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Espermograma: o que é e quando é solicitado?

Espermograma: o que é e quando é solicitado?

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O medo de muitos casais de ter seu sonho de ter filhos interrompido por diagnósticos relacionados à infertilidade é muito comum e causa ansiedade e angústia em homens e mulheres.

Dados mostram que em torno de 15% dos casais apresentam o diagnóstico de infertilidade, dos quais de 30% a 50% resultam de fatores masculinos. Diversos testes são propostos para a avaliação da fertilidade, porém o espermograma continua sendo o principal exame para o diagnóstico de infertilidade masculina.

Outras patologias, que não são diretamente identificáveis pelo espermograma, podem causar infertilidade transitória em consequência de sua fisiopatologia, como é o caso da orquite, epididimite e prostatite.

Em 2010, entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou seus critérios de normalidade dos parâmetros seminais novamente e publicou novos pontos de corte, reforçando a importância da realização do exame. Os parâmetros de análise seminal incluem a observação de aspectos como concentração, morfologia e motilidade progressiva dos espermatozoides.

O espermograma é um exame de ampla aplicação, útil na identificação de praticamente todas as doenças que causam infertilidade masculina. Além de sua baixa complexidade, a coleta do líquido seminal é feita por masturbação e a análise é laboratorial.

Nos acompanhe na leitura do texto e saiba o que e quando é solicitado o espermograma!

A produção seminal

No momento em que um homem ejacula, o líquido seminal deve estar pronto para ser eliminado pela uretra, porém esse processo é precedido de uma série de acontecimentos fisiológicos que acontecem no trajeto entre os testículos e a uretra.

Espermatozoide é o nome do gameta masculino na espécie humana, ou seja, das células reprodutivas dos homens, produzidas pelas células de Leydig, localizadas na parede dos canais seminais, com auxílio das células de Sertoli, responsáveis pela nutrição dos espermatozoides.

Depois de sua formação na região interna dos testículos, os espermatozoides percorrem um trajeto que passa por duas outras glândulas exclusivas dos homens: as glândulas seminais e a próstata. Ambas atuam na produção de substâncias que compõem o líquido seminal ejaculado.

Tanto as glândulas seminais quanto a próstata produzem substâncias alcalinas e nutritivas que alimentam os espermatozoides antes da ejaculação e durante seu trajeto dentro do sistema reprodutor feminino, na ocasião das relações sexuais. Enquanto as glândulas seminais produzem cerca de 60% do líquido ejaculado, a próstata é responsável por cerca de 30% dessa composição. O sêmen, como é chamado o líquido ejaculado, é composto basicamente por aminoácidos, enzimas e frutose.

A alcalinidade do fluido seminal tem como principal função ajudar a neutralizar a acidez do trato vaginal e evitar a morte dos espermatozoides nesse ambiente, além de impedir que estes percam sua motilidade, pelo mesmo motivo.

O que é o espermograma?

Espermograma é chamado o exame que analisa a qualidade do sêmen. É hoje o exame mais importante quando se trata de averiguar a capacidade reprodutiva masculina, qualitativa e quantitativamente.

Por meio da análise laboratorial, é possível avaliar os parâmetros como volume e capacidade de liquefação do sêmen, bem como concentração, número, tamanho e formato dos espermatozoides (toda sua morfologia), capacidade de movimento (motilidade) dessas células e também sua velocidade.

Normalmente o espermograma é o primeiro exame solicitado quando se desconfia de infertilidade masculina, porém deve-se ressaltar que o simples resultado alterado do espermograma não indica indubitavelmente que haja infertilidade masculina, mas é o marco inicial do processo investigativo sobre a possibilidade desse quadro.

Como é feito o espermograma

O espermograma é um exame muito simples, requer pouco preparo prévio e seu resultado é rápido. Porém, alguns fatores podem interferir no resultado, e por isso é importante estar atento a eles.

Alguns medicamentos ou remédios para quimioterapia ou até mesmo terapia hormonal (testosterona e androgênios) alteram de forma temporária processos ligados à espermatogênese, além de medicamentos como finasterida, omeprazol por tempo prolongado, entre outros.

Da mesma forma, o uso prolongado ou intenso de cafeína, álcool, cocaína, maconha ou tabaco, e a exposição à radiação, químicos (como pesticidas e espermicidas), ou calor prolongado podem alterar alguns aspectos da análise do líquido seminal.

A forma mais comum de coleta do líquido seminal é por masturbação, feita em ambiente discreto e reservado, geralmente já dentro do laboratório em que será feita a análise. Recomenda-se que o homem fique em abstinência sexual total (o que inclui a masturbação) de 2 a 7 dias, não mais nem menos do que isso.

É importante ressaltar esse tempo, mínimo de 2 dias e máximo de 7, porque ao mesmo tempo que as ejaculações frequentes diminuem naturalmente o volume ejaculado, períodos muito prolongados de abstinência também alteram a motilidade e vitalidade dos espermatozoides, o que pode trazer erros ao resultado do exame.

No momento da coleta, é importante ter em mente que esse procedimento precisa evitar qualquer contato do sêmen com agentes externos, por isso, antes de iniciar a masturbação, o homem deve lavar as mãos e higienizar conforma orientação do laboratório.

O sêmen deve ser armazenado em um recipiente esterilizado e de boca larga, e encaminhado imediatamente para a análise, no próprio laboratório. Não há restrições após a realização do exame e o homem pode seguir com sua rotina normalmente.

Aspectos macro e microscópicos

O espermograma analisa o líquido seminal tanto em seus aspectos macro quanto microscópicos. A análise macroscópica avalia basicamente o que se pode ver ou medir sem o auxílio de um microscópio.

Os parâmetros observados são:

Já a análise microscópica pode constatar a presença de infecções nos testículos, entre outras, por meio da concentração de leucócitos no líquido seminal, além de avaliar a qualidade dos próprios espermatozoides.

Essa qualidade é determinada pelos resultados sobre:

A presença de muitas células indiferenciadas, que “sobram” da espermatogênese incompleta, pode indicar a ocorrência de problemas com as células de Leydig ou de Sertoli.

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