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ICSI e infertilidade masculina

ICSI e infertilidade masculina

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A reprodução assistida é um conjunto de técnicas que auxiliam casais com as mais diversas demandas reprodutivas a ter filhos com segurança. Casais inférteis são um dos grupos atendidos pelas técnicas de reprodução assistida.

Atualmente a reprodução assistida conta com três técnicas principais, das quais somente a FIV (fertilização in vitro) e a IA (inseminação artificial) atendem aos casos de infertilidade masculina.

No contexto da infertilidade masculina, enquanto a IA é indicada somente para os casos leves, a FIV é mais abrangente – já que mais complexa –, e pode ser indicada também para as situações mais severas.

A ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) é uma tecnologia complementar à FIV, inicialmente indicada para infertilidade masculina severa, mas que pode ser utilizada para melhorar também as taxas de sucesso da FIV em outros tratamentos.

Neste texto abordaremos a relação entre a ICSI e a infertilidade masculina, mostrando mais detalhes sobre a técnica e suas indicações.

Entenda melhor o que é a FIV

A FIV é a técnica mais complexa atualmente, especialmente porque sua metodologia prevê a realização de todos os processos reprodutivos iniciais em laboratório, de forma altamente controlada e por isso com mais chances de sucesso na maior parte dos casos, inclusive de infertilidade masculina.

Assim como a maior parte das técnicas de reprodução assistida, a FIV é dividida em etapas sequenciais e interdependentes, ou seja, o sucesso de uma etapa depende de que a fase anterior tenha sido também bem sucedida.

De forma geral, os tratamentos tradicionais com a FIV são divididos nestas 5 etapas, exatamente nesta ordem:

Além dos procedimentos padrão, algumas etapas também podem contar com tecnologias complementares, que direcionam os tratamentos com a FIV para atender às especificidades de cada caso.

A recuperação espermática é um exemplo de tecnologia complementar associada à etapa de coleta de espermatozoides e permite que a equipe médica obtenha gametas masculinos diretamente dos epidídimos e testículos – indicada para infertilidade masculina por azoospermia obstrutiva e não obstrutiva.

A ICSI também é uma tecnologia complementar à FIV

Desenvolvida e utilizada desde o início da década de 1990, a injeção intracitoplasmática de espermatozoide – ou simplesmente ICSI – é uma tecnologia complementar à FIV e associada à etapa de fecundação.

Além da fecundação ser reproduzida fora do corpo da mulher, na FIV com ICSI também a entrada do espermatozoides no interior do óvulo é realizada de forma controlada – o que aumentou as taxas de sucesso da fecundação e, assim, dos tratamentos como um todo.

Assim como a recuperação espermática, nosso exemplo inicial, a ICSI também foi indicada inicialmente aos casos de infertilidade masculina.

ICSI e infertilidade masculina

A infertilidade masculina é uma condição que pode ser resultado de duas formas principais de comorbidades: problemas na formação dos espermatozoides (espermatogênese) e obstruções no trajeto percorrido pelos espermatozoides e pelo sêmen, para que a ejaculação aconteça.

A ICSI pode melhorar o aproveitamento das células reprodutivas masculinas nos dois casos, dentro do contexto do tratamento como um todo, mas especialmente quando a etapa de coleta de espermatozoides contém poucas células reprodutivas viáveis, mesmo com a aplicação das técnicas de recuperação espermática.

Doenças como a varicocele, problemas genéticos, tumores testiculares e desequilíbrios na produção e expressão da testosterona podem prejudicar a espermatogênese, levando a alterações espermáticas como:

Nestes casos, a ICSI é importante viabilizar o tratamento com a FIV para casos graves de infertilidade masculina.

A técnica permite que a fecundação possa ser realizada mesmo com poucos espermatozoides disponíveis, já que a metodologia utiliza apenas uma célula reprodutiva masculina para cada fecundação.

Atualmente, além de atender aos casos de infertilidade masculina mais graves, a ICSI também tem sido utilizada nos tratamentos tradicionais da FIV, por melhorar expressivamente as taxas de sucesso dos tratamentos como um todo.

Como acontece a fecundação com ICSI?

Os preparativos para a fecundação com ICSI já começam antes mesmo desta etapa, durante a coleta de espermatozoides – que pode ser feita por masturbação ou recuperação espermática, dependendo de quais alterações espermáticas estão por trás da infertilidade masculina.

Para realizar a ICSI, independente da forma de coleta, é interessante que o sêmen seja submetido ao preparo seminal para separação da amostra total em subamostras contendo uma concentração maior de espermatozoides viáveis.

Destes, apenas um espermatozoide é selecionado e acomodado em uma espécie seringa conectada à uma agulha especial, capaz de perfurar a zona pelúcida e a membrana plasmática do óvulo e introduzir o espermatozoide diretamente no interior dessa célula.

Os óvulos devem ser coletados antes da ICSI e devidamente preparados para a fecundação, acomodados em uma placa de vidro contendo meio de cultura adequado para o desenvolvimento embrionário inicial.

Após a ICSI, os embriões são encaminhados para o cultivo embrionário, que tem duração de 3 a 5 dias, quando a transferência dos embriões é realizada.

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