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Azoospermia

Azoospermia

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Descrita pela primeira vez em 1869, a azoospermia é uma das causas mais comuns de infertilidade masculina.

A produção dos espermatozoides ocorre nos testículos e posteriormente eles são incorporados ao fluido seminal produzido pelas vesículas seminais e pela próstata para formar o sêmen. Em homens com azoospermia, embora o sêmen aparente ser normal, ele não contém os gametas masculinos.

Existem dois tipos de azoospermia:

Apesar de causar alterações na fertilidade masculina, a azoospermia tem tratamento na maioria dos casos. Quando as abordagens tradicionais não são bem-sucedidas, é realizado pela fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), que possibilita a recuperação dos espermatozoides diretamente dos epidídimos ou dos testículos.

Este texto explica a azoospermia. Destaca as causas que provocam cada tipo, os sintomas que indicam a necessidade de procurar auxílio médico, métodos diagnósticos e o funcionamento do tratamento por FIV com ICSI.

Tipos de azoospermia e causas de cada um

A azoospermia obstrutiva é o tipo mais frequentemente registrado em homens com o problema. Também é conhecido como azoospermia pós-testicular.

As obstruções que impedem o transporte dos gametas masculinos geralmente ocorrem no epidídimo, duto que coleta, auxilia no amadurecimento e armazena os espermatozoides até que estejam adequados para a ejaculação, ou nos dutos deferente e ejaculatório.

Surgem como consequência de inflamações que tendem a causar aderências, como a epididimite e a orquite, frequentemente causadas por infecções sexualmente transmissíveis (IST), entre elas a clamídia e a gonorreia, por cistos ou tumores ou pela ejaculação retrógada.

Na azoospermia não obstrutiva, por outro lado, subdividida em pré-testicular e testicular, a diminuição ou interrupção da produção de espermatozoide é provocada por causas diversas, de acordo com o subtipo.

Quando é pré-testicular, os testículos são normais, porém, não produzem espermatozoides. As causas geralmente são genéticas ou hormonais e esse tipo é mais raro.

A testicular já resulta de danos causados nos testículos por inflamações, como epididimite e orquite, ou de doenças como caxumba, diabetes, insuficiência renal, da varicocele, quando há dilatação das veias do cordão espermático que sustenta os testículos provocando o surgimento de varizes, de alterações hormonais e lesões testiculares ou na virilha.

Alguns fatores como o superaquecimento dos testículos, superexposição a toxinas, hábitos como tabagismo e alcoolismo, transtornos emocionais e a obesidade aumentam o risco de ocorrerem alterações na produção de espermatozoides.

Principais sintomas manifestados pela azoospermia

Embora a azoospermia seja assintomática na maioria dos casos, geralmente descoberta diante da tentativa malsucedida de engravidar a parceira, alguns sintomas característicos de infertilidade masculina podem indicar a necessidade de procurar auxílio médico. Entre eles estão:

O tipo de azoospermia, assim como a causa que provocou o problema, são definidos a partir da realização de diferentes exames.

Métodos para diagnosticar a azoospermia

Diferentes exames são realizados para diagnosticar a azoospermia. Eles incluem testes laboratoriais, exames de imagem e o espermograma, padrão para investigação da infertilidade masculina.

Os exames laboratoriais realizados são o teste hormonal, que analisa os níveis de hormônios sexuais masculinos; de sangue para confirmar a presença de inflamações identificando o tipo de bactéria; e os sorológicos, para detectar a presença de bactérias sexualmente transmissíveis que podem resultar em inflamação.

Os exames de imagem possibilitam a verificação de bloqueios que inibem o transporte dos gametas masculinos. Os mais comumente realizados são ultrassonografia dos testículos e a ressonância magnética (RM).

O espermograma, exame que avalia a fertilidade masculina, permite a confirmação da ausência de espermatozoides no sêmen, além de possibilitar a detecção de outros problemas de infertilidade masculina, incluindo anormalidades na morfologia e motilidade dos espermatozoides ou no sêmen.

Os resultados diagnósticos indicam o tipo de azoospermia, orientando a definição do tratamento mais adequado para cada caso.

Tratamentos indicados para azoospermia

O tratamento inicial de azoospermia pode ser farmacológico ou cirúrgico. O farmacológico prevê a administração de medicamentos hormonais, para reequilibrar os níveis, e de antibióticos quando for causada por inflamações, prescritos de acordo com cada tipo de bactéria. Se forem provocadas pelas sexualmente transmissíveis, o ideal é também tratar a parceira, pois o tratamento não elimina a possibilidade de novas contaminações.

A abordagem cirúrgica é indicada se houver necessidade de reconstruir ou reconectar os dutos obstruídos. Nos casos em que a produção de espermatozoides não é normalizada, o tratamento por FIV com ICSI é a principal indicação.

Na FIV com ICSI, é possível retirar os espermatozoides dos epidídimos ou dos testículos com abordagens cirúrgicas ou por punção: PESA é uma técnica utilizada para recuperá-los do epidídimo e TESE e Micro-TESE, dos testículos.

Durante o procedimento de reprodução assistida, os espermatozoides são analisados e injetados individualmente em cada óvulo disponível.

Considerada a principal técnica de reprodução assistida, a FIV registra percentuais altos de gravidez bem-sucedida por ciclo de realização.

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