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A infertilidade masculina é reversível?

A infertilidade masculina é reversível?

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Durante algum tempo, a infertilidade masculina foi uma condição desconhecida pela ciência, que atribuía todas as causas da infertilidade de um casal a possíveis alterações no corpo feminino.

Hoje, não somente sabe-se que os homens também podem ser inférteis, como a medicina reprodutiva vem aperfeiçoando cada vez mais seus procedimentos para atender aos casos de infertilidade conjugal por fatores masculinos.

Este texto mostra como é possível ter um filho biológico mesmo nos casos mais graves de infertilidade masculina, com o auxílio das técnicas de reprodução assistida. Continue a leitura até o final e saiba mais!

O que pode causar infertilidade masculina?

A infertilidade masculina pode ser uma condição adquirida ou genética. O quadro pode ser reversível ou permanente, dependendo das doenças e condições que originam a dificuldade ou impossibilidade de engravidar a parceira.

De forma geral, podemos dizer que um homem pode ficar infértil se apresentar problemas envolvendo os processos da espermatogênese, sequência de eventos pelos quais as células reprodutivas masculinas são formadas, ou obstruções no trajeto percorrido pelo sêmen durante a ejaculação.

Entenda a fertilidade masculina

As células reprodutivas masculinas, os espermatozoides, se formam inicialmente a partir de outras localizadas em um emaranhado de túbulos chamados túbulos seminíferos, que compõem os testículos e estão conectados aos epidídimos.

Os espermatozoides se formam nos testículos e desenvolvem sua cauda nos epidídimos, quando amadurecem, seguindo em direção aos ductos deferentes para receber os líquidos que formam o sêmen.

A parte líquida do sêmen é composta pelas secreções das glândulas anexas ‒ próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais ‒, que liberam substâncias com as funções de proteger e nutrir os espermatozoides após a ejaculação.

Infertilidade masculina por problemas na espermatogênese

A maior parte dos problemas relacionados à espermatogênese têm origem genética e costumam afetar os parâmetros espermáticos do sêmen, como a presença de espermatozoides, sua concentração por ml de líquido ejaculado, além da motilidade e morfologia.

Algumas alterações genéticas favorecem quadros em que o espermograma aponta para diagnósticos como teratozoospermia (maior parte dos espermatozoides com alterações morfológicas) e astenozoospermia (quando poucos espermatozoides apresentam a função de motilidade íntegra).

Quando as condições ideais para a espermatogênese são alteradas, como a temperatura e a pressão internas da bolsa testicular na varicocele, a produção de espermatozoides também é prejudicada.

Na varicocele, o cordão espermático apresenta veias varicosas, que impedem o retorno venoso e provocam inflamação, inchaço e acúmulo de sangue em volta dos testículos aumentando a temperatura e a pressão nessas estruturas, o que compromete a produção de espermatozoides.

Quadros mais graves como a varicocele, especialmente na ausência de tratamento em tempo, podem provocar azoospermia não obstrutiva, em que o sêmen não apresenta espermatozoides, e assim a infertilidade masculina.

Infertilidade masculina por obstrução do trajeto da ejaculação

Em alguns casos, o espermograma pode diagnosticar azoospermia, mesmo que os processos de produção dos espermatozoides estejam íntegros, se o trajeto percorrido por todos os componentes do sêmen, epidídimos, ductos deferentes e a uretra, apresentar qualquer tipo de obstrução.

As ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), são uma das principais causas de azoospermia obstrutiva, especialmente a clamídia, que é assintomática nos homens e pode deixar cicatrizes nos epidídimos mesmo após o tratamento.

A intervenção cirúrgica nos testículos, como os casos de torção testicular ou por outros motivos, também pode deixar cicatrizes nas estruturas, provocando obstruções e azoospermia obstrutiva, embora isso não seja frequente.

A vasectomia, cirurgia de esterilização voluntária masculina, é um procedimento que funciona por provocar um quadro de azoospermia obstrutiva proposital, com a colocação de clipes e anéis cirúrgicos, interrompendo a passagem pelos dutos deferentes e, com isso, impedindo os espermatozoides de compor o sêmen.

Conheça os diversos tratamentos para infertilidade masculina

A possibilidades e as formas de tratamentos para as condições que provocam infertilidade masculina, assim como as chances de sucesso na reversão da infertilidade, dependem das causas que originaram o quadro.

De forma geral, os tratamentos podem ser medicamentosos e cirúrgicos, além da possibilidade de recorrer às técnicas de reprodução assistida.

Tratamento medicamentoso

Doenças infecciosas, que provocam uretrite, epididimite, orquite e prostatite, normalmente são tratadas com a administração de antibióticos, que combatem os agentes microbianos responsáveis pela infecção, e anti-inflamatórios para o controle dos sintomas dolorosos.

Alguns casos de infertilidade masculina de origem genética, em que há um hipodesenvolvimento do aparelho reprodutivo, principalmente por falta de testosterona, é possível realizar um tratamento hormonal de longo prazo, com suplementação de testosterona.

Tratamento cirúrgico

Outras condições que provocam infertilidade masculina somente podem ser resolvidas com intervenção cirúrgica, como a varicocele e a torção testicular, acidente que normalmente está ligado à uma predisposição genética e que também causa infertilidade.

A cirurgia de correção da varicocele é um procedimento minimamente invasivo, em que as veias varicosas são cauterizadas para normalizar o fluxo sanguíneo local. Assim, estabiliza também a temperatura e pressão da bolsa escrotal, permitindo que a espermatogênese aconteça normalmente.

A cirurgia para tratar a torção testicular também é minimamente invasiva e busca restabelecer o posicionamento original dos testículos, liberando o fluxo sanguíneo na região.

Reprodução assistida

A reprodução assistida é uma indicação frequente para o tratamento da infertilidade masculina, inclusive para homens que passaram pela vasectomia, já que a cirurgia de reversão da vasectomia pode não ser bem-sucedida.

Dependendo das origens da infertilidade masculina, o casal pode receber indicação para IA (inseminação artificial), uma técnica de baixa complexidade adequada aos casos mais leves de infertilidade masculina, e para FIV (fertilização in vitro).

A FIV é o procedimento mais indicado para os casos mais graves de infertilidade masculina, por ser uma técnica de alta complexidade, que conta com métodos de fecundação como a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que o espermatozoide é injetado individualmente diretamente em cada óvulo, aumentando as chances de formar um embrião.

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