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O que é barriga de aluguel?

O que é barriga de aluguel?

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A reprodução assistida transformou o cenário dos tratamentos de infertilidade com suas técnicas cada vez mais bem elaboradas. A FIV (fertilização in vitro) se destaca como um recurso avançado da medicina reprodutiva e pode viabilizar a gravidez diante de diferentes condições — até casos bem graves, como ausência de útero, o que pode ser solucionado com uma barriga de aluguel.

Além dessa técnica, há várias outras que complementam os processos de FIV e possibilitam a gestação para pessoas inférteis, como a doação de gametas. Mas, neste post, daremos enfoque à barriga de aluguel. Continue a leitura e entenda como é o procedimento e para quem é indicado.

Barriga de aluguel

Barriga de aluguel é um termo popular que se refere à cessão temporária de útero, ou ainda útero de substituição — uma importante técnica da reprodução assistida, indicada para mulheres com infertilidade por fatores uterinos graves, ou quando possui alguma contraindicação médica de gestar por risco para a mãe ou bebê. A opção de tratamento também tem favorecido os casais homoafetivos masculinos.

Com a cessão temporária de útero, uma mulher com perfeitas condições uterinas cede seu órgão e assume a gestação para um casal infértil. A cedente passa por uma série de avaliações físicas e psicológicas. Afinal, gerar uma criança e saber que não ficará com ela é uma experiência complexa e que também requer preparo emocional.

Apesar do termo “barriga de aluguel”, a cessão temporária de útero não pode ser realizada com caráter lucrativo ou comercial, assim como outras técnicas da reprodução assistida, como doação de gametas e embriões. Essa norma é defendida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio da Resolução nº 2168/2017.

O CFM ainda determina que a cedente temporária de útero seja uma pessoa do círculo familiar dos futuros pais. A possibilidade se estende até o parentesco de 4º grau e inclui mãe, filha, irmã, avó, tia, sobrinha e prima.

Como a técnica é realizada?

A barriga de aluguel é uma técnica complementar nos tratamentos de FIV. Portanto, o processo inclui todas as etapas necessárias para gerar o embrião e transferi-lo para o útero de substituição.

Em geral, a FIV se divide em cinco etapas principais: estimulação ovariana; punção dos folículos e preparo seminal; fertilização; cultivo dos embriões; transferência para o útero. Mas cada caso recebe direcionamento individual e pode envolver a utilização de diferentes técnicas.

Para contextualizar como funciona a cessão temporária de útero, vamos explicar de forma breve as demais etapas da FIV: o tratamento começa com a estimulação ovariana, que consiste na administração de medicamentos hormonais para desenvolver os folículos dominantes e produzir uma quantidade maior de óvulos maduros.

Mulheres que precisam recorrer à barriga de aluguel, mas que não apresentam baixa reserva ovariana (baixa quantidade de óvulos), podem passar pela estimulação ovariana e gerar um embrião com seus próprios gametas. Entretanto, pode ser preciso utilizar também outra técnica: a doação de óvulos. Esse recurso é indicado para pacientes com problemas pouca quantidade ou qualidade de óvulos, assim como para casais homoafetivos masculinos.

A segunda etapa da FIV inclui a punção folicular e o preparo seminal. Nesse momento, os espermatozoides são coletados e selecionados conforme alguns parâmetros de qualidade, como morfologia e motilidade. Enquanto isso, os gametas femininos também são analisados e preparados para a fertilização.

A fecundação ocorre em laboratório e o método mais utilizado nos tratamentos atuais é a FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), que consiste em injetar o espermatozoide no citoplasma do óvulo. Depois disso, os embriões gerados são observados em seu desenvolvimento inicial entre dois até seis dias.

Após o período de cultivo, os embriões são transferidos para o útero. Se houver necessidade, a mulher que vai gerar o bebê pode receber medicamentos hormonais para preparar o endométrio e aumentar as chances de implantação do embrião.

Quando o útero de substituição é indicado?

A barriga de aluguel é indicada para pessoas que desejam ter um filho biológico, mas que não têm condições físicas de gerar o bebê. Entre as mulheres com fator uterino grave, o útero de substituição é recomendado nas seguintes situações:

Casais homoafetivos masculinos também têm a possibilidade de ter filhos biológicos com a cessão temporária de útero, sendo que o sêmen utilizado pode ser de um dos parceiros. Nesse caso, é preciso recorrer à doação de óvulos, isto é, os gametas de uma doadora são fecundados com os espermatozoides de um dos pacientes e transferidos para uma barriga de aluguel.

Por fim, entre as pessoas que podem solicitar a barriga de aluguel também estão os homens que querem passar pela paternidade sem uma parceira. Assim como para os casais masculinos, essa possibilidade é confirmada pelas normas éticas, as quais defendem o uso das técnicas de reprodução assistida para relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras.

Quer conhecer um pouco mais a respeito desse assunto? Leia também o nosso texto institucional e veja mais informações sobre barriga de aluguel!

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