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Espermograma: saiba mais sobre o exame

Espermograma: saiba mais sobre o exame

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Quando falamos sobre infertilidade masculina, um dos primeiros fatores a ser analisado é o sêmen, ou melhor a qualidade espermática. Isso porque a maior parte dos casos de infertilidade masculina acontece devido a alguma deficiência relacionada ao sêmen, seja em sua composição, qualidade ou mesmo quantidade, principalmente dos espermatozoides.

O sêmen ou esperma é um composto, formado pelos líquidos secretados pelas vesículas seminais, glândulas bulbouretrais e próstata somados aos espermatozoides, que são os gametas masculinos.

Alguns exames, como o espermograma, permitem avaliar a fertilidade masculina pela análise desses aspectos e a comparação dos resultados com um conjunto de parâmetros de normalidade, estabelecidos por consenso, na comunidade médica internacional e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Siga na leitura do texto para entender mais sobre os diferentes aspectos do espermograma, quando é solicitado e o que este exame analisa.

Boa leitura!

O que é o espermograma e quando ele é solicitado?

O espermograma é um exame laboratorial, sendo a amostra coletada por masturbação, e imprescindível na avaliação da fertilidade masculina. No exame, uma amostra de sêmen é avaliada do ponto de vista quantitativo e qualitativo, analisando aspectos específicos da composição do ejaculado e buscando estimar a fertilidade do homem em um determinado momento de sua vida.

Além de avaliar a capacidade reprodutiva do homem, com a análise da qualidade do sêmen e da saúde dos espermatozoides, o espermograma também pode ser solicitado em outras situações, como a verificação do sucesso de vasectomia ou da reversão deste procedimento.

Algumas doenças infecciosas, especialmente quando afetam as estruturas reprodutivas e a uretra – que compartilha funções com o aparelho urinário – também podem ser identificadas pelo espermograma, que sinaliza a presença de células imunológicas, indicando infecções.

No espermograma, o sêmen é analisado por procedimentos laboratoriais que observam este composto sob o ponto de vista de seus aspectos macroscópicos e microscópicos.

Análise macroscópica

A análise macroscópica do sêmen no espermograma tem como objetivo observar aspectos visíveis a olho nu, como viscosidade, quantidade (volume), cor e tempo de liquefação – quando o sêmen perde viscosidade e torna-se líquido – de uma amostra do líquido ejaculado.

O pH, que indica se o sêmen é ácido ou alcalino, também é considerado um parâmetro macroscópico, avaliado pelo espermograma.

O homem com suas funções reprodutivas preservadas apresenta um sêmen com pH igual ou inferior a 7,2 e libera em média 1,5ml de sêmen por ejaculação, que é inicialmente esbranquiçado e viscoso, tornando-se líquido e transparente em até 60 minutos.

Análise microscópica

Já a análise microscópica do sêmen, como o próprio nome sugere, visa avaliar o líquido ejaculado em seus aspectos invisíveis a olho nu, ou seja, com o auxílio de um microscópio avalia os espermatozoides e a presença de outras células.

Aspectos como a concentração total de espermatozoides na amostra de sêmen coletada e concentração por volume proporcional, bem como vitalidade, motilidade (capacidade de locomoção adequada dos espermatozoides) e morfologia dessas células são avaliados pela análise dos aspectos microscópicos, no espermograma.

Além disso, a análise microscópica do espermograma permite a detecção de leucócitos no sêmen, o que pode indicar uma infecção ativa, provavelmente instalada nos testículos (orquite), nos epidídimos (epididimite) e na uretra (uretrite).

Segundo os parâmetros de normalidade da OMS (2020) para os aspectos microscópicos do sêmen, o ejaculado normal contém uma média de 16 milhões de espermatozoides por ml de sêmen, que pode apresentar uma contagem total de pelo menos 39 milhões de espermatozoides, ao todo.

