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O que é azoospermia?

O que é azoospermia?

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Durante a ejaculação, o sêmen é produzido a partir de uma suspensão concentrada de espermatozoides, armazenados nos dois epidídimos, misturados com e diluídos por secreções líquidas dos órgãos sexuais acessórios. Assim, seu objetivo é abrigar e transportar os gametas masculinos até as tubas uterinas para que a fecundação ocorra.

A produção de espermatozoides acontece nos túbulos seminíferos, estruturas localizadas nos testículos e, posteriormente, armazenados e nutridos em outros dutos, os epidídimos, até se tornarem maduros para serem transportados e ejaculados.

O sêmen se forma nesse percurso, a partir da incorporação dos espermatozoides ao fluído seminal produzido pelas vesículas seminais e próstata. É cremoso, espumoso e esbranquiçado.

Quer saber o que é azoospermia? Continue a leitura.

Azoospermia

A azoospermia é uma condição em que os espermatozoides não estão presentes no sêmen ejaculado. Diferentes fatores podem provocar a ausência de espermatozoides no sêmen, por isso a azoospermia é classificada como obstrutiva e não obstrutiva.

A obstrutiva é o tipo mais comum, caracterizada por um bloqueio que impede o transporte. Pode ocorrer nos epidídimos, dutos deferentes (que os transportam) ou ejaculatórios.

Já a não obstrutiva tem como característica a diminuição ou interrupção da produção de espermatozoides pelos testículos.

O que causa cada tipo de azoospermia?

Veja abaixo as causas de azoospermia obstrutiva e azoospermia não obstrutiva:

Azoospermia obstrutiva

As obstruções que impedem o transporte dos gametas masculinos geralmente são consequência de inflamações como epididimite, do epidídimo e orquite, dos testículos, frequentemente causadas por infecções sexualmente transmissíveis (IST), entre elas a clamídia e a gonorreia.

Os processos inflamatórios podem levar à formação de aderências, provocando, assim, as obstruções. No entanto, também podem resultar de tumores, cistos ou da ejaculação retrógada, quando o sêmen flui para bexiga em vez de sair pela uretra durante o orgasmo. Este tipo também é conhecido como azoospermia pós-testicular.

Azoospermia não obstrutiva

A azoospermia não obstrutiva é subdividida em pré-testicular e testicular. As causas de alterações na produção de espermatozoides, variam de acordo com cada subtipo.

Também são considerados fatores de risco para alterações na produção de espermatozoides, hábitos como alcoolismo, tabagismo, superexposição ao calor e a toxinas, quimioterapia ou radioterapia, obesidade ou mesmo alguns transtornos emocionais, incluindo ansiedade e depressão.

Como a azoospermia é diagnosticada?

Homens com azoospermia não apresentam nenhum tipo de sintoma na maioria das vezes. Normalmente é percebida quando há dificuldade para engravidar a parceira. Se houver suspeitas, o especialista solicitará diferentes exames. Além de confirmar o problema, eles vão indicar o tipo que o causou.

O espermograma, exame padrão para avaliação da fertilidade masculina, é o primeiro solicitado. Além de confirmar a ausência de espermatozoides nas amostras de sêmen analisadas, aponta, ainda, possíveis anormalidades no líquido seminal.

Após a confirmação, são solicitados exames de sangue, que indicam a possibilidade de inflamações e a bactéria causadora, testes hormonais, para avaliar os níveis dos hormônios sexuais masculinos e, exames de imagem, como a ultrassonografia dos testículos com doppler e a ressonância magnética (RM), que verificam a presença de bloqueios.

Os resultados são importantes para definir a abordagem terapêutica mais adequada para cada paciente. Ainda que possa ter cura em muitos casos, quando o diagnóstico é realizado precocemente as chances são maiores.

Infertilidade e reprodução assistida

A azoospermia está entre as causas mais comuns de infertilidade masculina. Nos casos em que o tratamento farmacológico ou cirúrgico não proporciona a restauração da fertilidade, a fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV com ICSI) é o tratamento indicado para possibilitar que esse homem tenha filhos.

Na FIV com ICSI, é possível recuperar os espermatozoides do epidídimo ou dos testículos com a utilização de diferentes abordagens cirúrgicas:

TESE, sigla em inglês para testicular sperm extraction, e Micro-TESE, ou microdissection testicular sperm extraction, são os métodos utilizados quando a azoospermia é não obstrutiva. Eles possibilitam a recuperação dos espermatozoides diretamente dos testículos.

Quando a azoospermia é obstrutiva, os espermatozoides são recuperados dos epidídimos. Os métodos utilizados são PESA (percutaneous epididymal sperm aspiration) e MESA (microsurgical epididymal sperm aspiration).

Desde a década de 1990 a azoospermia, assim como outros fatores graves de infertilidade masculina, pode ser tratada pela FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), que utiliza diferentes métodos cirúrgicos para recuperação dos espermatozoides.

Depois de serem coletados, posteriormente os espermatozoides são avaliados individualmente por um microscópio de alta potência e injetados diretamente no óvulo pelo micromanipulador de gametas, um aparelho de alta precisão.

Os percentuais de sucesso da FIV com ICSI são bastante expressivos: de aproximadamente 40% a 60%.

Saiba mais detalhes sobre a azoospermia em nosso conteúdo elaborado especificamente para isso.

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