A medicina tem tido avanços significativos nas últimas décadas. Esse avanço, principalmente se tratando da área diagnóstica, é muito importante no sentido de trazer cada vez menos sofrimento e desconfortos para a pessoa que precisa ser diagnosticada.
Antigamente, a identificação de diversos tipos de enfermidades dependia de exames diagnósticos não muito claros, sendo necessário a utilização de procedimentos mais invasivos para observação das estruturas internas do corpo que consequentemente ofereciam mais riscos para a pessoa envolvida.
Outra área da medicina de grande importância e que dispõe atualmente de técnicas cada vez mais avançadas é a cirúrgica. Os avanços nas técnicas e procedimentos cirúrgicos também são muito importantes para a redução do sofrimento e dos riscos para os pacientes.
Além disso, as técnicas atuais são cada vez menos invasivas e mais precisas, consequentemente deixando menos sequelas e resolvendo o problema de maneira mais acertada e rápida, o que contribui também para a redução do período e da intensidade da recuperação pós-cirúrgica.
Além das técnicas de laparoscopia ou videolaparoscopia, um dos procedimentos mais avançados e que consegue abranger as duas áreas da medicina, tanto a diagnóstica quanto a cirúrgica, é a histeroscopia.
É uma técnica que permite a visualização do útero e a realização de cirurgias para uma série de condições que afetam a mulher e provocam, inclusive, infertilidade, sem que seja necessário cortes e incisões, diminuindo os riscos de cicatrizes.
Continue a leitura do texto e entenda melhor a utilização da histeroscopia para o tratamento de algumas doenças que causam infertilidade feminina. Boa leitura!
A histeroscopia é um procedimento realizado com o auxílio de um instrumento especializado, dotado de uma câmera na extremidade, além de focos de luz, que favorecem uma visão clara da região uterina.
Além do histeroscópio, as ferramentas para a intervenção cirúrgica também são introduzidas por via transvaginal até o útero. A câmera realiza a transmissão para um monitor de imagens em tempo real do interior da cavidade uterina, permitindo à equipe médica acompanhar em detalhes as intervenções no útero.
A histeroscopia é dividida em duas modalidades, a histeroscopia diagnóstica e a histeroscopia cirúrgica, que apresentam algumas diferenças nos protocolos de procedimento.
Em ambos, entretanto, a mulher não pode estar grávida e nem menstruando para a realização da histeroscopia, já que isso atrapalha a visualização do útero. Além disso, é importante que faça exames para verificar se existe algum tipo de infecção, principalmente as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), já que isso também impede a realização do procedimento.
Para a histeroscopia diagnóstica, geralmente a mulher não precisa de preparo e recebe apenas anestesia local, já para a realização da histeroscopia cirúrgica, como a aplicação de uma anestesia geral é necessária, é indicado um jejum de pelo menos 8 horas. Além disso, são administrados antibióticos preventivos para evitar que qualquer infecção possa ocorrer devido à cirurgia.
Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios também costumam ser receitados para que a mulher tenha menos desconforto com o procedimento.
A histeroscopia é uma técnica muito importante para tratar diversas condições que podem levar mulheres a quadros de infertilidade. Isso porque, além de ser pouco invasiva, permite uma melhor visualização dos tecidos afetados em tempo real, oferecendo uma precisão maior nos movimentos da cirurgia em si, deixando menos sequelas e permitindo que a recuperação da mulher seja rápida e sem tanto desconforto.
Além de ser muito importante para o diagnóstico de diversas condições uterinas, a histeroscopia também é indicada para o tratamento de doenças que afetam a fertilidade da mulher, viabilizando procedimentos como:
Nos casos mais leves de pólipos e miomas, bem como na remoção de cicatrizes e aderências endometriais, é possível utilizar a histeroscopia ambulatorial com base no see and treat, ver e tratar em uma tradução literal, técnica em que o diagnóstico e o tratamento são feitos na mesma ocasião.
Já a correção anatômica do útero, que inclui principalmente casos de útero didelfo e septado, precisa ser feita pela histeroscopia cirúrgica por ser um tratamento mais invasivo.
Como vimos, a histeroscopia está envolvida no diagnóstico de diversas doenças que prejudicam a saúde do útero e especialmente do endométrio, provocando infertilidade. Nesse sentido, pode ser um dos exames que precede a indicação das técnicas de reprodução assistida.
Para a maior parte das mulheres que passam pela histeroscopia antes da indicação da reprodução assistida, a FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais frequentemente aconselhada, já que permite uma maior manipulação do endométrio, antes da transferência dos embriões que são obtidos em laboratório, fora do corpo da mulher.
A avaliação da receptividade endometrial antes da transferência embrionária diminui as chances de falha nos ciclos de tratamento com a FIV, além de abrir possibilidades de auxílio a esse processo, com medicação hormonal que estimula o endométrio.
Nos casos mais graves, em que há um comprometimento maior do útero, a FIV permite também a gestação por cessão temporária de útero ou barriga de aluguel, em que os embriões são gestados por outra mulher.
É importante lembrar que a cessão de útero deve seguir diversos critérios regulamentos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para que possa ser efetuada.
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