A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina. De acordo com a sua classificação morfológica, ela é dividida em: endometriose peritoneal superficial, endometriose ovariana, em que há a formação de endometriomas, e endometriose infiltrativa profunda.
No entanto, essa divisão nem sempre indica uma relação direta entre a infertilidade ou sintomas, pois esses dois fatores também dependem de outras variáveis.
Uma outra classificação divide a endometriose em graus, considerando a localização e a profundidade das lesões. Eles também ajudam a entender melhor a situação da paciente, sendo: endometriose mínima, leve, moderada e grave.
Dores pélvicas intensas são um dos principais sintomas da endometriose. Isso ocorre por conta do processo de inflamação provocado nos órgãos atingidos, como consequência da implantação do tecido anormal: na endometriose um tecido semelhante ao endométrio, que reveste internamente o útero, cresce em locais próximos, incluindo os o peritônio, os ovários e as tubas uterinas, por exemplo.
Em longo prazo, ela pode se tornar mais grave, formando aderências consequentes do processo inflamatório, que podem resultar em alterações na anatomia do sistema reprodutor. Resultado: o aumento do risco de infertilidade.
Este artigo aborda a endometriose profunda. Vamos mostrar a sua relação com a infertilidade e como um casal pode ter filhos mesmo após receber esse diagnóstico.
Boa leitura!
A endometriose é uma doença complexa que, até o momento, não possui uma causa conhecida. Ela é definida pela presença de tecido endometrial fora do útero. Durante o ciclo menstrual, o endométrio fica mais espesso para receber o embrião. Mas, se a mulher não engravidar, ele descama e é eliminado na menstruação.
A principal teoria que explica a endometriose sugere que os fragmentos do endométrio, em vez de serem eliminados pela menstruação, retornam pelas tubas uterinas e são transportados pela corrente sanguínea implantando em outros locais.
Os focos de endometriose também respondem à ação hormonal responsável pelo espessamento do endométrio, causando o desenvolvimento do tecido anormal e estimulando o processo inflamatório. Com o passar do tempo, a inflamação provoca a formação de aderências nos órgãos atingidos.
A endometriose profunda é multifocal e as lesões têm mais de 5 mm de profundidade. Estão geralmente localizadas nos ligamentos uterossacros, nos ovários, nas tubas uterinas, ao mesmo tempo que podem atingir o septo retovaginal, as paredes da vagina, o reto o intestino, a bexiga e os ureteres.
Ela provoca sintomas que podem interferir na qualidade de vida da mulher, como:
Apesar de ser uma doença comum entre as mulheres em idade reprodutiva, a endometriose ainda é cercada de estigmas. Em alguns casos, a paciente pode subestimar as dores pélvicas e demorar a procurar ajuda médica. Por ter caráter progressivo, ela pode se tornar mais grave e colocar a fertilidade da paciente em risco.
A endometriose profunda representa o tipo mais grave da doença, porém, esse fato não indica que a paciente está infértil. Apesar de ser uma das principais causas de infertilidade feminina, ser diagnosticada com a doença não significa que a mulher tem dificuldade para engravidar. Uma investigação da saúde reprodutiva do casal deve ser feita para confirmar esse fato.
A infertilidade está relacionada com problemas no funcionamento dos órgãos do sistema reprodutor que a endometriose pode causar. O avanço da doença aumenta o risco de aderências e alterações na anatomia pélvica, causando, por exemplo, um bloqueio nas tubas uterinas que dificulta a fecundação ou distorções na anatomia do útero.
Além disso, o processo inflamatório que ela provoca também prejudica a fixação do embrião endométrio.
A confirmação de infertilidade devido à endometriose profunda não significa que o sonho de ter filhos biológicos é impossível. Existem duas possibilidades de tratamento para os casais que desejam engravidar: optar pela cirurgia ou pela reprodução assistida.
O primeiro é indicado para as pacientes com sintomas graves que afetam de forma negativa a sua qualidade de vida. A cirurgia, que é realizada por meio de uma técnica minimamente invasiva chamada videolaparoscopia, visa retirar os focos da endometriose profunda.
Se os órgãos não estiverem comprometidos, o casal pode ter sucesso engravidando naturalmente após procedimento.
Quando isso não acontece a reprodução assistida é indicada. Para as pacientes com endometriose mínima ou leve, as técnicas de baixa complexidade como a relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA) apresentam bons resultados.
Enquanto para os casos de endometriose profunda, a fertilização in vitro (FIV) é mais recomendada. A FIV é uma técnica de alta complexidade com uma alta taxa de sucesso mesmo em cenários graves de infertilidade.
Ela possibilita o uso de técnicas complementares para aumentar as chances da gravidez, que são escolhidas de acordo com as necessidades de cada casal.
A endometriose profunda corresponde ao estágio mais grave da doença, apresentando lesões com mais de 5 mm de profundidade. Ela compromete o funcionamento dos órgãos atingidos, aumentando o risco de infertilidade.
Uma das características mais marcantes da endometriose é o seu diagnóstico demorado de, em média, 7 anos. O fato de ser assintomáticas em muitos casos ou com sintomas semelhantes aos de doenças, são fatores que contribuem para a demora diagnóstica e, consequentemente, do tratamento.
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