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Casais homoafetivos femininos: possibilidades de maternidade

Casais homoafetivos femininos: possibilidades de maternidade

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As técnicas de reprodução assistida são muito associadas ao tratamento da infertilidade. No entanto, elas também podem ser utilizadas por casais homoafetivos femininos e masculinos que desejam ter filhos biológicos. Nesses casos, fatores relacionados à infertilidade podem ou não estar presentes.

Desde 2013 o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou essa prática. Além disso, casais homoafetivos também conquistaram o direito a se casarem e serem reconhecidos como uma família.

Ao longo deste artigo, vamos mostrar como casais homoafetivos femininos podem ter filhos por meio da reprodução assistida e quais são as suas taxas de sucesso.

Boa leitura!

Quais são as possibilidades para casais homoafetivos femininos terem filhos?

Entre as três técnicas de reprodução assistida, duas podem ser utilizadas por casais homoafetivos femininos: a inseminação artificial ou intrauterina (IA/IIU) e a fertilização in vitro (FIV). A escolha da técnica mais adequada para cada casal depende do contexto clínico da mulher que irá fazer o processo de reprodução assistida, pois cada uma delas possui suas particularidades.

A IA é indicada para mulheres sem problemas graves de infertilidade e preferencialmente até 37 anos de idade. Enquanto a FIV, é a técnica mais recomendada para pacientes algum fator de infertilidade, como endometriose, miomas, baixa reserva ovariana, entre outros, ou quando, mesmo sem nenhum problema de infertilidade aparente, ambas desejam participar ativamente do tratamento. Nesse caso, uma irá participar com seus óvulos sendo fecundados e a outra irá gestar os embriões da parceira.

Quando discutimos sobre possibilidades de gravidez para casais homoafetivos femininos, dois termos merecem destaque: a gestação compartilhada e a doação de sêmen.

Gestação compartilhada

A gestação compartilhada consiste na fecundação dos óvulos de uma das parceiras, enquanto a outra gera o bebê. Ou seja, a mulher vai gestar o filho biológico da sua parceira. Nesse caso, ambas precisam passar por uma avaliação sobre a sua saúde reprodutiva para que todo o processo aconteça sem problemas.

Doação de sêmen

A fecundação acontece com o encontro entre os gametas feminino e masculino, ou seja, entre o óvulo e o espermatozoide. No caso de casais homoafetivos femininos, o material biológico masculino é coletado por meio da doação de sêmen. Ela também é regulamentada pelo CFM e possui algumas regras.

Entre as principais, destacamos:

O homem que deseja se tornar um doador, deve procurar um banco de sêmen. Antes da doação, ele passa por uma série de exames para avaliar sua saúde e qualidade dos espermatozoides. Sendo aprovado, a doação é feita e a amostra seminal é criopreservada.

O casal que deseja engravidar entra em contato com a clínica de reprodução assistida, que atua como um intermediário entre o casal e o banco de sêmen. A escolha do doador é feita com base nas características fenotípicas que o casal homoafetivo feminino deseja.

Os espermatozoides doados serão utilizados na inseminação artificial ou na fertilização in vitro.

Como a inseminação artificial é realizada?

Assim como a relação sexual programada, a inseminação artificial é classificada como uma técnica de baixa complexidade. Em ambas, a fecundação acontece dentro do corpo da mulher, de forma parecida a uma gravidez natural, lembrando que nesse tipo de tratamento não é possível a gravidez compartilhada.

Na primeira fase do processo, a parceira que irá gestar passa por uma estimulação ovariana. Ela utiliza medicação hormonal para aumentar o número de folículos ovarianos dominantes. Dentro de cada um deles há um óvulo e, na IA, o objetivo é desenvolver entre 1 a 3 folículos durante o ciclo.

A fecundação acontece nas tubas uterinas com a introdução dos espermatozoides doados na cavidade uterina, após a passagem deles por uma preparação seminal. Esse processo garante que apenas os gametas de maior qualidade sejam utilizados.

Como a fertilização in vitro é realizada?

A gestação compartilhada é possível apenas na fertilização in vitro. O processo tem início também com a estimulação ovariana, porém, o seu objetivo é desenvolver o maior número possível de folículos ovarianos. Quando dominantes, eles são aspirados e coletados os óvulos, sendo os óvulos maduros preparados para a fecundação, assim como o sêmen doado.

Por meio da técnica ICSI, os espermatozoides são introduzidos nos óvulos, aumentando as chances de sucesso da FIV. Os embriões formados ficam alguns dias sendo observados e após alguns dias são transferidos para o útero da receptora.

Qual é a taxa de sucesso das técnicas apresentadas?

Quanto maior a sua complexidade, maior será a taxa de sucesso da técnica de reprodução assistida. Dessa forma, a FIV apresenta resultados melhores do que a IA. Para pacientes com até 37 anos a inseminação artificial possui uma taxa de sucesso de 25% por ciclo, enquanto a fertilização in vitro, 55% quando se obtêm 2 bons embriões.

Entre os fatores mais relevantes para aumentar as chances da técnica são: a idade da doadora do óvulo (que pode ser a receptora da gravidez ou não), a qualidade dos gametas utilizados e a saúde reprodutiva dos envolvidos no processo.

Casais homoafetivos femininos podem ter filhos biológicos por meio das técnicas de reprodução assistida. A escolha entre a inseminação artificial ou a fertilização in vitro depende do contexto clínico e perfil do casal homoafetivo. O material biológico masculino é adquirido por doação de sêmen e o casal também pode optar pela gestação compartilhada, em que o embrião é formado pelo óvulo de uma das parceiras, mas será gestado pela sua companheira.

As técnicas de reprodução assistida possibilitam que casais homoafetivos possam realizar o sonho de terem filhos biológicos. Para saber mais sobre o assunto, confira a nossa página institucional sobre as possibilidades de gravidez para casais homoafetivos!

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