Art Fértil
Casais homoafetivos femininos e inseminação artificial

Casais homoafetivos femininos e inseminação artificial

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As técnicas de reprodução assistida trouxeram novas possibilidades para casais com diversos problemas de fertilidade e que desejavam engravidar. Com o avanço da legislação, desde 2011, e a nova resolução do Conselho Federal de Medicina, casais homoafetivos puderam recorrer aos tratamentos como a FIV (fertilização in vitro) e a IA (inseminação artificial).

As duas técnicas de reprodução assistida podem ser indicadas dependendo das condições clínicas do casal. Cada tratamento tem níveis de complexidade distintos, mas ambas têm taxas de sucesso satisfatórias.

Para casais homoafetivos femininos saudáveis e com menos de 36 anos uma das técnicas recomendadas é a IA, especialmente por ter um grau de complexidade menor e contar com resultados positivos para aquelas que desejam ser mães.

Neste texto, abordaremos o processo da IA para casais homoafetivos femininos, em que condições a técnica pode ser indicada e como os procedimentos são feitos.

Boa leitura!

Quais são as possibilidades para que casais homoafetivos possam ter filhos?

Atualmente, casais homoafetivos femininos podem optar por duas formas de tratamento: a FIV e a IA.

A escolha da técnica mais adequada para cada caso deve ser feita de forma individualizada, levando em consideração as condições de saúde do casal e o desejo ou não de realizar a gestação compartilhada.

A FIV é uma técnica em que a fecundação ocorre em laboratório e por esse motivo é possível que o casal possa ter uma gestação compartilhada: gravidez em que ambas participam do processo, uma parceira é a doadora do óvulo e a outra recebe o embrião em seu útero.

Na IA, por sua vez, uma das mulheres receberá o sêmen e passará por todo o processo da gestação. A técnica é indicada para casais homoafetivos femininos também por sua baixa complexidade, o que não impede resultados satisfatórios na busca pela gravidez.

Antes da escolha do melhor procedimento é necessário realizar exames clínicos, laboratoriais e de imagem, para verificar se o sistema reprodutor está saudável e não há nenhuma doença pré-existente que possa prejudicar a possibilidade de gestação.

Entre os exames mais solicitados podemos mencionar a ultrassonografia pélvica, em suas modalidades transvaginal e suprapúbica, dosagens hormonais, exames de sangue e urina, além das testagens para ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), que podem ser assintomáticas e prejudicar as chances de gravidez, como a clamídia.

A IA normalmente é indicada para mulheres de até 36 anos com as tubas uterinas saudáveis, pois a fecundação acontece naturalmente, e que não apresentem outras condições que possam ser prejudiciais à gravidez.

Como ocorre a inseminação artificial para casais homoafetivos?

Como mencionamos, a indicação deve ser precedida por alguns exames, para verificar a saúde reprodutiva do casal. É um passo importante para que não haja problemas relacionados a doenças como miomas uterinos, endometriose, ou outro fator que possa ser responsável pela  infertilidade feminina.

Após os exames clínicos é selecionado um doador de sêmen com base nas características fenotípicas do casal. O doador é anônimo e o material coletado passa por exames clínicos para atestar a qualidade dos gametas, evitando assim, a ocorrência de possíveis doenças genéticas e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

A primeira etapa, tanto da FIV quanto da IA, é a estimulação ovariana, um processo realizado com medicamentos que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de pelo menos um folículo e, dessa forma, aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida.

Uma das principais diferenças entre as técnicas é a intensidade da estimulação ovariana: na IA o objetivo é induzir o amadurecimento de ao menos um folículo, evitando uma gestação múltipla, que poderá indicar cuidados especiais.

A estimulação ovariana para obtenção de óvulos na FIV é mais robusta, buscando uma quantidade maior de folículos maduros e, consequentemente, mais óvulos para a fecundação em laboratório.

O tratamento da IA ocorre em três etapas sequenciais, o processo de estimulação ovariana é realizado no início do ciclo reprodutivo e monitorado por ultrassonografia transvaginal. No momento em que o exame de imagem indica o auge do amadurecimento folicular, a mulher recebe uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana), que dispara a ovulação.

Simultaneamente, o sêmen é descongelado e as amostras submetidas ao preparo seminal para serem inseminadas no interior da cavidade uterina. Espera-se que a implantação embrionária ocorra sem maiores problemas. Após aproximadamente 14 dias, já é possível realizar o exame que indicará se houve gravidez.

Taxas de sucesso

O resultado de confirmação de gravidez é obtido após duas semanas da aplicação da técnica, se for negativo, o casal poderá repetir o tratamento por até 3 ciclos. Caso não haja sucesso é recomendada a FIV.

Por ser um processo de baixo risco são raras as complicações que podem aparecer. Uma das mais comuns são infecções e sangramentos leves provocados pela inserção do cateter. Esses problemas são raros e facilmente resolvidos e não interferem no desenvolvimento da gravidez

Os resultados de uma gravidez por IA são semelhantes aos da gestação natural, aproximadamente de 20% por tentativa.

Temos outro texto sobre casais homoafetivos que pode ser acessado aqui.

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