O sistema endócrino é um dos principais sistemas mensageiros do corpo humano, sendo responsável por levar informações de um lugar a outro do organismo, perto ou distante.
Mediante a ação de hormônios, moléculas que agem como sinalizadores químicos, é possível acionar mecanismos celulares que resultarão na finalidade da mensagem, como, por exemplo, o aumento ou a diminuição do metabolismo, a ativação ou a inativação de partes do DNA, o crescimento ou a apoptose da célula, entre outros.
Os sistemas reprodutores, tanto o masculino quanto o feminino, também se comunicam por meio desses mensageiros. Dessa forma, na mulher, eles que coordenam o ciclo menstrual e a gravidez, partes fundamentais da reprodução humana, sem as quais não haveria continuidade da vida.
Os principais hormônios envolvidos são o hormônio folículo-estimulante (FSH), o hormônio luteinizante (LH), o estrogênio e a progesterona, todos interligados pelo sistema de retroalimentação do corpo, que funciona ora estimulando positivamente, ao aumentar a liberação hormonal, ora estimulando negativamente, ao inibir a liberação hormonal. Eles fazem parte do eixo hormonal hipotálamo-hipófise-gonadal.
Você quer saber mais sobre a sua fertilidade? Leia o texto e conheça um dos hormônios mais importantes da fertilidade.
O hormônio luteinizante (LH), na mulher, é um dos responsáveis pelo desenvolvimento final do folículo ovariano, uma vesícula que contém o óvulo em crescimento e que é responsável, também, pela secreção de estrogênio e progesterona.
É um hormônio proteico produzido pela hipófise anterior, a principal glândula endócrina do corpo humano, localizada na base do cérebro, que coordena e controla quase todo o sistema endócrino. A liberação do LH depende das concentrações sanguíneas de estrogênio e de FSH, além do hipotálamo, uma região do encéfalo.
Quando os níveis de estrogênio chegam ao máximo, o sistema de retroalimentação ativa a hipófise, fazendo-a liberar o hormônio luteinizante.
Os hormônios variam durante o ciclo menstrual. Há uma dinâmica entre eles. O ciclo se inicia com a regressão do corpo-lúteo, caso não haja fecundação. Ele é um apanhado de células, originadas do folículo após a ovulação, que produz elevados níveis de progesterona e estrogênio. Tais hormônios servem para manter a integridade do endométrio, a camada celular mais interna do útero, e, com isso, permitir o desenvolvimento do embrião.
Assim, com a morte do corpo-lúteo, os níveis desses hormônios diminuem significativamente e, então, acontece a menstruação. Com baixa circulação de progesterona e estrogênio, há um aumento de FSH para recrutar um novo folículo, que irá se desenvolver completamente até o dia da ovulação.
O folículo, enquanto cresce, libera gradativamente estrogênio, até que no 14º dia de um ciclo menstrual regular, o aumento desse hormônio estimula a liberação de grande quantidade do hormônio luteinizante (LH). O LH é responsável por fazer com que o folículo expulse o óvulo e depois se diferencie em corpo-lúteo, que se manterá por mais 14 dias até regredir.
Por ser fundamental para a ovulação e para a formação do corpo-lúteo, que irá manter a integridade do endométrio até o desenvolvimento da placenta, a mudança nas concentrações normais de LH podem provocar infertilidade.
Dessa maneira, disfunções no hipotálamo ou na hipófise, assim como alterações nos sistemas de retroalimentação pelo FSH, estrogênio e progesterona, secretados nos ovários, podem levar a uma condição chamada hipogonadismo, ou seja, a diminuição das funções normais dos órgãos reprodutores.
As causas podem ser diversas, sendo as principais os erros genéticos, a formação de tumores, certos acidentes e infecções graves. Essas últimas causam, usualmente, hipogonadismo temporário. Os sintomas na mulher são a interrupção da menstruação ou menstruação irregular, ausência de ovulação, dores nas relações sexuais, anosmia (perda do olfato), entre outros.
Na reprodução assistida, vários hormônios são utilizados para que se alcance o objetivo da gravidez, entre eles o LH.
Em uma das etapas das técnicas de reprodução assistida, é realizado um procedimento chamado estimulação ovariana, na qual se utiliza, geralmente, os hormônios GnRH ou as gonadotrofinas, com o objetivo de estimular o recrutamento e o desenvolvimento de uma quantidade maior de folículos, bem como a manutenção do endométrio e a interrupção do eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
Importante coadjuvante na indução da ovulação e maturação dos oócitos, o LH está presente nas técnicas da reprodução assistida, seja na relação sexual programada (RSP) (também conhecida como coito programado), na inseminação artificial (IA), consideradas de baixa complexidade pois a fecundação ocorre nas tubas uterinas, seja na fertilização in vitro (FIV), técnica mais complexa, na qual a fecundação é realizada em laboratório.
Assim, mulheres que possuem hipogonadismo, mesmo com ausência de menstruação e de ovulação e baixos níveis de estrogênio, respondem bem ao LH administrado, alcançando taxas significativas de gravidez.
Quer saber mais sobre fertilidade e infertilidade? Leia nosso texto especial sobre isso.
Compartilhar: Deixe seu comentário: