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Endometriomas: conheça as formas de tratamento

Endometriomas: conheça as formas de tratamento

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Os endometriomas são cistos avermelhados, compostos de tecido endometrial ectópico – que cresce fora da cavidade uterina – e são típicos da endometriose ovariana.

Todos os tipos de endometriose são causados pelo crescimento de endométrio ectópico, porém os sintomas e tratamentos variam de acordo com a localização e profundidade das infiltrações dos focos endometrióticos.

No caso da endometriose ovariana, um dos principais sintomas é a infertilidade por anovulação, já que a presença dos endometriomas pode prejudicar o tecido ovariano que contém os folículos com os oócitos.

Como a endometriose em geral, o tipo ovariano dessa doença também é estrogênio-dependente e pode ser detectado por exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética da pelve com contraste.

Os principais tratamentos para os endometriomas podem seguir: pela via medicamentosa, com a administração de hormônios sexuais; pela retirada cirúrgica dos cistos; e pela reprodução assistida, dependendo dos objetivos da mulher.

Um dos tratamentos mais responsivos para a endometriose ovariana é a remoção cirúrgica dos endometriomas, porém este é um procedimento que pode oferecer riscos à reserva ovariana, dependendo do tamanho do cisto e da dificuldade em retirá-lo. Dessa forma, ela geralmente é contraindicada para mulheres que ainda pretendem ter filhos.

A reserva ovariana é o termo usado para designar uma estimativa da quantidade de folículos ovarianos que uma mulher possui em seus ovários. Ao nascer, as mulheres já possuem toda a reserva ovariana com a qual poderá contar ao longo da vida, por isso qualquer dano ao ovário que possa afetar a reserva ovariana também afeta a fertilidade das mulheres, mesmo a longo prazo.

Este texto aborda as principais formas de tratamento para os endometriomas e a infertilidade derivada dessa doença. Aproveite a leitura!

Como os endometriomas afetam a fertilidade feminina?

O endométrio é a camada que reveste internamente a cavidade uterina e é onde o embrião fixa-se após a fecundação – e permanece durante toda a gestação. Esse tecido responde ao estímulo dos estrogênios, durante o ciclo menstrual, aumentando sua espessura. Quando a fecundação não acontece, o endométrio descama e o sangramento da menstruação acontece.

Quando o tecido endometrial se desenvolve em lugares diferentes da cavidade uterina, continua respondendo à ação estrogênica do ciclo menstrual, porém essa reação causa um processo inflamatório local que pode prejudicar as funções dos órgãos acometidos.

Os endometriomas são os cistos formados no córtex ovariano, compostos por tecido endometrial e muitas vezes visíveis em exames de imagem como a ultrassonografia transvaginal.

A presença dos endometriomas nos ovários faz com que essa inflamação aconteça justamente nos folículos que são estruturas responsáveis pelo armazenamento e amadurecimento dos óvulos.

Esse processo inflamatório interfere no crescimento dos folículos, que são recrutados, porém não conseguem alcançar os estágios finais de desenvolvimento, dos quais a ovulação depende. Isso faz com que a mulher apresente infertilidade por anovulação ou disovulia e ainda pode ter sua reserva ovariana prejudicada, e isso resultando em uma diminuição do seu potencial de fertilidade.

Quais são os sintomas dos endometriomas?

A infertilidade é o principal sintoma da endometriose ovariana, porém, em alguns casos mais graves, quando os cistos crescem muito, é possível que sintomas como dor pélvica, sangramentos atípicos, menstruação dolorosa (dismenorreia) e dor durante as relações sexuais (dispareunia) também se manifestem.

Quais os tratamentos disponíveis para os endometriomas?

O tratamento para a endometriose ovariana deve ser delineado de forma individual, sempre de acordo com a intensidade da sintomatologia apresentada e com as prioridades da mulher de ter ou não filhos. A terapêutica pode ser feita por três abordagens: medicamentosa, cirúrgica e pela reprodução assistida.

Tratamento medicamentoso

Os sintomas álgicos (dores) da endometriose ovariana devido ao processo inflamatório podem ser controlados por anti-inflamatórios. Porém, o tratamento mais bem-sucedido, nesses casos, é realizado com a administração de hormônios sexuais sintéticos. É importante lembrar que todos os tipos de endometriose são doenças crônicas com alto grau de recidiva.

O tratamento hormonal pode ser feito com anticoncepcionais orais combinados ou isolados com apenas progestagênios, tendo em vista que a endometriose é uma doença estrogênio-dependente, sendo indicado para mulheres que não têm planos imediatos de engravidar. O uso dos anticoncepcionais não cura a endometriose ovariana, mas ajuda a melhorar os sintomas de dor e metrorragia (sangramento irregular), em alguns casos diminui a velocidade de progressão da doença.

Tratamento cirúrgico

Como a infertilidade é um dos principais motivos de busca por tratamento para endometriomas, ao lado dos sintomas álgicos, em muitos casos o tratamento com contraceptivos não é conveniente, já que impede a gravidez.

Nesses casos, e quando os sintomas álgicos são muito intensos, a remoção cirúrgica dos endometriomas pode ser uma opção terapêutica.

Esse é um procedimento delicado, porém normalmente bem-sucedido, feito atualmente por videolaparoscopia, uma técnica minimamente invasiva que consiste na introdução de uma microcâmera associada aos instrumentos para a ressecção dos endometriomas.

A remoção dos endometriomas por videolaparoscopia tem como desvantagem o risco de prejudicar a reserva ovariana, principalmente quando os endometriomas são grandes e difíceis de serem retirados. Assim, o tratamento cirúrgico do endometrioma em casal que esteja buscando engravidar seria mais indicado para mulheres jovens com boa reserva ovariana e quando o endometrioma tivesse tamanho até cerca de 2 cm.

O congelamento de óvulos antes da cirurgia é uma opção interessante. A intenção é ter uma alternativa, caso a cirurgia reduza a fertilidade de forma mais acentuada.

Como a reprodução assistida pode ajudar as mulheres com endometriomas?

A RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial) são duas técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade que usam a estimulação ovariana para aumentar as chances de fecundação e podem ser indicadas para mulheres com infertilidade derivada da endometriose ovariana, dependendo de alguns fatores, por isso o tratamento sempre é individualizado.

Nessas técnicas, o objetivo é induzir uns dois folículos a crescerem e se tornarem dominantes, ajudando também na ovulação por meio de estímulos hormonais.

A FIV (fertilização in vitro) é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade, indicada para os casos mais severos de infertilidade. Nem sempre o casal passa pela baixa complexidade para depois ir para a alta. Dependendo do caso, podemos indicar a FIV diretamente.

Na FIV, a estimulação ovariana também é a primeira etapa, porém com objetivo de provocar o amadurecimento de 10 a 15 folículos, número que pode ser menor ou muito maior, dependendo da resposta da mulher à estimulação, que varia de acordo com a sua reserva ovariana.

Para saber mais, acesse o link.

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