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Miomas: tratamento da doença em tentantes

Miomas: tratamento da doença em tentantes

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A falta de sucesso em engravidar geralmente causa ansiedade e apreensão nas mulheres que estão tentando. No entanto, é normal a gravidez não ocorrer por até um ano de relações sexuais desprotegidas e frequentes.

Apenas após esse período pode haver suspeita de infertilidade. Nesse caso é importante procurar um especialista para investigar o que pode estar dificultando a concepção.

São várias as patologias femininas que podem causar alterações na fertilidade feminina durante a fase reprodutiva, entre elas estão alguns tipos de miomas.

A possibilidade de ter miomas assusta muitas mulheres. No entanto, embora eles sejam comuns e afetem um percentual significante das que estão vivenciando essa etapa, o índice de infertilidade, ao contrário, é bastante baixo.

Continue a leitura para saber mais como os miomas podem provocar infertilidade, os métodos diagnósticos e tratamento, incluindo as técnicas de reprodução assistida.

O que são miomas?

Miomas são tumores benignos que se desenvolvem na cavidade uterina e não estão associados ao câncer de útero, assim como é rara a possibilidade de se tornarem malignos.

O desenvolvimento deles pode ser provocado por diversos fatores, entretanto, a causa exata ainda é desconhecida. Estudos observaram, por exemplo, que o estrogênio e progesterona, hormônios sexuais femininos, que estimulam o espessamento do endométrio, camada que reveste internamente o útero, a cada mês, também são responsáveis pelo crescimento deles.

Genética e obesidade aumentam, da mesma forma, o risco. No primeiro caso a incidência em parentes de primeiro grau das mulheres portadoras, como mães ou irmãs, é frequentemente registrada, enquanto o sobrepeso responde por aproximadamente 20% dos casos.

Outro fator importante é a diferença racial: mulheres negras têm maior propensão para desenvolvê-los quando comparadas com as brancas. Assim como as que menstruaram precocemente.

Nem todo tipo de miomas causa infertilidade, as alterações ocorrem de acordo com o local de crescimento, critério que interfere, ao mesmo tempo, nos sintomas provocados por eles.

Os sintomas mais comuns de miomas uterinos são o aumento do fluxo menstrual, períodos mais longos do que o normal, cólicas severas durante os períodos ou sangramento anormal entre eles, além de micção frequente, sensação de pressão na parte inferior do abdome e dor durante a relação sexual (dispareunia).

Porém, como alguns são manifestações comuns a outras patologias uterinas, tentantes devem procurar um especialista para confirmar o problema.

Por que os miomas podem provocar infertilidade?

O útero é formado por três camadas: endométrio, que o reveste internamente, miométrio, a camada muscular intermediária e perimétrio, a camada serosa exterior.

No endométrio o embrião implanta, é nutrido e fica abrigado até a formação da placenta. Os miomas que se desenvolvem nessa camada são chamados submucosos e, embora sejam o tipo menos comum, é o que mais causa alterações na fertilidade.

Eles afetam, por exemplo, a receptividade endometrial, fundamental para a implantação do embrião ser bem-sucedida. Assim, resulta em falhas e abortamento. Por outro lado, quando crescem próximos às tubas uterinas podem provocar obstrução, dificultando ou impedindo a fecundação.

Miomas submucosos que se estendem para o interior do útero, chamados intracavitários, tendem, ainda, a causar complicações na gravidez, incluindo descolamento da placenta, parto prematuro e hemorragia pós-parto, embora eles não provoquem nenhum risco para o desenvolvimento fetal.

O miométrio, camada intermediária e muscular, promove as contrações na hora do parto. Os miomas que crescem nessa camada são o tipo mais comum: é, inclusive, a partir de uma única célula do miométrio que eles se formam.

São chamados miomas intramurais e possuem tamanhos que variam de poucos milímetros a vários centímetros. Maiores, podem causar distorção na anatomia uterina dificultando o desenvolvimento do feto ou impedindo a sustentação da gravidez.

Sintomas como sangramento abundante ou entre os períodos e cólicas severas são característicos desses dois tipos de miomas.

Se crescerem no perimétrio, camada externa ou serosa, os miomas são chamados subserosos. Por terem mais espaço podem atingir grandes dimensões e comprimir órgão com a bexiga, levando ao aumento na frequência urinária e, do volume uterino. Porém, esse tipo de mioma não causa nenhuma alteração na fertilidade.

Ainda que possam resultar em infertilidade os miomas têm tratamento na maioria das vezes e uma grande parte das tentantes consegue engravidar quando eles são a única causa de infertilidade.

Diagnóstico e tratamento para tentantes

Além dos sintomas, a suspeita de miomas surge geralmente durante o exame ginecológico de rotina com a detecção de sinais como o aumento do volume uterino.

Para confirmar a presença de miomas e descartar a possibilidade de outras patologias uterinas que podem manifestar sintomas semelhantes, incluindo a endometriose e os pólipos endometriais, são realizados diferentes exames de imagem.

A partir dos resultados diagnósticos é definida a abordagem terapêutica mais adequada para cada paciente, que considera o desejo dela engravidar no momento e a severidade dos sintomas.

Quando os miomas não causam sintomas ou infertilidade, devem ser apenas observados. Se houver sintomas é indicada a terapia hormonal: ao mesmo tempo os alivia e contribui para a redução, também importante se houver necessidade de cirurgia.

A cirurgia tem como objetivo removê-los e é indicada para as mulheres com infertilidade que desejam engravidar, ou se os sintomas manifestarem de forma mais severa. O procedimento é conhecido como miomectomia e é realizado por técnicas minimamente invasivas. Nos casos em que os miomas resultam em distorção da anatomia uterina, ela também é corrigida.

Há boas chances de gravidez após o tratamento. Se isso não acontecer, como nos casos em que eles provocam obstruções ou anormalidades uterinas, a fertilização in vitro (FIV) é a técnica de reprodução assistida mais adequado quando a infertilidade provocada por miomas.

A FIV prevê a fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório e transferência dos embriões para o útero. Dessa forma, permite contornar as obstruções tubárias causadas por miomas intramurais, uma vez que não há função para as tubas uterinas.

Enquanto o teste ERA, uma das técnicas complementares à FIV, ajuda a identificar com o período mais provável de receptividade uterina para transferir o embrião. O teste contribui para minimizar as falhas de implantação e abortamento.

A FIV proporciona, em média, 50% de chance de a gravidez ser bem-sucedida a cada ciclo de tratamento quando se tem de 1 a 2 bons embriões.

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