Gonorreia, clamídia, sífilis, tricomoníase, uretrite e HPV. Essas são alguns exemplos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Elas são disseminadas, principalmente, por meio das relações sexuais sem o uso de preservativos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em média, um milhão de novos casos de DSTs curáveis são confirmados diariamente.
A falta de tratamento, ou o tratamento inadequado de algumas DSTs afetam a saúde dos portadores, incluindo, o seu potencial reprodutivo. Por isso, ao longo deste artigo, vamos mostrar a relação entre as DSTs e a infertilidade feminina e masculina.
Boa leitura!
As doenças sexualmente transmissíveis — também chamadas de DSTs — podem ser provocadas por diversos agentes. Os mais comuns são bactérias, vírus, parasitas e outros. Em geral, eles são transmitidos por contato sexual sem o uso de preservativos, onde a pessoa que está infectada transmite para o outro.
Além disso, também há o risco da DST ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Esses casos são chamados de transmissão vertical. Entre elas, a sífilis é a mais grave, pois pode provocar sequelas ao bebê e o aumento do risco de abortamento.
Existem diversos tipos de DSTs. A seguir, conheça as principais.
A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. As mulheres, em geral, são assintomáticas, aumentando o risco de transmissão.
A bactéria Chlamydia trachomatis é responsável pela transmissão da clamídia. Os seus sintomas demoram, em média, duas semanas para aparecerem. Por isso, o seu risco de transmissão é muito alto.
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Um dos maiores diferenciais da sífilis com relação as outras DSTs são os seus sintomas. Ela se manifesta na forma de feridas nos órgãos sexuais e caroços na virilha. Sem o tratamento, os sintomas podem evoluir para manchas no corpo, cegueira e outras complicações.
A tricomoníase é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, sendo mais comum entre as mulheres. Em geral, os homens são assintomáticos. No sexo feminino, ela atinge o colo do útero, a vagina e a uretra. Nos homens, principalmente, o pênis.
O HPV (Papilomavírus humano) também é um exemplo de DST. Apesar de não ter uma relação direta com a infertilidade, ele é uma das principais causas de câncer de colo de útero.
Cada DST possui as suas particularidades, porém, elas compartilham algumas semelhanças. Os sintomas mais comuns são:
Em muitos casos, os pacientes são assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico precoce e aumenta o risco da DST ser transmitida para outras pessoas. Nessas situações, é comum que a dificuldade em engravidar seja o fator determinante para que o paciente procure um médico. Isso ocorre porque as DSTs possuem uma relação direta com a infertilidade.
A Doença Inflamatória Pélvica (DIP), por exemplo, é uma consequência da falta de tratamento de DSTs, como a gonorreia e a infecção por clamídia. Ela causa uma inflamação no útero e nas tubas uterinas, provocando aderências que dificultam a fecundação e a implantação do embrião.
Nos homens, as DSTs também podem evoluir para uma inflamação no epidídimo (epididimite), nos testículos (orquite), na próstata (prostatite) e na uretra (uretrite). Dessa forma, o funcionamento do sistema reprodutor masculino fica comprometido, diminuindo a qualidade e a quantidade de espermatozoides, podendo até causar obstrução do canal deferente e resultando numa azoospermia obstrutiva (ausência de espermatozoides no ejaculado por obstrução do canal deferente).
Para que o paciente receba o tratamento adequado é necessário descobrir a causa da DST primeiro. O relato do paciente sobre os sintomas e o exame físico durante a consulta são fundamentais para levantar suspeitas sobre o diagnóstico.
No entanto, a DST é confirmada por testes laboratoriais que analisam a secreção do paciente. A clamídia também pode ser diagnosticada pelo exame papanicolau, um dos principais exames ginecológicos de rotina.
As DSTs de origem bacteriana são tratadas com antibióticos. Ao finalizar o tratamento, o paciente não se torna imune. Por isso, o uso de preservativos durante as relações sexuais continua sendo fundamental.
Após o tratamento, a fertilidade pode não ser restaurada. Nesses casos, as técnicas de reprodução assistida são uma alternativa para os casais terem filhos.
A escolha entre a relação sexual programada, a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV) deve ser feita considerando a realidade do casal. Entre os fatores mais importantes estão a idade da mulher e a causa da infertilidade, se atingiu de forma severa ou não os ovários/útero/tubas na mulher ou testículo/epidídimo/canal deferente no homem. Entre elas, a fertilização in vitro é a técnica mais moderna e com melhores resultados atualmente.
As DSTs são transmitidas durante o contato sexual desprotegido com uma pessoa com a doença. Em alguns casos, elas são assintomáticas, aumentando o risco de transmissão. Quando não são tratadas corretamente, a DST evolui e pode causar infertilidade. A melhor maneira de preveni-las é com práticas sexuais seguras, como o uso de preservativos (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais.
Assim como as DSTs outros fatores podem colocar a saúde reprodutiva da mulher e homem em risco. Para saber como identificá-los, confira o nosso material sobre a infertilidade feminina!
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