Ter dificuldades para engravidar é normal. No entanto, quando isso acontece após 1 ano de relações sexuais desprotegidas e frequentes o diagnóstico é de infertilidade. Abortamentos espontâneos repetidos, que ocorrem por mais do que dois meses consecutivos, também indicam infertilidade feminina.
A fertilidade feminina diminui naturalmente com o envelhecimento. Isso significa que a quantidade de folículos presentes nos ovários, bolsas que contém os óvulos, se torna progressivamente menor com o avanço da idade, até que ocorra a falência dos ovários.
Por outro lado, para que a gravidez ocorra durante fase fértil, o sistema reprodutor feminino deve funcionar perfeitamente. No entanto, diversas doenças podem causar alterações no funcionamento, dificultando ou impedindo a concepção.
Os distúrbios de ovulação e danos provocados aos órgãos reprodutores, ovários, tubas uterinas e útero, estão entre os problemas mais comuns de infertilidade. Continue a leitura até o final, saiba quais doenças podem causá-los e os tratamento que possibilitam a gravidez.
Durante a fase fértil diferentes doenças femininas podem resultar em infertilidade. Veja abaixo as principais:
Um distúrbio hormonal comum durante a idade reprodutiva, a SOP tem como característica o aumento de testosterona (hiperandrogenismo), produzida em pequenas quantidades pelos ovários e, anovulação crônica (ausência de ovulação). Além de causar um aumento no tamanho dos ovários e o crescimento de múltiplos cistos na parte externa deles.
Irregularidades menstruais estão entre as consequências do desequilíbrio hormonal, incluindo ciclos mais longos, com maior ou menor quantidade de fluxo menstrual ou ausência de menstruação (amenorreia). Essas irregularidades resultam em distúrbios de ovulação, caracterizados por dificuldades no amadurecimento do folículo ou falha em liberar o óvulo.
O hiperandrogenismo também interfere no processo de ovulação: provoca um microambiente androgênico nas células foliculares imaturas, que passam a secretar mais testosterona, impedindo o desenvolvimento e amadurecimento do folículo. As duas situações resultam em anovulação.
Os hormônios produzidos pela tireoide cumprem a importante função de regular o metabolismo das células, incluindo as foliculares. Quando há diminuição ou interrupção desses hormônios, condição chamada hipotireoidismo, o desequilíbrio hormonal leva, da mesma forma, à ausência de ovulação ou anovulação.
Considerada, atualmente, a causa mais comum de infertilidade feminina, a endometriose tem como característica o crescimento de um tecido anormal semelhante ao endométrio, fora do útero, geralmente em locais próximos como peritônio, ligamentos uterossacros, ovários e tubas uterinas.
Apesar de ser uma doença de crescimento lento, o tecido anormal provoca um processo inflamatório, que tende a causar interferências na fertilidade desde os estágios iniciais: compromete o desenvolvimento dos folículos, afeta o ciclo endometrial causando um deslocamento do período mais receptivo para o embrião implantar, ao mesmo tempo que pode comprometer a qualidade dos óvulos e, consequentemente, dos embriões, resultando, nos dois casos, em falhas na implantação e abortamento.
Além disso, os endometriomas, um tipo de cisto ovariano comum nos estágios mais avançados, também comprometem a qualidade dos óvulos ou interferirem na receptividade do endométrio, assim como podem afetar a reserva ovariana e causar perda folicular. Ou seja, ao mesmo tempo que interferem na fecundação, provocam falhas na implantação e abortamento.
À medida que processo inflamatório desenvolve, ocorre a formação de aderências. Nos ovários comprometem a liberação do óvulo e nas tubas uterinas, a captação dele, impedindo a fecundação. Podem, ainda, alterar a anatomia do útero, dificultando o desenvolvimento da gravidez.
Miomas uterinos são tumores benignos, que crescem a partir das células musculares lisas do miométrio, camada intermediária do útero. No entanto, de acordo com a localização, quantidade e dimensões, podem comprometer a fertilidade.
Os miomas submucosos, por exemplo, por crescerem no interior do útero são os que mais afetam fertilidade. Causam, por exemplo, alterações na receptividade endometrial, levando a falhas na implantação do embrião e, quando crescem próximos das tubas uterinas, aumentam o risco de obstruções, inibindo a fecundação.
Pólipos endometriais são crescimentos anormais que ocorrem no endométrio. Embora sejam benignos e raramente evoluam para malignidade, os pólipos endometriais tendem a interferir na receptividade endometrial, resultando em falhas na implantação do embrião e, consequentemente, em abortamento. Em maiores dimensões, assim como os miomas, tendem a modificar a anatomia uterina dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gestação.
Inflamações nos ovários (ooforite), nas tubas uterinas (salpingite), no colo uterino (cervicite) e no endométrio (endometrite) causam a formação de aderências, inibindo a liberação do óvulo e ou a captação dele pelas tubas uterinas, ao mesmo tempo que comprometem a qualidade dele e afetam a receptividade endometrial.
A falência ovariana prematura, conhecida ainda como insuficiência ovariana primária ou menopausa precoce, tem como característica a manifestação de sintomas semelhantes aos que ocorrem na menopausa antes dos 40 anos, como a falência dos ovários.
A trombofilia é uma doença caracterizada pela formação anormal de coágulos em veias e artérias. Pode causar alterações na vasculatura placentária, resultando em falhas na implantação e abortamento.
Anormalidades cromossômicas conhecidas como aneuploidia, quando há presença ou ausência de mais cromossomos do que o normal, podem resultar em falhas na implantação e abortamento. São bastante comuns em gametas (óvulos e espermatozoides) de pais mais velhos, por exemplo.
Determinas doenças autoimunes, entre elas o Lúpus e a tireoide de Hashimoto, ou mesmo o estilo de vida com hábitos como alcoolismo, tabagismo, uso excessivo de drogas recreativas, baixo peso ou sobrepeso, falta ou excesso de exercícios físicos e histórico de doenças sexualmente transmissíveis (DST), aumentam, ainda, as chances de infertilidade.
A infertilidade feminina, entretanto, tem tratamento na maioria dos casos, principalmente quando diagnosticada precocemente.
Após a investigação para definir as causas, os resultados diagnósticos orientam para o tratamento mais adequado a cada paciente, que pode ser realizado pela administração de medicamentos, quando o problema e causado por alterações hormonais ou inflamações e, por cirurgia, para remoção de aderências, miomas ou pólipos.
Após o tratamento, a fertilidade é restaurada em boa parte dos casos. Quando isso não acontece ou se os danos forem mais graves, as técnicas de reprodução assistida contribuem para aumentar as chances de engravidar.
As de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), são mais adequadas para mulheres com até 35 anos, que ainda possuem bons níveis de reserva ovariana e, as tubas uterinas saudáveis, pois a fecundação acontece naturalmente. Elas também são indicadas de acordo com cada caso com chances de gravidez que acompanham as da gestação natural: entre 20% e 25% por ciclo de tratamento.
Enquanto na FIV, de maior complexidade, a fecundação acontece em laboratório. Por isso, é mais adequada para mulheres acima de 36 anos, com obstruções nas tubas uterinas ou outros fatores de fertilidade de maior gravidade. Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são os mais altos da reprodução assistida: em média 40% a cada ciclo.
Siga o link e informe-se mais sobre endometriose, doença que tem sido, atualmente, apontada por estudos como a principal causa de infertilidade feminina.
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Olá, Rosa!
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Gostaria muito saber sobre a infertilidade