Infecções sexualmente transmissíveis (IST), como clamídia e gonorreia, são a principal causa de epididimite, a inflamação do epidídimo.
O epidídimo é um duto localizado na parte posterior de cada testículo. Ele é responsável por armazenar, nutrir e transportar os espermatozoides até que eles se tornem mais maduros e tenham maior motilidade. A inflamação tende a resultar em cicatrizes que podem provocar aderências, dificultando o transporte dos gametas masculinos e, consequentemente, a saída de espermatozoides no ejaculado, podendo causar a azoospermia (ausência de espermatozoides no ejaculado)
A epididimite pode ser aguda ou crônica. Na fase aguda, manifesta diferentes sintomas que alertam para o processo inflamatório. Porém, se não for precocemente diagnosticada e tratada, se torna persistente e crônica, quando os riscos para a fertilidade são maiores.
Este texto explica a epididimite. Destaca as causas que provocam o processo inflamatórios, os sintomas que indicam a necessidade de procurar auxílio médico, métodos diagnósticos e tratamentos.
Além de bactérias sexualmente transmissíveis, como Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, que afetam principalmente homens sexualmente ativos com hábito pouco frequente de utilizar preservativos, outras infecções, como prostatite, uretrite e cistite (inflamação da mucosa da bexiga), também tendem a se espalhar e causar epididimite.
Quando o processo inflamatório ocorre como consequência de infecções no trato urinário, pode afetar homens de qualquer idade, incluindo crianças.
A epididimite crônica, por outro lado, pode ser ao mesmo tempo motivada por infecções causadas pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, estimulando, nesse caso, o surgimento de nódulos inflamatórios.
Embora seja facilmente tratada na fase aguda, se não for diagnosticada precocemente, da mesma forma que afeta a fertilidade masculina, o processo inflamatório pode provocar a formação de abscessos no testículo ou se espalhar e resultar em uma condição bastante dolorosa chamada epidídimo-orquite.
Alguns fatores também contribuem para aumentar o risco de a inflamação no epidídimo ocorrer. Entre eles estão o histórico de ISTs, inflamações recorrentes na próstata, uretra ou bexiga, problemas estruturais no trato urinário ou procedimentos que afetam a região, como a inserção de cateter ou prótese peniana, problemas congênitos nos rins ou mesmo doenças como a caxumba.
Dor em um ou ambos os testículos, inchaço e vermelhidão da região afetada são os principais sintomas de epididimite. Porém, de acordo com o que provocou a inflamação, outros também podem manifestar, entre eles:
Para evitar a epididimite, é fundamental o uso de preservativos em todas as relações sexuais.
Exames laboratoriais e de imagem são realizados para diagnosticar a epididimite. Eles também são importantes para excluir a possibilidade de outras condições que manifestam sintomas semelhantes.
Exame de sangue: confirma a inflamação e identifica a bactéria;
Teste de urina: para confirmar ou descartar a possibilidade de a epididimite ser causada por infecções no trato urinário, identificando o agente patológico;
Exames sorológicos: exames sorológicos são obrigatoriamente realizados para identificar bactérias sexualmente transmissíveis.
Os exames de imagem mais comumente realizados são o ultrassom dos testículos e a ressonância magnética (RM). Eles avaliam os testículos e determinam se a infeção provocou alterações, principalmente quando se torna crônica, e excluem a ocorrência de outras patologias.
O tratamento mais adequado para cada caso é definido a partir dos resultados diagnósticos.
A epididimite é facilmente tratada por antibióticos na maioria dos casos. No entanto, quando o processo inflamatório provoca maiores danos, a abordagem cirúrgica é indicada.
Os antibióticos são prescritos de acordo com o tipo de bactéria que motivou o processo inflamatório e proporcionam o alívio dos sintomas em cerca de 72 horas. Geralmente é recomentada a abstenção sexual durante o tratamento, assim como fazer esforço físico em excesso.
Nos casos em que as bactérias são sexualmente transmissíveis, indica-se o tratamento da parceira, pois pode haver nova infecção. Após a finalização, é importante fazer novamente o rastreio para confirmar a cura.
Se o processo inflamatório provocar a formação de abscessos ou de aderências, a cirurgia passa a ser a melhor indicação, da mesma forma que é necessária quando a epididimite causa maiores danos ao epidídimo. Nesse caso, ele pode ser removido parcialmente ou na totalidade.
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