A organização também estabelece que no sêmen saudável mais de 54% dos espermatozoides estão vivos e ativos, ao menos 30% dos espermatozoides apresentam a motilidade (inclusive progressiva) preservada e 4% dessas células são morfologicamente normais.

O que são parâmetros seminais?

Os parâmetros seminais são aspectos específicos da composição do sêmen, observados pelo espermograma, com objetivo de avaliar as condições em que se encontra a capacidade reprodutiva do homem.

Estes parâmetros foram estabelecidos pela OMS e os resultados do espermograma devem ser comparados a eles:

Cada um desses aspectos é fundamental para que a taxa de sobrevivência dos espermatozoides – ao longo de todo o trajeto percorrido pelo sêmen para que a fecundação aconteça – seja satisfatória e não comprometa as chances naturais de engravidar a parceira.

Os líquidos glandulares formam o ambiente em que os espermatozoides estão embebidos e devem possuir características específicas para que estas células sobrevivam após a ejaculação, especialmente no interior do corpo da mulher.

Normalmente o pH do sêmen deve ser mais alcalino, para que a acidez natural do canal vaginal possa ser neutralizada, evitando que os espermatozoides sejam danificados nesta parte do trajeto.

Cor, volume, viscosidade e tempo de liquefação também são aspectos importantes, uma vez que estão relacionados à capacidade do sêmen de nutrir, proteger e conduzir os espermatozoides após a ejaculação.

A motilidade espermática, ou seja, a capacidade de os espermatozoides se locomoverem pela vibração de suas caudas, é ativada com a liquefação do sêmen, que se torna menos viscoso e facilita a movimentação dos espermatozoides.

Além da capacidade de liquefação do sêmen, a motilidade espermática também depende da formação adequada das células reprodutivas masculinas, na espermatogênese, e o desenvolvimento completo da cauda, que acontece já nos epidídimos.

A motilidade espermática é um parâmetro avaliado pela capacidade ou não de movimentação da cauda espermática, na maior parte dos espermatozoides de uma amostra, mas também analisa se esse movimento leva o espermatozoide a se locomover progressivamente – o que é essencial para que o trajeto até o óvulo seja percorrido corretamente.

A morfologia espermática também é um parâmetro bastante significativo na avaliação da qualidade do sêmen.

A estabilidade no formato do espermatozoides é fundamental para direcionar o nado dessas células e conservar o acrossomo até o momento em que esta estrutura se rompe para liberar as enzimas que interagem com o óvulo e romper a zona pelúcida, para a fecundação.

Resultados do espermograma e sua relação com a infertilidade

O espermograma pode ser um dos primeiros exames masculinos solicitados para o casal que está tentando engravidar, inclusive àqueles que receberam indicação para tratamento com a reprodução assistida.

Entre as alterações que o espermograma pode indicar, todas podem estar em alguma medida, relacionadas à quadros de infertilidade masculina em diferentes graus de gravidade.

As principais condições identificadas pelo exame podem ser listadas a seguir:

  1. Azoospermia: ausência de gametas no sêmen (como não existem espermatozoides no ejaculado, torna-se impossível a fecundação e a gravidez);
  2. Oligozoospermia: baixa concentração de gametas no sêmen (como a quantidade de gametas é insuficiente, as chances de sucesso de uma gravidez de forma natural diminuem muito);
  3. Teratozoospermia: muitos gametas com alterações morfológicas (atrapalham a capacidade de fecundação, causando infertilidade);
  4. Astenozoospermia: baixa motilidade espermática (diminui as chances de que uma quantidade razoável de espermatozoides chegue às tubas, para a fecundação);
  5. Hipospermia: quando a quantidade do ejaculado é inferior a 1,5 ml (além de causar dificuldades para engravidar a parceira, também pode indicar uma possível alteração hormonal, como a deficiência de testosterona).

Se ainda restaram dúvidas sobre o espermograma, toque neste link para ler mais sobre o assunto.

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