Dois tubos com cerca de 10 cm localizados em cada lado do útero, as tubas uterinas compõem o sistema reprodutor feminino, assim como útero, ovários e vagina. São elas que conduzem o óvulo liberado pelos ovários e os espermatozoides para que ocorra a fecundação.
São divididas em quatro partes: uterina, istmo, ampola e infundíbulo. No infundíbulo, extremidade próxima aos ovários, as fimbrias, segmentos semelhantes à uma franja, movimentam e conduzem o óvulo para o interior das tubas, que viajam até a ampola, dilatação posterior ao istmo (porção medial): é a parte mais longa e geralmente onde ocorre a fecundação, quando os espermatozoides alcançam o óvulo.
A histerossalpingografia é o principal exame realizado para avaliar a função tubária. Isso se refere não somente à sua permeabilidade, como também à anatomia, por exemplo se é tortuosa, aderida ou semiobstruída. O fator tubário pode responder a cerca de 30% das causas de infertilidade feminina.
Continue a ler este texto e entenda tudo sobre o exame, do funcionamento e casos em que é indicado, às técnicas de reprodução.
Histerossalpingografia (HSG) é um tipo de exame de raio-X com contraste iodado que permite a visualização da cavidade uterina e trompas, da mesma forma que é minimamente invasivo e considerado seguro à exposição por radiação.
Além de obstruções nas tubas uterinas, que dificultam a fecundação, o exame também é indicado se houver suspeita de anormalidades uterinas, congênitas ou provocadas por condições como pólipo e miomas uterinos, por exemplo: elas podem inibir o desenvolvimento da gravidez, levando, nesse caso, a abortamentos repetidos.
Ou seja, é particularmente indicado quando há suspeita de infertilidade feminina causada por esses fatores, além de sinequias, tumores uterinos e endometriose, ou mesmo para avaliar o resultado da cirurgia de esterilização feminina (laqueadura).
A histerossalpingografia pode ser realizada em ambiente ambulatorial, como clínicas de imagem. Após a injeção do contraste, a paciente é posicionada sob a máquina de raio-X e as imagens são feitas em diferentes posições: a fluoroscopia cria uma sequência e a projeta em uma tela. Ao final do exame, as sequências são armazenadas em diferentes mídias.
No entanto, alguns aspectos devem ser observados para a sua realização:
Os resultados da histerossalpingografia são fundamentais para a definição da abordagem de tratamento mais adequada a cada paciente: por cirurgia ou técnicas de reprodução assistida.
Obstruções podem ocorrer em apenas uma, ou em ambas (bilateral) as tubas. Por não provocarem sintomas na maioria dos casos, geralmente só são identificadas quando há dificuldades em engravidar.
Já a suspeita de anormalidades uterinas, surge a partir da detecção de patologias que podem provocá-las, ou quando ocorrem abortamentos consecutivos.
A obstrução pode ser tratada com cirurgia quando atinge seu terço médio ou distal. Nesse caso, muitas vezes a causa da obstrução são aderências que bloqueiam a tuba de forma extrínseca e ao serem desfeitas soluciona a obstrução, permitindo a passagem de óvulo e espermatozoides e, consequentemente, a fecundação.
As anormalidades uterinas também podem ser corrigidas por cirurgia, em ambos os casos as técnicas utilizadas são minimamente invasivas.
Nas obstruções tubárias proximais (istmo) ou em danos mais graves, que exigem a remoção de ambas as tubas, ainda é possível engravidar por tratamentos de reprodução assistida.
A técnica mais indicada para aumentar as chances de gravidez de mulheres com obstruções tubárias é a fertilização in vitro (FIV).
A FIV foi, inclusive, desenvolvida com este objetivo na década de 1970, momento em se tornou conhecida após o nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê concebido com a sua utilização.
Prevê a fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório e, posteriormente, a transferência dos embriões formados nesse processo diretamente para o útero materno. Ou seja, as tubas uterinas não possuem nenhuma função.
Atualmente o método mais utilizado para realizar a fecundação é a FIV com ICSI, ou injeção intracitoplasmática de espermatozoides incorporada ao tratamento em 1992: os espermatozoides são diretamente injetados em cada óvulo, aumentando, dessa forma, as chances de fecundação e a quantidade de embriões formados.
Além disso, reúne um conjunto de técnicas complementares, importantes para solucionar diversos problemas. Mulheres com distorções na anatomia uterina que não puderam ser corrigidas cirurgicamente, por exemplo, podem recorrer a uma delas para engravidar, o útero de substituição.
Após a fecundação, o útero pode ser cedido por parentes das pacientes em tratamento, como mães, irmãs, tias, sobrinhas e primas.
Os percentuais de sucesso gestacional da FIV por ciclo de são bastante expressivos: em média 50% quando se obtêm 2 bons embriões.
Siga o link e entenda detalhadamente o funcionamento da histerossalpingografia.
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