades em engravidar e torna-se necessário buscar técnicas mais complexas de RA, como a FIV (fertilização in vitro).

Leia mais sobre miomas uterinos tocando aqui.

Compartilhar: Deixe seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Sou a Camila da Silva, e quero parabenizar você pelo seu artigo escrito, muito bom vou acompanhar o seus artigos.