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Doenças que podem causar infertilidade masculina

Doenças que podem causar infertilidade masculina

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Até bem pouco tempo os problemas de infertilidade de um casal eram atribuídos principalmente às mulheres. Porém, sabe-se hoje que os fatores de infertilidade masculina contribuem no mínimo em igual proporção e, em alguns casos, os percentuais são, inclusive, mais altos.

A infertilidade masculina pode ocorrer como consequência de alterações na produção de espermatozoides, processo conhecido como espermatogênese, da ausência deles no sêmen ejaculado, de anormalidades na estrutura (morfologia e motilidade) e na função espermática, assim como de bloqueios, que impedem o transporte até o óvulo para fecundá-lo.

São problemas causados por diferentes doenças, muitas vezes silenciosas, descobertas apenas quando há dificuldades para engravidar a parceira.

Continue a leitura até o final e saiba quais são as doenças que interferem na capacidade reprodutiva dos homens e como elas são tratadas.

Conheça as doenças que podem causar infertilidade masculina

Para que a gravidez seja bem-sucedida os sistemas reprodutores feminino e masculino devem funcionar perfeitamente.

Os espermatozoides, por exemplo, são produzidos nos túbulos seminíferos, localizados nos testículos, as glândulas sexuais masculinas. Possuem cabeça, pescoço e cauda com flagelo. Na cabeça fica armazenado o núcleo, que contém uma cópia de cada cromossomo, os genes masculinos, enquanto o flagelo é responsável pela motilidade, ou seja, pela capacidade de movimento.

Após serem produzidos, são armazenados nos epidídimos, dutos que os nutrem até se tornarem maduros e com maior motilidade, quando são transportados pelos dutos deferentes para serem ejaculados.

No caminho, são incorporados ao fluido seminal produzido pelas vesículas seminais e pela próstata para formar o sêmen, substância que os protege do ambiente ácido da vagina, até atingirem as tubas uterinas para fecundar o óvulo.

Diferentes condições podem interferir no funcionamento normal do sistema reprodutor masculino, causando infertilidade. Veja as doenças que podem dificultar a reprodução:

Doenças que causam alterações na produção dos espermatozoides

Alterações na produção dos espermatozoides podem levar à baixa concentração ou ausência deles no sêmen ejaculado, condição conhecida como azoospermia, uma das principais causas de infertilidade masculina.

O desequilíbrio nos níveis dos hormônios sexuais masculinos responsáveis pela produção de espermatozoides, é uma das principais causas de alterações na espermatogênese. Ele pode ser consequência de problemas da hipófise, hipotálamo ou da tireoide, causados por diferentes condições que afetam os testículos. Entre os exemplos estão:

A varicocele, doença que tem como principal característica a formação de varizes no cordão espermático, também interfere na produção dos gametas masculinos.

Cordão espermático é a estrutura que sustenta os testículos na bolsa escrotal, responsável por mantê-los a uma temperatura mais baixa do que a do corpo humano, ideal para a produção dos gametas masculinos. As varizes causam a elevação dessa temperatura, interferindo, dessa forma, na espermatogênese.

Doenças que provocam bloqueios

Os processos inflamatórios que afetam o sistema reprodutor masculino também podem causar cicatrizes nos epidídimos, dutos deferentes ou ejaculatórios, impedindo o transporte dos espermatozoides ou a saída deles.

Os bloqueios podem ser consequência, ainda, de doenças genéticas, como a fibrose cística, de lesões cirúrgicas, traumas, cistos ou tumores.

Doenças que provocam danos nos espermatozoides

Algumas condições podem provocar alterações nos espermatozoides, como anormalidades nos cromossomos que resultam em má qualidade embrionária, levando a falhas na implantação, ou ao desenvolvimento de doenças quando são transmitidas.

O problema é clinicamente conhecido como fragmentação do DNA espermático, quando há perda da integridade do DNA. Atualmente é apontado como uma das causas mais comuns de infertilidade masculina, consequência principalmente do estresse oxidativo, ou excesso de produção de espécies reativas de oxigênio.

Embora também possa resultar alterações na cromatina, substância constituinte do cromossomo, de mecanismos de reparo do DNA e do envelhecimento, uma vez que a qualidade dos espermatozoides naturalmente diminui com o avanço da idade.

Algumas doenças masculinas contribuem para aumentar o risco, incluindo a varicocele e os processos inflamatórios. Hábitos como o tabagismo e o alcoolismo, exposição a produtos químicos ou tóxicos e o uso de medicamentos para o tratamento de câncer, são ainda considerados fatores de risco.

Quando transmitidas as anormalidades cromossômicas podem causar o desenvolvimento de doenças como a síndrome de Down, em que o cromossomo 21 tem três cópias (trissomia 21).

Além das condições que causam interferências no funcionamento normal do sistema reprodutor masculino, a infertilidade masculina pode resultar de problemas na função sexual, como a dificuldade em ter ou manter uma ereção, ejaculação precoce, ejaculação retrógada ou pequenos volumes ejaculados e de anormalidades anatômicas congênitas ou adquiridas, que inibem a fecundação.

Tratamentos e reprodução assistida

O tratamento de infertilidade masculina pode ser feito por medicamentos, cirurgia ou por técnicas de reprodução assistida, de acordo com a causa que provocou o problema.

Tratamento por medicamentos

Distúrbios hormonais, podem ser controlados pela reposição hormonal, que possibilita o reequilíbrio dos níveis hormonais e, consequentemente, a normalização do processo de espermatogênese.

Para o tratamento de processos inflamatórios, são prescritos antibióticos de acordo com o tipo de bactéria. Se os agentes forem sexualmente transmissíveis, as parceiras também devem ser investigadas e tratadas para evitar a reinfecção.

Já os distúrbios sexuais podem ser solucionados pela administração de medicamentos específicos.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia é particularmente indicada para correção de varicocele e ou quando há obstruções, proporcionando a reparação dos dutos obstruídos.

Tratamentos de reprodução assistida

Problemas de menor gravidade, como pequenas alterações na estrutura dos espermatozoides, podem ser tratados pela inseminação artificial.

Técnica de menor complexidade, na qual os espermatozoides são previamente selecionados pelo preparo seminal, e posteriormente depositados no útero durante o período fértil. No entanto, como a fecundação acontece naturalmente, as nas tubas uterinas da parceira deverão ser saudáveis.

Se não houver sucesso nos procedimentos anteriores e nos casos em que a infertilidade é causada por fatores mais graves, é indicado o tratamento por fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).

Nessa técnica, os espermatozoides também são selecionados pelo preparo seminal. Quando eles não estão presentes no sêmen ejaculado podem, ainda, ser recuperados diretamente dos epidídimos ou dos testículos por diferentes abordagens cirúrgicas. Posteriormente são injetados dentro do óvulo, aumentando as chances de fecundação.

Os embriões que resultam desse processo são transferidos para o útero materno, onde implantam (se fixam), iniciando a gestação.

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são bastante expressivos: em média 40% a cada ciclo de realização do tratamento.

Toque aqui e conheça mais sobre a varicocele, doença masculina considerada a causa mais comum de infertilidade.

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