Os casais que dão início às tentativas para engravidar e encontram dificuldades, ou que passam por sucessivas perdas gestacionais e não conseguem levar a gravidez a termo, podem desenvolver preocupações sobre a própria fertilidade e se perguntar: como saber se sou infértil?
Durante algum tempo, a ciência e a medicina acreditaram que os problemas de fertilidade fossem exclusivos da mulher e que ela seria sempre a responsável pelas dificuldades reprodutivas do casal.
Hoje, no entanto, sabe-se que a infertilidade masculina também existe e que inclusive a quantidade de casos de infertilidade conjugal por fator masculino é proporcional aos casos provocados por fator feminino.
Quando o casal busca atendimento médico porque encontra dificuldade para engravidar, a confirmação do diagnóstico de infertilidade é feita somente após a realização de uma bateria de exames, laboratoriais e de imagem, que também são fundamentais para a escolha dos melhores tratamentos.
É relativamente comum, porém, que os exames não consigam encontrar uma causa concreta para a infertilidade conjugal, o que chamamos ISCA (infertilidade sem causa aparente), e normalmente o casal recebe indicação para reprodução assistida.
Continue conosco na leitura deste texto e entenda melhor o que é a infertilidade e como saber se você é infértil. Boa leitura!
A infertilidade conjugal é um problema de saúde pública, que afeta aproximadamente 15% da população mundial, entre homens e mulheres em idade fértil e sexualmente ativos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A definição de infertilidade é também da OMS e aponta que o diagnóstico inicial da doença pode ser dado ao casal que não consegue engravidar após 12 meses de tentativas. Se a mulher tem mais de 35 anos, esse tempo diminui para 6 meses.
O casal que consegue engravidar, porém passa por perdas gestacionais antes da 22ª semana de gestação, o que configura um quadro de aborto de repetição, também pode ser diagnosticado com infertilidade.
Quando o casal não apresenta sintomas evidentes de problemas que podem afetar a função reprodutiva, a investigação sobre as causas da infertilidade normalmente começa após esse período de tentativas.
O primeiro sinal de infertilidade é precisamente a dificuldade para engravidar e levar a gestação a termo, porém o casal pode observar alterações de saúde com potencial para levantar suspeita sobre o diagnóstico por trás do quadro.
Sintomas dolorosos que afetam os testículos e a pélvis, bem como alterações no aspecto do sêmen e do conteúdo menstrual, presença de corrimentos e secreções de cor e odor alterados podem indicar doenças que provocam infertilidade.
Vamos conhecer melhor as principais causas e sintomas da infertilidade em homens e mulheres.
As alterações espermáticas estão por trás da maior parte dos casos de infertilidade masculina identificadas pelo espermograma. O exame pode apontar diagnósticos iniciais como azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen), oligozoospermia (poucos espermatozoides no sêmen), astenozoospermia (baixa motilidade espermática) e teratozoospermia (muito espermatozoides com anomalias morfológicas).
As doenças que provocam essas alterações, no entanto, podem ser diversas e devem ser investigadas após o espermograma por outros exames, como a ultrassonografia testicular e o teste de fragmentação do DNA espermático.
A infertilidade masculina normalmente é decorrente de dois tipos básicos de alterações, que se refletem na qualidade seminal: por problemas na produção dos espermatozoides e líquidos seminais, e pela presença de obstruções no trajeto dos espermatozoides, para a formação do sêmen e ejaculação.
Entre as principais causas de alterações seminais que resultam em infertilidade masculina, destacamos:
Considerando a complexidade do aparelho reprodutor feminino e o fato de que toda a gestação acontece dentro do corpo da mulher, podemos dividir as causas da infertilidade feminina, segundo as estruturas majoritariamente afetadas pelas doenças e alterações, em infertilidade por fator ovariano, por fator tubário e por fator uterino.
A produção de gametas é a principal causa de infertilidade por fator ovariano, além dos problemas que levam à redução anormal da reserva ovariana, todo o estoque de células reprodutivas da mulher.
Sintomas como ausência de menstruação podem estar acompanhados de quadros de anovulação (quando a mulher não ovula) e oligovulação (poucos ciclos ovulatórios por ano), em que há pouca chance de fecundação.
As tubas uterinas têm como principal função sediar a fecundação e conduzir o embrião formado até o útero, órgão em a nidação acontece no endométrio, camada que o reveste internamente.
Por isso, a infertilidade por fator tubário normalmente está associada à obstrução das tubas, por processos inflamatórios ou pela presença de massas celulares, que dificultam ou impedem o fluxo no interior dessas estruturas comprometendo a fecundação e a nidação.
Quando o embrião consegue chegar ao útero, é imprescindível que o endométrio esteja receptivo, devidamente preparado pela dinâmica hormonal do ciclo reprodutivo para auxiliar o embrião na nidação.
Nesse sentido, a infertilidade por fator uterino comumente está ligada à quadros de falha na implantação e abortamento de repetição, que podem acontecer por problemas hormonais, doenças estrogênio-dependentes, pela presença de infecções e nas mulheres com alterações anatômicas no útero.
Entre as principais causas de infertilidade feminina, as mais recorrentes entre as mulheres em idade reprodutiva podem ser listadas a seguir:
A possibilidade de tratamento para infertilidade depende diretamente do diagnóstico obtido para justificar as dificuldades reprodutivas do casal.
Especialmente as doenças infecciosas, como as DSTs, e os quadros de infertilidade por alterações hormonais, como a SOP, menopausa precoce e diminuição na testosterona masculina, são abordados por tratamento medicamentoso, que combate os microrganismos no primeiro caso, e equilibra a dinâmica dos hormônios sexuais, no segundo.
As doenças inflamatórias podem ser tratadas também com medicação anti-inflamatória, que reduz os sintomas dolorosos, os riscos de sangramentos e inchaços, melhorando inclusive a qualidade de vida de homens e mulheres.
Em alguns casos, como em diagnósticos de varicocele, miomas uterinos, pólipos endometriais e alguns tipos de endometriose, a abordagem cirúrgica é a mais indicada, para a correção das veias varicosas na varicocele e retirada das massas celulares nas doenças estrogênio-dependentes.
A reprodução assistida é um conjunto de técnicas desenvolvidas para auxiliar especialmente os casais inférteis a ter filhos biológicos. A indicação de cada uma depende dos diagnósticos que embasaram o quadro de infertilidade e da idade da mulher.
As técnicas de baixa complexidade – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial) – são indicadas para infertilidade feminina leve, sem obstrução tubária. A IA inclui também casos de infertilidade masculina leve por alterações espermáticas não obstrutivas.
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais complexa atualmente, indicada para todos os casos de infertilidade conjugal, além de atender a outras demandas reprodutivas como a preservação da fertilidade e o atendimento de casais homoafetivos femininos e masculinos.
Leia mais sobre infertilidade masculina neste link!
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