O sistema reprodutor feminino, geralmente é mais conhecido pelas pessoas do que o masculino, mas na verdade ambos são complexos e possuem uma dinâmica em que diversas estruturas são essenciais.
Os testículos são órgãos do sistema reprodutor masculino bem conhecidos, porém existe uma estrutura também fundamental para a fertilidade dos homens que poucos conhecem: os epidídimos.
Os epidídimos, são ductos em formato de C unidos aos testículos, desde sua parte superior externa à toda a lateral. Se conectam diretamente aos túbulos seminíferos, local em que os espermatozoides são produzidos. Ao saírem dos túbulos seminíferos, os espermatozoides são transportados aos epidídimos e lá terminam sua formação.
Isso porque eles ainda não possuem a cauda, fundamental para a sua locomoção dentro do organismo da mulher, para que consigam chegar ao óvulo e realizar a fecundação.
Assim, os espermatozoides, além de completar a formação nos epidídimos, ficam ali armazenados aguardando a ejaculação. Quando são liberados para os canais deferentes e posteriormente para a uretra, se misturam aos demais líquidos que formam o sêmen.
Todos esses processos demonstram a importância dos epidídimos para a fertilidade do homem.
Algumas condições que afetam os epidídimos, como a epididimite, podem provocar infertilidade masculina, demostrando sua importância para a saúde reprodutiva do homem, apesar de pouco conhecidos.
Neste texto abordamos a epididimite, particularmente o diagnóstico e o tratamento da doença. Boa leitura!
Epididimite é a inflamação dos epidídimos, normalmente consequência de infecções bacterianas, especialmente por clamídia e gonorreia, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Essas infecções geralmente afetam primeiro a uretra masculina e, ao se espalharem, chegam aos epidídimos causando a epididimite.
Além disso, a epididimite também pode ser resultado de traumas na região da bolsa testicular. Um exemplo é a prática de esportes que afetam os testículos de maneira frequente, como o ciclismo profissional. Além de intervenções cirúrgicas e outras formas de manipulação do aparelho reprodutor masculino, incluindo a utilização de sondas.
A inflamação característica da epididimite causa a obstrução dos epidídimos, o que impede a passagem dos espermatozoides para compor o sêmen, provocando um quadro de azoospermia obstrutiva.
O principal sintoma da epididimite é a infertilidade provocada pela obstrução dos epidídimos. A inflamação dos epidídimos, resultado da reação do sistema de defesa do organismo à infecção, cria uma hipervascularização na região, além do aumento na permeabilidade dos vasos e, consequentemente, inchaço.
Esse inchaço diminui o diâmetro interno dos epidídimos e normalmente causa obstrução na ligação com o canal deferente, impedindo a passagem dos espermatozoides
Além da infertilidade, a epididimite também pode apresentar os seguintes sintomas:
O diagnóstico da epididimite inicialmente é feito pelo exame clínico com a palpação dos testículos e posteriormente são realizados outros exames, como o de urina e a cultura das secreções penianas, se estiverem presentes, para a identificação do microrganismo responsável pela infecção. Além disso, a realização da ultrassonografia com doppler é fundamental para a análise do problema.
Quando esses procedimentos ainda não são suficientes para fechar um diagnóstico mais preciso, a tomografia computadorizada pode ser feita para melhor visualização.
O tratamento para a epididimite varia de acordo com as causas. Geralmente, como a doença é resultado de infecções bacterianas, consiste na administração de antibióticos específicos e de amplo espectro. É importante realizar o tratamento até o final para que o problema seja resolvido com sucesso.
Algumas medidas complementares também podem ser orientadas, como manter repouso com a bolsa testicular elevada e evitar carregar pesos. Além disso, a aplicação de compressas de gelo também é muito útil no alívio dos sintomas, assim como auxilia na redução da inflamação.
Na maioria dos casos de epididimite o homem fica infértil devido à obstrução causada pela doença. Assim, se houver o desejo de ter filhos, o casal pode contar com o auxílio da reprodução assistida, especialmente a FIV (fertilização in vitro).
A FIV é uma técnica que permite a coleta dos espermatozoides diretamente dos testículos, procedimento conhecido como recuperação espermática.
A recuperação espermática pode ser feita com técnicas que permitem a obtenção de espermatozoides diretamente dos epidídimos, PESA e MESA, ou dos túbulos seminíferos, TESE e Micro-TESE, com a retirada de tecido testicular.
Os espermatozoides coletados são então selecionados em laboratório, como os gametas femininos, e a fecundação é realizada por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides). Os embriões formados são cultivados por até 6 dias e transferidos ao útero.
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