O útero, órgão do sistema reprodutor feminino em formato de pera, tem uma função fundamental para a reprodução humana: ele é responsável por abrigar o embrião – futuramente feto – do início ao fim da gestação. Para isso, o útero é coberto internamente por uma mucosa chamada de endométrio. Esse tecido sofre alterações ao longo do ciclo menstrual da mulher, de acordo com a ação dos hormônios.
No início do ciclo, entendido como o começo da menstruação, o endométrio se descama e sua superfície é eliminada na forma de sangramento. Depois, essa camada mucosa começa a engrossar, com o objetivo de preparar o útero para receber um embrião, formado a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide.
Caso a fecundação ocorra, o embrião encontrará as condições adequadas para se implantar no endométrio, dando início a uma gestação. Se isso não acontecer, o endométrio começa a se descamar novamente, dando início a um novo ciclo menstrual.
Para que a fertilidade feminina esteja normal, ou seja, para que a mulher tenha condições de conceber e gestar sem problemas, é fundamental que não só o útero e o endométrio estejam saudáveis, mas também outros órgãos do sistema reprodutor, como as tubas uterinas e os ovários.
Neste artigo, vamos falar sobre a endometriose, doença relacionada ao endométrio e que pode afetar a fertilidade feminina e a qualidade de vida da mulher. Saiba mais a seguir.
Estudos apontam que cerca de 20% das mulheres em idade fértil tenham endometriose. Nessa doença ocorre o desenvolvimento de células endometriais fora do útero. É mais comum que elas sejam encontradas nas tubas uterinas ou nos ovários, mas também podem se desenvolver em outros órgãos, com intestino e bexiga.
Esse tecido endometrial alojado em outros órgãos também sofre a ação dos hormônios ao longo do ciclo menstrual. Ou seja: ele cresce e descama, o que pode gerar um processo inflamatório e causar dores na região pélvica, fortes cólicas menstruais, dor durante relações sexuais e dor ou sangramento ao urinar e evacuar.
Outro sintoma comum da endometriose é a infertilidade. A dificuldade para engravidar pode ocorrer em qualquer estágio da doença e depende sobretudo do local afetado. Lesões de endometriose nas trompas, por exemplo, podem causar aderências ou obstruções, dificultando a fecundação. Já quando a doença afeta os ovários, podem ocorrer distúrbios ovulatórios.
É importante ressaltar, porém, que, embora seja uma queixa comum, a infertilidade não acomete necessariamente todas as mulheres com endometriose. Estudos apontam que de 30% a 50% das mulheres com a doença apresentam dificuldade para engravidar naturalmente.
O diagnóstico da endometriose costuma ser difícil e pode levar anos. Isso porque a condição é muitas vezes silenciosa, ou seja, a mulher não apresenta sintomas. Além disso, os sintomas, quando ocorrem, são semelhantes aos de outras doenças, como como doença inflamatória pélvica e síndrome do cólon irritável. Normalmente o diagnóstico definitivo da endometriose é realizado por meio de um procedimento cirúrgico de videolaparoscopia.
A partir do diagnóstico, é possível tratar a endometriose, seja para diminuir os sintomas, seja para aumentar as chances da paciente de engravidar naturalmente ou via técnicas de reprodução assistida. Veja abaixo as principais opções de tratamento.
A cirurgia para corrigir lesões causadas pela endometriose pode ter graus de complexidade distintos de acordo com o estágio da doença. Em alguns casos basta uma cauterização de focos de tecido endometrial ou liberação de aderências e obstruções nas tubas uterinas.
O uso de anticoncepcionais orais também pode ser uma opção de tratamento para casos de endometriose leve. É possível ainda administrar o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRHa), caso os anticoncepcionais não ajudem a diminuir os sintomas.
Tanto o tratamento cirúrgico quanto o medicamentoso podem ajudar a diminuir os sintomas de endometriose e facilitar uma gravidez natural. No entanto, caso a paciente não tenha outras queixas relacionadas à doença além da infertilidade, é possível utilizar técnicas de reprodução assistida. Entre as opções estão:
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