Os ovários são as glândulas sexuais femininas, responsáveis pela síntese de hormônios sexuais e armazenamento dos folículos, bolsas que contêm as células reprodutivas, os óvulos. Eles possuem um formato semelhante a uma amêndoa estão localizados em cada lado do útero.
Durante a fase fértil, no ciclo menstrual, estimulados pela ação de diferentes hormônios, vários folículos são recrutados, mas somente um desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo, a ovulação.
A quantidade de folículos presentes nos ovários é chamada reserva ovariana, que pode ser alterada por várias condições, resultando em distúrbios de ovulação, considerados a causa mais comum de infertilidade feminina.
Continue a leitura para saber mais sobre a reserva ovariana e como ela é avaliada.
As mulheres já nascem com uma reserva ovariana, enquanto os homens produzem espermatozoides a vida toda. Assim, como o termo indica, reserva ovariana define a quantidade de folículos disponíveis nos ovários.
A mulher possui aproximadamente 2 milhões de folículos ao nascer. Esse número diminui na puberdade e se torna menor a cada ciclo menstrual, pois os recrutados que não desenvolveram, naturalmente são perdidos por atrofia.
A reserva ovariana, portanto, naturalmente diminui com o avanço da idade, até não existirem mais folículos, o que acontece na menopausa, quando há a última menstruação. Por outro lado, também pode ser afetada por diferentes condições.
Algumas condições, além da idade, podem provocar alterações na reserva ovariana, resultando em problemas de ovulação, alterações na qualidade dos óvulos ou na interrupção da função dos ovários.
Entre elas estão os distúrbios hormonais, processos inflamatórios, endometriomas e a falência ovariana precoce (FOP), conhecida ainda como menopausa precoce.
O mais simples e bastante eficaz para avaliar a reserva ovariana é a ultrassonografia transvaginal, entretanto outros podem ser solicitados, de forma complementar ou como alternativa. Veja abaixo os mais frequentemente realizados:
Resultados que apontam alterações nos níveis da reserva ovariana, geralmente indicam distúrbios de ovulação ou alterações na quantidade dos folículos e óvulos, indicando urgência reprodutiva. As técnicas de reprodução assistida são o tratamento mais indicado se os níveis estiverem alterados, causando infertilidade.
Quando o diagnóstico indica diminuição dos níveis da reserva ovariana, causando problemas de ovulação, é possível obter a gravidez por técnicas de reprodução assistida, de acordo com a necessidade de cada paciente.
No entanto, em todas elas a primeira etapa é a estimulação ovariana, procedimento realizado com medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, garantindo mais óvulos para serem fecundados, aumentando as chances de gravidez.
As técnicas de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), são mais adequadas quando os níveis da reserva ovariana não estão tão baixos, pois, como a fecundação ocorre naturalmente, nas tubas uterinas, não é possível avaliar a qualidade dos óvulo e embriões, além de ter taxas de sucesso menores, não sendo portanto a melhor opção em casos de urgência reprodutiva.
Enquanto na fertilização in vitro (FIV), mais complexa, prevê a fecundação em laboratório. Na técnica são utilizadas dosagens hormonais maiores para assegurar aproximadamente 10 óvulos. Dessa forma, é mais adequada quando os níveis da reserva ovariana estão mais baixos por ter maiores chances de sucesso em menor prazo de tempo.
Além disso, na FIV técnicas complementares ao tratamento possibilitam a solução de vários problemas. Quando há suspeita de má qualidade do óvulo, por exemplo, além da seleção inicial, as células do embrião, na fase de desenvolvimento chamada blastocisto (entre o quinto e sexto dia), podem ser analisadas pelo teste genético pré-implantacional (PGT), que detecta anormalidades cromossômicas características de má qualidade os gametas ou embrionária.
Após a análise, apenas os embriões saudáveis são transferidos para o útero, diminuindo o risco de falhas na implantação e abortamento.
As chances de gravidez nas técnicas de baixa complexidade são semelhantes à da gravidez natural: cerca de 25% a cada ciclo. Já a FIV é a técnica que possui os percentuais mais altos: em média 50% por ciclo, caso se obtenham 2 bons embriões para transferir ao útero.
Siga o link para ler nosso texto sobre a avaliação da reserva ovariana.
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