Art Fértil
Azoospermia e FIV: como superar a infertilidade?

Azoospermia e FIV: como superar a infertilidade?

// Por

A infertilidade afeta milhares de pessoas no mundo todo e é considerada questão se saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Embora historicamente as dificuldades de um casal para engravidar tenham sido atribuídas às mulheres, sabe-se, hoje, que os fatores de infertilidade podem ser igualmente femininos e masculinos. Em alguns países os percentuais masculinos têm, inclusive, ultrapassado os femininos.

A infertilidade masculina surge como consequência de diferentes condições que afetam o sistema reprodutor, resultando em problemas como azoospermia, baixa produção de espermatozoides, alterações na morfologia (forma) e motilidade (movimento), em danos no DNA e em obstruções que impedem o transporte ou a saída deles no processo de ejaculação.

A azoospermia está entre as causas mais comuns. Por ser geralmente assintomática, na maioria das vezes é percebida apenas quando há dificuldades para engravidar a parceira. Porém, tem tratamento em boa parte dos casos, assim como é possível tornar-se pai e superar a infertilidade com o auxílio da fertilização in vitro (FIV). Continue a leitura até o final para saber mais.

O que é azoospermia e por que pode causar infertilidade?

A azoospermia é uma condição em que os espermatozoides não estão presentes no sêmen ejaculado.

A produção de espermatozoides ocorre nos túbulos seminíferos, localizados nos testículos. Após serem produzidos, eles são armazenados nos epidídimos, até se tornarem maduros e com maior motilidade para serem transportados e ejaculados.

No processo de ejaculação, são incorporados ao sêmen, formado por fluídos produzidos pelas vesículas seminais e pela próstata. Assim, o sêmen é responsável por abrigar, nutrir e transportar os espermatozoides até as tubas uterinas onde a fecundação (fusão com o óvulo), acontece.

Quando os espermatozoides não estão presentes no sêmen ejaculado, portanto, não há fecundação, o que pode resultar de diferentes fatores. Por isso, a azoospermia é classificada como obstrutiva e não-obstrutiva, de acordo com o que motivou o problema.

A obstrutiva, conhecida, ainda, como azoospermia pós-testicular, é o tipo mais comum e, como o nome indica, tem como característica um bloqueio nos epidídimos, dutos deferentes ou ejaculatórios, impedindo, dessa forma, o transporte dos espermatozoides.

Na maioria das vezes resulta de processos inflamatórios no sistema reprodutor masculino, como epididimite, dos epidídimos, orquite, dos testículos e prostatite, da próstata, frequentemente causadas por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo a clamídia e a gonorreia. Eles levam à formação de aderências, que provocam as obstruções.

Embora também possam ser causadas por cistos, massas tumorais ou da ejaculação retrógada, quando o sêmen flui para bexiga em vez de sair pela uretra durante o orgasmo.

A azoospermia não obstrutiva, por outro lado, tem como característica a diminuição ou interrupção da produção de espermatozoides pelos testículos. Subdividida em dois subtipos, pré-testicular e testicular, causados por diferentes condições.

Por exemplo, a pré-testicular é um problema genético ou hormonal bastante raro, no qual os testículos apesar de normais, não produzem espermatozoides. Enquanto a testicular é consequência de doenças como a varicocele, caxumba, insuficiência renal e diabetes, de danos nos testículos e de alterações nos níveis dos hormônios masculinos.

Quando há alteração nos níveis dos hormônios masculinos o tratamento é feito por terapias hormonais, enquanto as obstruções são solucionadas por microcirurgias. Se a capacidade reprodutiva não for restaurada após o tratamento, ou quando a azoospermia causou maiores dados, ainda é possível ter filhos a partir do tratamento por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides.

Como a FIV pode proporcionar a paternidade?

A ICSI foi incorporada ao tratamento em 1992 e surgiu como solução para os problemas de infertilidade masculina provocados por fatores mais graves, incluindo a azoospermia.

A técnica proporciona a recuperação de espermatozoides dos epidídimos ou dos testículos por diferentes métodos cirúrgicos, da mesma forma que aumenta as chances de fecundação.

Se a azoospermia for obstrutiva, os espermatozoides são recuperados do epidídimo, com a utilização de PESA e MESA. Na PESA são aspirados por uma agulha fina conectada a uma seringa. O procedimento é realizado em ambiente laboratorial e requer apenas anestesia local.

Na MESA, a partir de uma incisão na bolsa escrotal os testículos são expostos e os túbulos seminíferos que possuem uma quantidade maior de líquido seminal aspirados com o auxílio de um microscópio.

Apesar de ser um procedimento cirúrgico realizado em ambiente hospitalar, com a utilização de anestesia, é minimamente invasivo e proporciona a recuperação de uma quantidade maior de espermatozoides.

Quando a azoospermia é não obstrutiva, os espermatozoides são recuperados diretamente dos testículos por TESE e Micro-TESE. Na TESE são recuperados por biópsia aberta, também a partir de uma incisão na bolsa escrotal para expor os testículos e extrair os túbulos seminíferos que podem conter espermatozoides.

Na Micro-TESE o procedimento é semelhante, se diferencia apenas por ser realizada com o auxílio de um microscópio, possibilitando melhor avaliação dos túbulos seminíferos e, consequentemente a recuperação de uma quantidade maior.

Os dois procedimentos ocorrem em ambiente hospitalar, com a utilização de anestesia local.

Após serem coletados, os espermatozoides são capacitados por técnicas de preparo seminal, que selecionam os mais saudáveis para a fecundação.

Durante o a fecundação, que acontece em laboratório, cada espermatozoide é, ainda, individualmente avaliado em movimento por um microscópio de alta resolução e, posteriormente, injetado diretamente no citoplasma do óvulo por um micromanipulador de gametas, aparelho acoplado a ele.

Assim, as chances de fecundação são bem expressivas: a técnica apresenta percentuais de sucesso gestacional de 40%, em média.

Siga o link e informe-se mais sobre azoospermia.

Compartilhar: Deixe seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *