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Coito programado: o que é?

Coito programado: o que é?

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Um dos grandes marcos no desenvolvimento de reprodução assistida é o nascimento do primeiro “bebê de proveta”, Louise Brown, em Manchester, na Inglaterra, em 1978, após seus pais passarem nove anos em tentativas sem sucesso para engravidar.

Com o nascimento de Louise Brown e outros avanços, como a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) desde 1992, o potencial da reprodução assistida para atender as mais diversas demandas da reprodução humana, tem se mostrado cada vez mais complexo e abrangente.

Contudo, técnicas mais antigas – mas nem por isso menos eficientes quando indicadas de forma adequada e precisa –, como a IA (inseminação artificial) e a RSP (relação sexual programada) ou coito programado, permanecem em uso e desenvolvimento ainda hoje.

Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor o que é o coito programado e como essa técnica pode auxiliar diversas demandas reprodutivas ainda hoje.

O que é coito programado?

O coito programado, também chamado de RSP, é uma técnica de reprodução assistida relativamente simples, considerada a de mais baixa complexibilidade, por não realizar qualquer tipo de seleção espermática e porque a fecundação acontece no interior das tubas uterinas.

Como na RSP a fecundação ocorre no interior das tubas uterinas, é necessário que estruturas como ovários e tubas uterinas estejam conservados e em pleno funcionamento. Também por isso, o coito programado não é indicado para infertilidade masculina, já que espera-se que os gametas masculinos cheguem às tubas uterinas após a relação sexual.

Normalmente, o coito programado é indicado para casos de infertilidade feminina leve, principalmente causados por disfunções na ovulação.

Nesse sentido, o processo diagnóstico para definição das causas da infertilidade conjugal – que normalmente inclui exames de dosagens hormonais, exames de imagem e espermograma – é fundamental para que a indicação do coito programado, como tratamento para infertilidade, seja feita da forma mais assertiva possível.

A RSP ou coito programado potencializam as chances de gestação, oferecendo vantagens como a indicação mais precisa do período em que a mulher está fértil –momento em que a relação sexual tem mais chances de resultar em gravidez – e os efeitos da estimulação ovariana, que auxilia no recrutamento, amadurecimento e ovulação de ao menos um oócito, que pode ser fecundado.

Quais são as principais técnicas de reprodução assistida?

Na atualidade podemos classificar as técnicas de reprodução assistida – RSP ou coito programado, IA e FIV – em técnicas de alta e baixa complexidade.

FIV

Nesse sentido, a FIV é a técnica mais avançada e complexa em reprodução assistida na atualidade, podendo atender a maioria das demandas reprodutivas humanas, e especialmente indicada nos casos mais graves de infertilidade.

Por meio da FIV é possível acompanhar e atuar em praticamente todas as etapas da reprodução: a coleta de gametas, a seleção dessas células e a fecundação em ambiente laboratorial, onde também é realizado o cultivo embrionário.

No cultivo embrionário, uma das etapas mais importantes da FIV, a tecnologia de sequenciamento genético do PGT (teste genético pré-implantacional) permite a prevenção na transmissão de doenças hereditárias e outras anomalias genéticas, que possam comprometer a gestação e a vida do futuro bebê.

Após esta etapa, o embrião já amadurecido é então depositado diretamente no útero, em um procedimento simples, que pode ser realizado na própria clínica.

IA

Na IA, espera-se que a fecundação aconteça dentro do corpo da mulher, após a inseminação de uma amostra de sêmen previamente trabalhada em laboratório, pelo preparo seminal.

Esta técnica é indicada principalmente para os casos de infertilidade feminina leve, como oligovulação, SOP (síndrome dos ovários policísticos) e endometriose ovariana iniciais –e também para infertilidade masculina leve, por alterações espermáticas discretas.

Na IA, o sêmen é coletado por masturbação, em ambiente controlado, sendo então submetido ao preparo seminal, que fraciona a amostra original em subamostras contendo uma concentração maior de espermatozoides viáveis.

Estas subamostras são então depositadas diretamente no útero, durante o período fértil da mulher, induzido pela estimulação ovariana com acompanhamento de ultrassonografia pélvica transvaginal – que além de estimular o desenvolvimento e amadurecimento dos gametas, indica o período mais propício para a inseminação propriamente dita.

Como é realizado a RSP e quando é indicada

Antes de a RSP ser indicada ou realizada é necessária uma investigação das condições da fertilidade do casal. Para isso, alguns exames são realizados, como a avaliação da reserva ovariana – que determina o potencial de fertilidade da mulher – e testes hormonais, que avaliam os níveis dos hormônios relacionados com o processo reprodutivo feminino.

Exames de imagem também são realizados para observar estruturas como as tubas uterinas e o útero, fundamentais para a fecundação e sustentação da gestação.

Para o homem, normalmente, solicita-se o espermograma, que averigua a qualidade e quantidade dos gametas masculinos, e em alguns casos o ultrassom testicular e outros exames mais específicos.

Após a confirmação diagnóstica e a indicação para RSP ou coito programado, na primeira etapa da técnica a mulher passa pela estimulação ovariana, realizada com a administração de medicamentos hormonais – que induzem o recrutamento e amadurecimento de ao menos um folículo ovariano –, e monitorada por ultrassonografia pélvica.

No auge do desenvolvimento folicular, a mulher recebe uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana), para induzir o rompimento do folículo e ovulação – e tem cerca de 36h para manter relações sexuais com mais chances de resultar em gestação.

Normalmente a RSP é indicada em casos de problemas relacionados com a ovulação, como dificuldades no desenvolvimento e amadurecimento dos folículos, assim como as falhas em liberar o óvulo, o que leva à ausência de ovulação – anovulação.

Entretanto, mulheres com endometriose e SOP nos estágios iniciais e também os casais com indicação para ISCA (infertilidade sem causa aparente), também podem ser auxiliados por esta técnica.

Taxas de sucesso da RSP

A RSP é uma técnica segura e de bastante êxito, quando sua indicação é precedida por um processo diagnóstico rigoroso, que respeita as limitações impostas pela metodologia da técnica.

Por isso, as taxas de sucesso na concepção pelo coito programado são semelhantes às da gestação natural: cerca de 20% a cada ciclo de tratamento.

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