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Infertilidade sem causa aparente (ISCA)

Infertilidade sem causa aparente (ISCA)

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Quando a causa de infertilidade não é detectada pelos exames realizados para diagnosticar o problema, ela é classificada como infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Ainda que as causas de ISCA não estejam relacionadas entre as mais conhecidas de infertilidade feminina e masculina, diversos estudos explicam o que pode ter provocado alterações na fertilidade.

Por outro lado, assim como as outras categorias de infertilidade, a ISCA também pode ser tratada com a utilização das técnicas de reprodução assistida.

Este texto explica a infertilidade sem causa aparente, destacando a forma como ela é diagnosticada, as possíveis causas e as técnicas de reprodução assistida mais indicadas para cada caso.

Entenda como é feito o diagnóstico de infertilidade sem causa aparente

A ISCA é diagnosticada após a exclusão de outros fatores mais conhecidos de infertilidade feminina e masculina.

Nas mulheres, inicialmente é realizado o teste para a avaliação da reserva ovariana, que pode indicar a quantidade de folículos antrais ainda estão disponíveis para que o ovário possa liberar óvulos, enquanto os homens são avaliados pelo espermograma. O exame possibilita tanto a identificação de alterações na produção e qualidade dos espermatozoides, incluindo morfologia e motilidade, como detectar anormalidades no sêmen que podem comprometer a fertilidade.

Testes hormonais são realizados para verificar se há alterações nos níveis dos hormônios responsáveis pelo processo reprodutivo.

Os órgãos reprodutores – ovários, tubas uterina, útero e testículos – são avaliados por exames de imagem, que possibilitam a identificação de patologias ou obstruções que podem dificultar a fecundação ou o desenvolvimento da gravidez.

O rastreio genético também pode ser indicado se houver suspeita de infertilidade causada por fatores genéticos.

Se os testes falharem em detectar qualquer problema, a infertilidade é, então, diagnosticada como sem causa aparente. Ou seja, isso ocorre se a ovulação estiver regular, os gametas masculinos dentro dos padrões de normalidade e sem nenhuma alteração na produção e se não houver nenhuma anormalidade nos órgãos reprodutivos.

Conheça as possíveis causas de ISCA

As possíveis causas de ISCA são apontadas por diferentes estudos. Veja as femininas e masculinas:

Femininas

Entre as causas de infertilidade feminina está a diminuição da quantidade e qualidade dos gametas femininos, comum ao processo de envelhecimento. A baixa qualidade dos óvulos pode resultar em embriões frágeis, causando falhas na implantação e a interrupção da gravidez.

Alterações na reserva ovariana podem ser ainda provocadas por condições como a insuficiência ovariana prematura ou falência ovariana precoce (FOP), quando a função dos ovários é interrompida em mulheres com menos de 40 anos.

Anormalidades menores nas tubas uterinas muitas vezes também não são identificadas pelos exames e podem dificultar a fecundação, assim como a endometriose nos estágios iniciais, que tende a interferir no desenvolvimento e maturação do folículo, na função das tubas uterinas ou trompas em captar os óvulos e na receptividade endometrial, resultando em falhas na implantação do embrião.

Masculinas

A perda de qualidade dos gametas masculinos provocada pelo avanço da idade pode causar anormalidades cromossômicas nos espermatozoides. Elas podem ser numéricas ou estruturais e não são detectadas pelo espermograma.

Nas numéricas, chamadas aneuploidia, o número de cromossomos é maior ou menor que o normal. Elas tendem a causar abortos. Se a gestação prosperar, são transmitidas para o feto e resultam em doenças como a síndrome de Down ou trissomia do 21. Já as estruturais podem interferir no processo de formação dos gametas masculinos, chamado gametogênese ou espermatogênese.

Problemas na função espermática também não são detectados pelo espermograma e causam falhas na gravidez. Entre eles está a fragmentação do DNA espermático, que altera o núcleo dos gametas e a cromatina, substância constituinte do cromossomo, resultando em falhas de implantação.

Saiba como o tratamento para ISCA é realizado

As três principais técnicas de reprodução assistida possibilitam o tratamento de ISCA. A relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU) são de baixa complexidade, portanto indicadas para casos mais simples de infertilidade, e a fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade, indicada para casos graves de infertilidade.

As técnicas de baixa complexidade são indicadas para mulheres com até 37 anos e as tubas uterinas saudáveis. Na RSP, os espermatozoides também devem estar saudáveis, uma vez que a gravidez ocorre como no processo natural.

Já na inseminação intrauterina, os gametas masculinos podem apresentar pequenas alterações, pois os melhores são selecionados por preparo seminal e depositados no útero durante o período fértil.

Nos casos de mulheres com trompas obstruídas ou acima de 37 anos e homens com fatores graves de infertilidade ou quando não há sucesso nos tratamentos anteriores, a indicação passa a ser a FIV.

Atualmente o método mais utilizado é a FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Na ICSI, os espermatozoides selecionados são injetados individualmente em cada óvulo, aumentando as chances de fecundação.

A ISCA é diagnosticada após investigação detalhada tanto da fertilidade feminina como masculina. Detalhes nos exames revelam causas potenciais da infertilidade.

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