Se você já leu ou ouviu algo sobre reprodução assistida, deve ter se deparado com a expressão “estimulação ovariana”. Isso porque todas as técnicas de reprodução assistida existentes hoje começam com esse processo. Mas você sabe como esse tratamento funciona? Para entender melhor o que é estimulação ovariana, primeiro é necessário compreender a função dos ovários no organismo feminino.
Os dois ovários da mulher são os órgãos responsáveis pela produção dos óvulos, gametas femininos essenciais para a reprodução humana. Esses óvulos se desenvolvem dentro de folículos, bolsas cheias de líquido que acompanham a mulher desde o nascimento.
Na puberdade, a menina tem a menarca, sua primeira menstruação, e a partir daí os ciclos menstruais iniciam um processo contínuo para permitir a concepção e a gestação. É o início da chamada vida fértil da mulher, que irá até a menopausa, a última menstruação, que ocorre por volta dos 50 anos de idade.
Durante todo esse tempo, a cada ciclo menstrual, um dos ovários libera somente um óvulo para ser fecundado, que segue em direção à tuba uterina adjacente. Caso ocorra a fertilização, e consequente formação de um embrião, ele continuará seu caminho em direção ao útero onde deve se implantar para iniciar uma gravidez.
Para aumentar as chances de sucesso, o primeiro passo das técnicas de reprodução assistida é a estimulação ovariana, tratamento em que a mulher administra medicamentos hormonais para produzir mais de um óvulo por ciclo. Continue a leitura para saber mais.
Como explicado acima, a cada ciclo menstrual apenas um óvulo é liberado durante a ovulação. Nem sempre esse óvulo tem a qualidade necessária para ser fecundado pelo espermatozoide e formar um embrião. A estimulação ovariana vem para aumentar o número de óvulos liberados naquele ciclo, melhorando as chances de que haja pelo menos um com qualidade suficiente, favorecendo uma possível fertilização.
Esse tratamento é realizado por meio da administração de hormônios, por via oral ou injetáveis. Durante o período do tratamento, que começa nos primeiros dias do ciclo menstrual e vai até a ovulação, a paciente passa por ultrassonografias periódicas, com o objetivo de acompanhar o crescimento dos folículos ovarianos.
De acordo com a resposta dos ovários da paciente, a dose dos hormônios pode ser ajustada ao longo desse processo, para se chegar ao resultado esperado.
Quando, por meio dos exames de ultrassom, o médico verifica que os folículos chegaram ao tamanho desejado, é administrado o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG), para induzir a ovulação.
De acordo com a técnica de reprodução assistida utilizada, o tratamento de estimulação ovariana pode ter algumas diferenças. Confira abaixo:
Também chamada de coito programado (CP), a RSP é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade, na qual a estimulação ovariana é controlada para sejam produzidos, no máximo, três óvulos no ciclo. Dessa forma, aumenta-se a chance de concepção ao mesmo tempo em que se mantém baixo o risco de gravidez gemelar.
A estimulação pode ser feita com o uso de hormônios via oral ou injetáveis, de acordo com a orientação médica. Após a indução da ovulação, o casal é orientado a ter relações sexuais, para que a fertilização ocorra dentro do corpo da mulher.
A IIU, popularmente conhecida como inseminação artificial (IA), tem média complexidade e normalmente são utilizados medicamentos injetáveis durante a fase de estimulação ovariana. Essa etapa também é controlada para que não sejam liberados mais de três óvulos, minimizando as chances de gravidez de gêmeos.
Depois da administração do hCG, é agendado o procedimento para introduzir no útero da mulher o sêmen do parceiro, que é colhido por meio da masturbação ou, se necessário, por outras técnicas de coleta a partir dos testículos ou epidídimos.
Na FIV, técnica de reprodução assistida de alta complexidade, a estimulação ovariana é feita sempre com medicamentos injetáveis, e o objetivo é que sejam produzidos o máximo de óvulos possíveis. Isso porque os gametas são utilizados para fazer a fertilização em laboratório, diferente das técnicas anteriores, em que a fecundação ocorre no interior do corpo feminino.
A coleta dos folículos é realizada por meio de um procedimento de punção (aspiração), feito cerca de 36 horas depois da administração do hCG. No mesmo dia é colhido o sêmen do parceiro, para então realizar a FIV. Após um período de três a cinco dias de cultivo em laboratório, os embriões resultantes dessa fertilização são transferidos para o útero da mulher. Se houver embriões excedentes, eles podem ser congelados para serem transferidos em outro momento.
A estimulação ovariana, portanto, é uma etapa fundamental das principais técnicas de reprodução assistida, para aumentar as chances de sucesso. Para saber mais sobre o tratamento, clique aqui e leia outro conteúdo do nosso site.
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