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O que é espermatozoide?

O que é espermatozoide?

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É importante que o casal que planeja ter filhos e dá início às tentativas para engravidar saiba que a realização desse sonho depende da fertilidade do homem e da mulher na mesma proporção.

Isso porque a formação da primeira célula do futuro bebê (zigoto) é resultado direto da fecundação: o encontro entre óvulo e espermatozoide – as células reprodutivas feminina e masculina respectivamente – para a formação da célula primordial do desenvolvimento humano.

Nesse sentido, além do sucesso da fecundação, é importante também que óvulos e espermatozoides estejam saudáveis e sejam geneticamente viáveis. A saúde e a viabilidade dessas células dependem da integridade de alguns aspectos específicos de cada tipo.

No caso dos espermatozoides, problemas associados à motilidade e morfologia espermática podem comprometer a fertilidade do casal, assim como condições que afetam a presença dos espermatozoides no sêmen, como na azoospermia.

O espermatozoide é uma célula com características bastante peculiares em relação a todos os tipos celulares do corpo humano, principalmente no que diz respeito à quantidade de DNA.

Tudo no espermatozoide funciona para melhorar as chances desta célula sobreviver ao ambiente do corpo feminino e chegar íntegra ao cenário da fecundação, com capacidade para disputar a entrada no óvulo com os demais espermatozoides.

Continue conosco na leitura do texto a seguir e entenda melhor o espermatozoide, seu papel na reprodução humana, o processo de formação dessas células e as consequências da sua ausência no sêmen.

O DNA do futuro bebê é formado na fecundação

Todas as informações sobre nós, seres humanos – e todos os seres vivos – estão codificadas bioquimicamente no DNA de cada um.

O DNA é formado por inúmeras cadeias de genes – que codificam cada uma de nossas características e processos –, condensadas e setorializadas nos cromossomos, que se apresentam sempre aos pares.

O DNA do ser humano é constituído por 46 pares de cromossomos, incluindo os cromossomos sexuais X e Y, sendo 23 cromossomos herdados do óvulo e seus 23 pares correspondentes, herdados do espermatozoide.

Nesse sentido, a fecundação é um evento que somente pode acontecer com óvulos e espermatozoides, as únicas células do corpo a conter somente metade do DNA da mulher e do homem, respectivamente.

No momento da fecundação, um dos espermatozoides que estão em disputa consegue romper a zona pelúcida e entrar no meio intracelular do óvulo, que se fecha imediatamente para qualquer outro espermatozoide.

O corpo espermático se desfaz, liberando o DNA espermático para o encontro com o DNA do óvulo. Nesse momento o pareamento dos cromossomos acontece, formando o material genético final do futuro bebê – uma combinação do pai e da mãe.

Conheça melhor o espermatozoide

Embora todo o sêmen seja essencial para a fertilidade masculina, as células reprodutivas masculinas propriamente ditas são os espermatozoides, que precisam dos líquidos seminais para sobreviver fora do corpo do homem.

O espermatozoide é uma célula microscópica, constituída por três partes principais: cabeça, peça intermediária e cauda.

Na cabeça está o pronúcleo com o DNA espermático e o acrossomos – uma vesícula contendo enzimas para o rompimento da zona pelúcida na fecundação. A peça intermediária conecta a cabeça à cauda e é repleta de mitocôndrias.

Essas organelas celulares são abundantes para suprir a demanda de energia necessária na locomoção do espermatozoide, que acontece pela vibração da cauda.

Os líquidos seminais conseguem melhorar a taxa de sobrevivência dos espermatozoides no corpo da mulher por seu pH, que neutraliza a acidez do trato reprodutivo feminino, e pela presença de substâncias protetivas e nutritivas que criam um ambiente mais favorável para essas células.

Os espermatozoides são formados continuamente, não somente no momento da ejaculação. Enquanto a cabeça e a peça intermediária são formadas nos testículos, a cauda do espermatozoide somente conclui seu desenvolvimento nos epidídimos.

O processo de formação dos espermatozoides é chamado espermatogênese

A espermatogênese é um processo mediado principalmente pelas gonadotrofinas FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), produzidas na hipófise e que possibilitam o amadurecimento dos espermatócitos e a produção de testosterona, nos testículos.

Esse processo tem início nos túbulos seminíferos, uma rede de ductos que forma a maior parte do tecido testicular e desemboca nos epidídimos. Nos túbulos seminíferos os espermatozoides se formam, contudo somente nos epidídimos a cauda finaliza seu desenvolvimento e o espermatozoide está realmente pronto.

Para compor o sêmen na ejaculação, os espermatozoides são conduzidos dos epidídimos para os ductos deferentes, que recebem a produção das glândulas anexas – próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais –, responsável pela parte líquida e viscosa do sêmen.

Essa mistura entre os líquidos seminais e os espermatozoides é expelida pela uretra, com auxílio de uma dinâmica muscular e nervosa específica, no momento da ejaculação.

Azoospermia: ausência de espermatozoides no sêmen

A infertilidade masculina é uma condição que pode ter origens diversas e, por isso, graus diferentes de severidade e comprometimento das funções reprodutivas.

Uma condição diretamente associada à infertilidade masculina, a azoospermia é considerada grave já que o sêmen ejaculado não apresenta espermatozoides vivos, ativos e viáveis.

O espermograma é o exame utilizado para identificar a azoospermia – além de outras alterações espermáticas –, embora os motivos pelos quais o sêmen está ausente de espermatozoides somente pode ser determinado por outros exames.

A azoospermia pode ser dividida em dois tipos, segundo suas causas: azoospermia obstrutiva, quando existe um bloqueio dos ductos de condução dos espermatozoides para a composição do sêmen, e azoospermia não obstrutiva, se as falhas estão na própria espermatogênese.

Nesse sentido, as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) estão entre as principais causas de azoospermia obstrutiva, enquanto a varicocele é o motivo mais frequente de azoospermia não obstrutiva.

Infertilidade masculina e o papel da reprodução assistida

A reprodução assistida é frequentemente indicada para casais cujo diagnóstico de infertilidade conjugal envolve um quadro de azoospermia, obstrutiva e não obstrutiva.

Entre as técnicas disponíveis, a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro) são indicadas para infertilidade masculina por permitir níveis maiores de manipulação do sêmen e dos espermatozoides, que são coletados para o tratamento.

Os espermatozoides podem ser coletados por recuperação espermática, indicada principalmente para casos de azoospermia. Nessas técnicas, diferentes procedimentos conseguem obter espermatozoides diretamente dos epidídimos e dos túbulos seminíferos, mesmo ainda imaturos.

Essas células são então selecionadas e mantidas para crescimento em um meio de cultura adequado e utilizadas na fecundação em laboratório, no caso da FIV.

Além da recuperação espermática, o preparo seminal também é fundamental para melhorar as chances de sucesso da FIV em casos de infertilidade masculina. Se quiser saber mais sobre preparo seminal, toque neste link e aproveite nosso conteúdo completo!

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