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Endometrioma e infertilidade: existe relação?

Endometrioma e infertilidade: existe relação?

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A endometriose é uma doença bem conhecida entre as mulheres. Apesar disso, a maioria desconhece o fato de existirem diferentes tipos e cada um se apresentar de maneira diferente.

Nesse sentido, cada tipo de endometriose pode gerar um conjunto de sintomas, além de uma série de consequências em comum, como alterações na capacidade reprodutiva. A endometriose ovariana, por exemplo, afeta os ovários e pode causar infertilidade.

Esse tipo de endometriose causa pequenos cistos nos ovários, lesões endometrióticas denominadas endometriomas. O crescimento desses cistos, que ocorre sob a influência do estrogênio, pode danificar os ovários, ao prejudicar a reserva ovariana, a qualidade dos gametas, além do amadurecimento e liberação deles, provocando infertilidade por diversos fatores.

A endometriose é uma doença estrogênio-dependente, assim como os pólipos endometriais e miomas uterinos.

Isso significa que o aumento ou a diminuição dos sintomas, bem como o desenvolvimento da doença, estão diretamente relacionados à presença desse hormônio, em maior ou menor quantidade, durante os ciclos reprodutivos da mulher.

Acompanhe o texto a seguir para entender qual a relação entre os endometriomas e a infertilidade. Boa leitura!

O que é endometrioma?

A endometriose, de forma geral, se caracteriza pela presença de células do endométrio fora da cavidade uterina. Essas células podem surgir aderidas a diferentes estruturas na cavidade pélvica da mulher e, ao se multiplicarem sob a ação do estrogênio no ciclo reprodutivo, formam o que é conhecido por focos endometrióticos.

Nos ovários, permanecem encapsulados, formando pequenos cistos chamados endometriomas, que além das células endometriais são preenchidos por sangue coagulado, o que lhes confere um tom escurecido.

Conforme esses cistos crescem, podem danificar gravemente os ovários comprometendo sua função e, dessa forma, a mulher pode perder a capacidade de ovular. Assim como nos quadros de anovulação consequentes de outras doenças, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), a presença dos endometriomas pode resultar na impossibilidade de ter filhos, ou seja, em infertilidade.

Infertilidade: quais as possíveis causas?

A infertilidade é um problema global, que afeta tanto homens quanto mulheres no mundo todo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente cerca de 15% da humanidade sofre ou sofrerá com infertilidade.

Diversos são os fatores que podem dificultar a capacidade reprodutiva da mulher. Em uma boa parte dos casos, o problema é consequência da endometriose, mas existem outras condições como a endometrite e os miomas uterinos, que também podem causar infertilidade.

Além da endometriose, os fatores de risco mais comuns de infertilidade feminina, são:

É importante observar que a idade é um fator natural para a infertilidade feminina. Isso porque a mulher possui uma quantidade de gametas limitada desde seu nascimento, conhecida como reserva ovariana, que diminui com o envelhecimento e se esgota na menopausa.

Reserva ovariana

Como mencionamos, a mulher já nasce com todos os gametas de que dispõe para utilizar em sua vida, a reserva ovariana, termo que descreve a quantidade de folículos presentes nos ovários, bolsas que contêm os óvulos imaturos.

A cada ciclo menstrual, diversos folículos são recrutados, um deles se torna dominante, desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo na ovulação. Os que não desenvolveram, são naturalmente eliminados. Assim, conforme a idade avança a reserva ovariana vai diminuindo até chegar ao fim, na menopausa, quando a mulher se torna naturalmente infértil.

Além disso, a qualidade genética dos gametas também pode diminuir com o tempo, aumentando as chances de que a gravidez natural resulte em abortamento, ou no nascimento de um bebê com problemas genéticos. Por isso, é mais comum que mulheres acima dos 35 anos possam apresentar dificuldades para engravidar.

Preservação da fertilidade

Quando há o diagnóstico de endometriomas, dependendo da extensão da doença, pode ser necessário realizar uma cirurgia para a sua retirada. Porém, durante procedimento, o tecido ovariano ao redor pode ser comprometido, causando muitas vezes infertilidade permanente, mesmo quando é realizado por um profissional especializado.

Por isso, geralmente a mulher em idade fértil que ainda deseja ter filhos é aconselhada a fazer a preservação da fertilidade.

A preservação da fertilidade é possível graças à FIV (fertilização in vitro), que permite posteriormente a fecundação com óvulos criopreservados (congelados), uma vez que esse processo é realizado em laboratório.

Para congelar os óvulos, a mulher passa pela estimulação ovariana, feita com medicamentos hormonais para conseguir o maior número de óvulos maduros possível. Os folículos maduros são coletados por aspiração folicular, os óvulos extraídos, selecionados, congelados e armazenados.

Assim, essa técnica permite que a mulher tenha a fertilidade preservada, podendo utilizar os óvulos para ter filhos após o tratamento cirúrgico dos endometriomas, caso ele afete a sua fertilidade.

Como a reprodução assistida pode auxiliar nesses casos?

A mulher pode utilizar a FIV para engravidar utilizando os óvulos criopreservados. Além disso, quando a doença não está muito avançada, pode optar por não realizar a cirurgia de remoção dos endometriomas, buscando a gravidez com a ajuda da reprodução assistida.

Nesse caso, como existe a possibilidade de uma baixa reserva ovariana e mais dificuldade para ovular mesmo com a estimulação ovariana, o tratamento só pode ser feito pela FIV.

Essa técnica utiliza protocolos de estimulação ovariana mais robustos, diferente das outras de reprodução assistida, como a IA (inseminação artificial), em que a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas, que não são suficientes para conseguir a quantidade necessária de óvulos maduros quando há presença de endometriomas.

Após a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides, a fecundação é realizada e os embriões obtidos são cultivados de 3 a 6 dias, quando são transferidos ao útero para se implantar no endométrio e dar início a gestação.

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