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Indicações da FIV: veja quando você pode optar pela técnica

Indicações da FIV: veja quando você pode optar pela técnica

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A reprodução assistida é uma importante aliada no combate à infertilidade e, atualmente, oferece saída às demandas reprodutivas mais diversas, com suas três principais técnicas: RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro).

Neste texto abordaremos os principais contextos em que a FIV, técnica mais complexa e bem sucedida entre as três, é indicada, mostrando como o procedimento ajuda casais a realizar o sonho da maternidade.

O que é a FIV (fertilização in vitro)?

A FIV é considerada uma técnica de alta complexidade, pois permite que a fecundação seja feita fora do corpo da mulher, além de tornar possível a seleção dos melhores gametas para esse processo, melhorando tanto as chances de gestação, como a perspectiva de ter um bebê com menor potencial para desenvolver doenças e problemas genéticos.

Assim como as demais técnicas de reprodução assistida, a FIV é dividida em etapas sequenciais, em que se realizam procedimentos interdependentes, ou seja, o sucesso de uma etapa depende de que a fase anterior seja bem sucedida.

De forma geral, as etapas que compõem um tratamento com a FIV são:

Embora a FIV seja a técnica mais abrangente, as indicações dependem sempre de um rigoroso processo de investigação diagnóstica, que identifique as causas da infertilidade conjugal e permite um planejamento mais acertado para a aplicação da técnica.

Em quais casos a FIV é indicada?

 

Embora os procedimentos de reprodução assistida sejam mais conhecidos por seu papel no combate à infertilidade conjugal, a medicina reprodutiva – especialmente com auxílio da FIV – também atende a outras demandas, inclusive preventivas, das quais vamos falar mais detalhadamente a seguir.

É importante lembrar que, independentemente dos motivos pelos quais um casal não consegue ter filhos, as chances de sucesso de todas as técnicas podem ser afetadas pela idade da mulher, já que após os 35 anos é possível observar uma queda mais sensível no potencial reprodutivo feminino, em função da diminuição da reserva ovariana, tanto em quantidade, quanto em qualidade oocitária.

Infertilidade masculina

Alterações hormonais ou nas estruturas do aparelho reprodutivo masculino podem afetar a fertilidade dos homens, levando à infertilidade masculina. Na maior parte dos casos, esses problemas se refletem em alterações seminais, que podem ser identificadas pelo espermograma.

Entre as principais causas de infertilidade masculina, destacamos:

Ainda que a inseminação artificial possa ser útil quando a infertilidade masculina é provocada por alterações leves, como os casos de oligozoospermia, astenozoospermia e teratozoospermia, a FIV é a técnica mais indicada, inclusive nestes casos, e também quando não há disponibilidade de espermatozoides no sêmen, como os casos de azoospermia, obstrutiva e não obstrutiva.

Isso porque a técnica permite não somente o preparo seminal, utilizado também na IA, mas a aplicação de diversas técnicas de recuperação espermática, capazes de coletar espermatozoides diretamente dos túbulos seminíferos (TESE e Micro-TESE) ou dos epidídimos (PESA e MESA).

Infertilidade feminina

As causas femininas respondem por 50% dos casos de infertilidade conjugal, sendo um pouco mais prevalentes que as causas masculinas. Estas ainda podem ser mais complexas, já que o potencial reprodutivo das mulheres depende não somente da produção de gametas, mas também da integridade de todas as estruturas que atuam na fecundação e na manutenção da gestação.

Vamos conhecer as principais causas de infertilidade feminina:

A FIV é indicada principalmente para mulheres com infertilidade por anovulação – como acontece na SOP e alguns tipos de endometriose –, por obstrução das tubas uterinas e por problemas na receptividade endometrial.

Além da endometriose, outra causa muito frequente de infertilidade por obstrução tubária são as aderências, que são cicatrizes que o contato com algumas DSTs pode deixar no interior das tubas, o que – assim como a endometriose – atrapalha tanto a passagem e encontro dos gametas, para a fecundação, como a saída do embrião para implantação embrionária, no útero.

Os problemas na receptividade endometrial podem ser causados também por alterações hormonais que interferem no preparo endometrial e por lesões uterinas – como miomas e pólipos –, que dificultam a fixação do embrião, após a fecundação, levando à perda gestacional.

A FIV é indicada nestes contextos, por permitir uma intensa estimulação ovariana, atuando sobre os casos de anovulação, além de realizar a coleta de gametas por punção folicular, diretamente dos ovários, contornando os inconvenientes dos casos de obstrução tubária.

Também é possível atuar diretamente no preparo endometrial, nos contextos em que a mulher apresenta perdas gestacionais sequenciais ou dificuldades com a implantação embrionária, com auxílio do freeze-all e do preparo endometrial controlado.

Nestes casos, os embriões obtidos após um ciclo de tratamento com a FIV são congelados, e somente são transferidos quando a mulher consegue um preparo endometrial adequado, podendo inclusive ser estimulado por medicação à base de hormônios.

ISCA (infertilidade sem causa aparente)

Embora seja possível, atualmente, realizar profundas investigações sobre as causas da infertilidade conjugal, em alguns casos pode ser impossível determinar realmente as origens deste quadro.

A ISCA (infertilidade sem causa aparente) não é um diagnóstico, mas a ausência dele, normalmente determinada somente quando todos os exames para investigação da infertilidade já foram feitos e não apontaram qualquer alteração relevante, que justificasse as dificuldades para engravidar.

Nestes casos, o casal pode receber indicações para FIV e RSP, contudo a FIV é a técnica que mais oferece chances de conseguir a gestação, por realizar todos os procedimentos de forma altamente controlada.

Preservação da fertilidade

Diferente dos tratamentos para infertilidade, em que alguns casos podem também ser atendidos por outras técnicas, a preservação da fertilidade é uma exclusividade da FIV. Este conjunto de procedimentos permite a coleta e congelamento de gametas, que ficam criopreservados até a mulher ou o casal decidir que é o momento ideal para ter filhos.

A preservação da fertilidade normalmente é indicada para mulheres que desejam adiar a maternidade – e coletam seus óvulos antes que a redução da reserva ovariana seja mais acentuada – e também para pessoas que receberam diagnósticos de câncer, já que os tratamentos oncológicos podem afetar severamente a fertilidade.

Casais homoafetivos

Além das demandas reprodutivas dos casos de infertilidade e para a preservação da fertilidade, a FIV também pode atender aos casais homoafetivos que desejam ter filhos. Nestes casos, a fecundação só pode ser feita utilizando ao menos um dos gametas oriundos de doação.

No que tange os casais homoafetivos femininos, as mulheres podem optar pela gestação compartilhada, em que os óvulos são fornecidos por uma das parceiras e, após a fecundação com auxílio de espermatozoides adquiridos de um banco de sêmen, os embriões obtidos são transferidos para o útero da outra parceira.

Para que a FIV auxilie também os casais homoafetivos masculinos, além de buscar a doação de óvulos, o casal precisa também encontrar uma mulher que aceite passar pela gestação, num processo chamado útero de substituição.

Quer conhecer melhor esta técnica? Toque no link.

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