Bastante comum, a uretrite ou inflamação da uretra pode afetar homens e mulheres de qualquer idade.
A uretrite geralmente surge como consequência de bactérias sexualmente transmissíveis, como a Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, por isso é mais frequente em pessoas sexualmente ativas. Porém, também pode ser provocada por causas não infecciosas, afetando, nesse caso, inclusive crianças.
Apesar de quase sempre ser assintomática, alguns sintomas podem indicar o processo inflamatório, alertando para a necessidade de procurar auxílio médico.
Este texto explica a uretrite, destaca os sintomas, as causas que provocam a uretrite infecciosa e não infecciosa, diagnóstico e tratamento mais indicado em cada caso.
A uretra é o canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo. As bactérias sexualmente transmissíveis tendem a se espalhar por ela durante a relação sexual com um parceiro infectado. A uretrite infecciosa resulta principalmente dos patógenos da gonorreia e clamídia (Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis).
Porém, também pode ocorrer pela transmissão da bactéria Mycoplasma genitalium e do protozoário que causa a tricomoníase, o Trichomonas vaginalis, ou por causas não infecciosas. Pode ser viral, transmitida pelo papilomavírus humano (HPV), pelos vírus do herpes simplex e citomegalovírus, e surgir como consequência de lesões.
Quando é transmitida pelo patógeno da gonorreia, a uretrite é classificada como gonocócica e, nos outros casos, como não gonocócica.
Nos homens, a ausência de sintomas ocorre principalmente quando a inflamação é provocada por clamídia e tricomoníase, enquanto nas mulheres é mais frequente. Alguns sintomas podem manifestar nos dois sexos, como a vontade frequente e urgente de urinar, normalmente acompanhada de dor.
Nas mulheres, quando ocorrem sintomas, os mais comuns são corrimento vaginal amarelado e com odor forte, dor pélvica ou abdominal, dor durante as relações sexuais, coceira na vagina, dor de estômago, febre e calafrios.
Já os homens geralmente manifestam dor durante a ejaculação, secreção peniana, sensação de ardor ao urinar, sangue na urina ou no sêmen, coceira, sensibilidade ou inchaço no pênis e nódulos na região da virilha.
Um especialista deve ser consultado se houver a manifestação de algum sintoma, isoladamente ou em associação. Ainda que o tratamento de uretrite seja simples, quando é diagnosticada tardiamente, a infecção pode se espalhar e provocar diferentes complicações para a saúde.
Nos homens, podem provocar cistite, que é uma inflamação da bexiga, epididimite, inflamação do epidídimo, orquite, que afeta os testículos, e prostatite, que acomete a próstata, causando alterações na fertilidade. Em casos mais graves, pode resultar em estenose uretral, condição caracterizada pelo estreitamento de um segmento da uretra, que leva à diminuição ou interrupção do fluxo urinário.
Da mesma forma, nas mulheres tem como consequência outras inflamações: cistite, cervicite e a doença inflamatória pélvica (DIP), que resulta na inflamação do útero e tubas uterinas, considerada uma das causas mais comuns de infertilidade feminina.
Nos casos em que a uretrite gonocócica afeta mulheres grávidas, pode ser transmitida para o recém-nascido durante o parto, podendo provocar a perda da gravidez, a pneumonia neonatal, anomalias congênitas, bebês nascidos com baixo peso ou natimortos.
Três exames são importantes para diagnosticar a uretrite:
Para verificar se a inflamação se espalhou e causou outros processos inflamatórios, podem ser ainda indicados exames de imagem. Geralmente o problema é inicialmente confirmado pela ultrassonografia transvaginal, nas mulheres, e pelo ultrassom dos testículos e próstata, nos homens.
O tratamento prevê a administração de antibióticos quando a uretrite é provocada por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), indicados de acordo com cada tipo de bactéria. Sempre é indicado o tratamento do parceiro, uma vez que pode acontecer reinfecções.
Nos casos em que a transmissão é viral, se for transmitida pelo vírus do HPV, é indicado o tratamento apenas se houver a formação de verrugas genitais. Já o vírus do herpes simples pode ser tratado com medicamentos antivirais, que possibilitam a redução e inibem a recorrência.
Para aliviar a dor, são prescritos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e o cloridrato de fenazopiridina, que reduz o desconforto, desejo e urgência de micção. A uretrite provocada por lesões, por outro lado, tende a desaparecer após a suspensão do que causou a inflamação.
Da mesma forma que é facilmente tratada, a uretrite pode ser prevenida: sempre utilize preservativos nas relações sexuais.
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