A infecção por clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais prevalente em diferentes países, inclusive no Brasil.
Por ser assintomática na maioria dos casos, principalmente nos estágios iniciais, geralmente é tardiamente diagnosticada, causando diferentes complicações para a saúde feminina e masculina, incluindo infertilidade.
Ainda que a infecção por clamídia possa afetar homens e mulheres sexualmente ativos, é mais comum entre as mulheres jovens, com menos de 25 anos.
Este texto explica a infecção por clamídia. Destaca as complicações provocadas pela infecção, os sintomas que indicam a necessidade de procurar auxílio médico, métodos diagnósticos e tratamentos.
A bactéria Chlamydia trachomatis é transmitida pelo sexo vaginal, oral ou anal desprotegido com pessoas infectadas, porém também pode passar da mãe para o filho durante o parto. Se não for diagnosticada e tratada, pode prejudicar a saúde reprodutiva e causar outras complicações.
Nas mulheres, é considerada a principal causa da doença inflamatória pélvica (DIP), que provoca a inflamação do útero e tubas uterinas, resultando muitas vezes em aderências que dificultam a fecundação, da mesma forma que aumenta as chances de gravidez ectópica, quando o embrião se implanta fora da cavidade uterina, principalmente nas tubas uterinas.
A clamídia também pode causar a inflamação do endométrio, tecido que recobre a face interna do útero, condição conhecida como endometrite, alterando a receptividade endometrial, resultando em falhas na implantação do embrião e abortamento.
Quando é transmitida pela mãe durante o parto, pode provocar infecção ocular grave e pneumonia no recém-nascido, assim como as mulheres infectadas têm maior risco de parto prematuro.
Nos homens, também tende a evoluir para diferentes inflamações, como: a epididimite, do epidídimo, duto que armazena e transporta os espermatozoides, resultando em aderências que obstruem o transporte dos gametas masculinos, dificultando a fecundação; a orquite, dos testículos, provocando danos testiculares e alterações na produção de espermatozoides; ou a prostatite, da próstata, causando anormalidade no sêmen.
Além disso, pode causar a inflamação da uretra (uretrite) em mulheres e homens, assim como a infecção pode afetar os olhos a partir do contato com secreções infectadas e as articulações.
A clamídia aumenta ainda o risco de outras ISTs, entre elas a gonorreia e o HIV. Esse último ataca o sistema imunológico responsável por defender o organismo de doenças.
O tempo de incubação da clamídia é de aproximadamente duas semanas, período em que pode ocorrer o contágio. Além de ser assintomática na maioria dos casos, os sintomas tendem a manifestar isoladamente e/ou de forma mais branda, o que também dificulta o diagnóstico precoce.
Secreções, dor e queimação ao urinar, urgência de micção são comuns a ambos os sexos. Veja abaixo os principais:
Para evitar a infecção por clamídia e a sua disseminação, é importante a prática sexual sempre com uso de preservativos.
As secreções femininas e masculinas são analisadas para confirmar a presença da bactéria Chlamydia trachomatis, muitas vezes detectada nas mulheres durante o exame papanicolau de rotina.
O rastreio de clamídia é obrigatório para pessoas com histórico de ISTs ou que tiveram contato com outras infectadas e, para mulheres grávidas, durante os exames de pré-natal.
Além disso, pelo menos anualmente, o rastreio é indicado para o grupo considerado de maior risco: mulheres e homens sexualmente ativos com menos de 25 anos, considerando que a prevalência da infecção é mais alta nessa faixa etária.
O diagnóstico precoce aumenta as chances de o tratamento ser bem-sucedido e diminui as de complicações, entre elas os problemas de fertilidade.
O tratamento da infecção por clamídia é realizado por antibióticos, com dosagens e ciclos de duração determinados pelo médico. O tratamento deve ser indicado também para o parceiro para evitar que haja uma nova infecção.
A recorrência de clamídia é muito comum e aumenta as chances de complicações. Por isso, é imprescindível que o rastreio seja novamente realizado cerca de três meses após o tratamento da infecção inicial, mesmo que ele aparentemente tenha sido bem-sucedido.
Nos casos em que a bactéria Chlamydia trachomatis ainda está presente, o tratamento deve ser repetido até que a cura da infecção seja definitiva. A relação sexual deve ser evitada durante o tratamento.
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