As malformações uterinas estão entre as principais causas de abortamentos de repetição e de falhas na implantação do embrião. Elas são assintomáticas em muitos casos, por isso, é comum que o diagnóstico seja confirmado após uma dificuldade para engravidar ou aborto.
O útero faz parte do sistema reprodutor feminino e tem como principal função a sustentação do feto durante a gravidez. Após o óvulo ser fecundado na tuba uterina, ele segue em direção ao útero para se alojar e se desenvolver.
Com relação a sua anatomia, a parte média do útero é chamado de istmo do útero. Acima dele, temos o corpo do útero e abaixo, o colo do útero (cérvix). A região superior é conectada com as tubas uterinas e a inferior, com a vagina.
O objetivo do texto é mostrar a relação entre as malformações uterinas e a infertilidade feminina. Continue a leitura e confira!
As malformações uterinas ocorrem por uma falha no desenvolvimento embrionário durante a formação do sistema reprodutor feminino. Algumas mulheres são assintomáticas e apenas descobrem que são portadoras de uma malformação após apresentarem dificuldades para engravidar e manter a gestação.
Durante a gestação, é importante que a paciente tenha um acompanhamento médico mais rigoroso e atento até o final da gestação. As principais malformações uterinas são: útero didelfo, bicorno, unicorno e septado. A seguir, confira como cada uma delas se forma.
O útero didelfo — também chamado de útero duplo — é formado por dois úteros. Eles podem ser conectados a uma mesma vagina ou vaginas diferentes. Durante a gestação, há um risco maior de abortamento ou parto prematuro, pois o bebê tem menos espaço para se desenvolver.
O útero bicorno é caracterizado pela região do corpo do útero dividido em dois, sendo parecido com o formato de um coração. Em alguns casos, a paciente sente alguns sintomas, como: dor durante a relação sexual, dismenorreia (dor no período menstrual), sangramento vaginal irregular e abortamentos de repetição. Ao longo da gestação, o útero tem mais dificuldade para aumentar de tamanho, colocando sob risco o desenvolvimento do bebê.
O útero unicorno possui metade do tamanho de um útero normal. Problemas de desenvolvimento como esse são raros. Com relação a anatomia do sistema reprodutor, em geral, a mulher portadora dessa condição possui dois ovários, mas apenas uma tuba uterina.
O útero septado é a malformação mais comum, que divide o útero em dois devido à presença de um tecido fibromuscular (septo) dentro da cavidade uterina, dividindo-a em duas partes. Ela pode ser totalmente dividida (útero septado completo) ou parcialmente dividida (útero septado incompleto).
O diagnóstico das malformações uterinas é feito por meio de exames de imagem. Os mais solicitados são: a ultrassonografia tridimensional, a histerossalpingografia e a ressonância magnética.
Para entender a relação entre as malformações uterinas e a infertilidade, precisamos conhecer primeiro a estrutura uterina e como ela se forma. Durante a gestação, o processo de divisão celular feito pelo embrião dá origem aos órgãos e aos sistemas do corpo humano.
Os ductos de Müller são estruturas embrionárias que dão origem aos órgãos genitais. No sexo feminino, por volta da 12ª semana de gestação, eles formam as tubas uterinas, o útero e parte da vagina. A presença de alguma falha durante a sua formação pode causar uma malformação.
Elas aumentam o risco de infertilidade por problemas morfológicos. E ainda, podem dificultar a implantação do embrião e o desenvolvimento do feto durante a gestação, seja ela natural ou por alguma técnica de reprodução assistida.
Mulheres com útero unicorno podem ter maior dificuldade para engravidar por terem apenas uma tuba uterina viável para a fecundação. Além disso, há um risco maior de abortamento entre as mulheres com útero bicorno e unicorno, pois o bebê tem menos espaço para se desenvolver. Ou seja, a mulher com malformações uterinas pode engravidar, mas pode ser mais difícil.
O tratamento para malformações uterinas é cirúrgico, sendo indicada para pacientes com histórico de abortamento e infertilidade. Caso a paciente não apresente sintomas ou problemas de fertilidade, não há necessidade de tratamento. A cirurgia visa corrigir a forma do útero por meio da histeroscopia.
No entanto, há risco de a cirurgia não ser eficaz. Nesses casos, a fertilização in vitro é a alternativa mais indicada para a paciente que deseja ter filhos. A sua etapa de fecundação acontece em um laboratório, diferente das demais técnicas de reprodução assistida.
A paciente passa pelo início do processo da FIV, que consiste na estimulação ovariana e punção folicular para coletar os seus óvulos. Eles são fertilizados com os espermatozoides do parceiro e transferidos para uma mulher que irá ceder o útero. A cessão temporária de útero é uma técnica complementar da FIV permitida no Brasil para casos de malformações uterinas.
As malformações uterinas ocorrem devido a um defeito durante o desenvolvimento embrionário do útero. Elas podem afetar a fertilidade porque aumentam o risco de falhas na implantação do embrião e de abortamentos. Entre as principais malformações uterinas, temos: útero didelfo, bicorno, unicorno e septado.
Diversos fatores influenciam a saúde reprodutiva da mulher. Reunimos as suas principais causas e sintomas na nossa página institucional. Confira aqui e confira as informações mais importantes sobre a infertilidade feminina!
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