A histeroscopia ambulatorial é uma técnica minimamente invasiva que proporciona a visualização detalhada da cavidade uterina, possibilitando, dessa forma, o diagnóstico mais preciso de diversas patologias que podem causar alterações na fertilidade.
É, por exemplo, o principal exame indicado para investigar as possíveis causas de irregularidades menstruais, caracterizadas por ciclos mais longos do que o normal, com períodos em que há maior ou menor quantidade de fluxo menstrual ou por sangramento entre os períodos.
Este texto explica o funcionamento da histeroscopia diagnóstica, destaca os casos em que a técnica é indicada e os possíveis riscos associados a ela.
Além de irregularidades menstruais, a histeroscopia ambulatorial é indicada para investigação de outras condições ginecológicas, que também podem alterar a fertilidade, incluindo anormalidades uterinas, congênitas ou como consequência de endometriose, miomas uterinos ou pólipos endometriais, consideradas causas de infertilidade feminina.
A histeroscopia ambulatorial pesquisa as possíveis causas de abortos de repetição, quando há duas ou mais perdas consecutivas de gravidez, de sangramento depois da menopausa e pós-parto.
É ainda utilizada para localizar dispositivos intrauterinos (DIU).
A histeroscopia ambulatorial é realizada em ambiente ambulatorial, na maioria das vezes com sedação. Para avaliar a cavidade uterina, utiliza o histeroscópio, um tipo de endoscópio ótico com sistema de iluminação e câmera acoplada que transmite as imagens para um monitor.
Com a mulher em posição ginecológica, o histeroscópio é introduzido pela vagina até a cavidade uterina, iluminando-a, enquanto o especialista acompanha em tempo real o exame a partir das imagens transmitidas pela câmera. A duração varia de acordo com a causa investigada: entre 5 e 20 minutos.
Para ser submetida à histeroscopia, entretanto, a mulher não pode ter nenhum tipo de sangramento que atrapalhe a visibilidade, assim como não pode estar grávida ou com infecções na região em que será realizado o exame. Por isso, o período mais adequado para realizá-la, com melhores resultados, é na primeira semana após a menstruação.
Na maioria das mulheres, o exame pode sentir um leve desconforto, enquanto outras, cólicas de maior severidade. Para evitar a dor, normalmente é prescrito um medicamento anestésico uma hora antes de o exame ser realizado ou durante o procedimento.
A histeroscopia diagnóstica raramente provoca riscos. As principais complicações associadas ao procedimento são danos acidentais ao útero ou colo uterino.
Por outro lado, é comum a manifestação de cólicas semelhantes às que ocorrem no período menstrual, sangramento leve ou manchas de tons avermelhados. Se esses sintomas ocorrerem, a abstenção sexual por uma semana ou até que o sangramento cesse é recomendada para evitar infecção.
Para reconhecer processos infecciosos, é importante ficar atenta a determinados sintomas, como cólicas severas que não diminuem com medicamento, sangramento excessivo, corrimento vaginal alterado, febre e calafrios.
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