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Ovodoação compartilhada: o que é e como é feita

Ovodoação compartilhada: o que é e como é feita

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A possibilidade de realizar a doação de gametas masculinos e femininos aumentou muito a abrangência da FIV (fertilização in vitro), em relação às demandas reprodutivas atendidas pela técnica, que passou a incluir também casais que não podem contar com os próprios gametas e casais homoafetivos que desejam ter filhos.

Embora a doação de sêmen seja mais simples, é possível também realizar a doação de óvulos, o que atualmente pode ser feito de duas formas: ovodoação voluntária, possível desde 2017 e a ovodoação compartilhada, uma forma mais antiga de compartilhamento de gametas.

Acompanhe a leitura deste texto e compreenda melhor o que é a ovodoação compartilhada e em quais contextos essa possibilidade é indicada.

O que é ovodoação compartilhada?

A ovodoação compartilhada é uma das principais formas de algumas mulheres, diagnosticadas com infertilidade por problemas relacionados à reserva ovariana, conseguirem uma gestação, já que nestes casos, elas não podem contar com os próprios gametas.

Além da possibilidade de obter óvulos, a ovodoação compartilhada também permite a divisão dos custos, dos tratamentos com FIV, entre o casal doador e o casal receptor, tornando a técnica mais acessível. Embora haja a divisão de custos, mantém-se sigilosa a identidade dos casais e mulheres envolvidos na ovodoação compartilhada.

Como esse processo é realizado?

 

O processo de ovodoação compartilhada é dividido em etapas, que incluem a seleção de mulheres doadoras e receptoras, o compartilhamento de gametas em si e o tratamento com a FIV, para conseguir a gestação.

Para realizar a ovodoação compartilhada, as mulheres – doadora e receptora – devem atender a alguns pré-requisitos, incluindo estar em um tratamento para infertilidade obrigatoriamente com a FIV.

Nesse sentido, a mulher doadora deve ter menos de 35 anos e estar em tratamento com FIV por motivos que não incluem problemas ovarianos, especialmente relacionados à reserva ovariana.

Além disso, é importante que esteja afastada a possibilidade de doenças genéticas, que possam ser transmitidas para os embriões conseguidos por ovodoação compartilhada, outro requisito que deve ser atendido pela mulher doadora.

É comum que as mulheres que doam os óvulos estejam envolvidas em casos de infertilidade masculina ou decorrente de fator uterino ou tubário, que não interferem na saúde dos óvulos.

No que tange os pré-requisitos da mulher receptora, normalmente envolvem casos em que a mulher apresenta problemas relacionados à ovulação e reserva ovariana, como os casos de menopausa precoce, além de SOP (síndrome dos ovários policísticos) e endometriose ovariana severas, em que a função dos ovários foi muito comprometida.

A combinação de casos que atendam a esses requisitos é feita pela clínica, que age selecionando e intermediando doadora e receptora, e mantendo totalmente preservada a identidade dessas mulheres e casais.

Nesse sentido, o papel da clínica é importante para aumentar as chances de que as mulheres envolvidas na ovodoação compartilhem semelhanças físicas e fisiológicas adequadas, evitando inclusive perdas gestacionais por incompatibilidade imunológica.

É importante lembrar que as taxas de gestação com tratamentos envolvendo ovodoação não é menor, quando comparadas aos números encontrados nos tratamentos tradicionais.

É possível engravidar com ovodoação por outras técnicas de reprodução assistida?

A FIV é a única técnica de reprodução assistida que permite a gestação por ovodoação, principalmente porque, após a retirada dos folículos ovarianos contendo os oócitos, só é possível realizar a fecundação destes óvulos em ambiente laboratorial.

Nas demais técnicas disponíveis atualmente, RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial), a fecundação ocorre obrigatoriamente no interior das tubas uterinas, durante o período fértil, o que impossibilita o uso de óvulo conseguidos por doação nestes processos.

Conheça um pouco sobre ovodoação voluntária

No ano de 2017, o Conselho Federal de Medicina, órgão que regula a reprodução assistida no Brasil, passou a permitir outra modalidade de ovodoação, agora de forma totalmente voluntária.

Na ovodoação voluntária, a mulher doadora não precisa necessariamente estar em um tratamento para FIV, embora o próprio processo de doação dos óvulos envolva os procedimentos utilizados nas etapas iniciais desta técnica.

Para ser selecionada como doadora, a mulher deve ter menos que 35 anos e realizar exames que comprovem a integridade de sua reserva ovariana e a ausência de doenças genéticas hereditárias.

Após a doação, esses exames, bem como as características físicas e psicológicas da mulher doadora, formam um registro que permite a combinação com a futura receptora dos óvulos.

Se aprovada, a mulher precisa realizar o tratamento para estimulação ovariana, feito com medicamentos à base de hormônios que aumentam a taxa de recrutamento e amadurecimento dos folículos, no início do ciclo reprodutivo.

Este processo é monitorado por ultrassonografia transvaginal, que identifica o momento auge do amadurecimento folicular, quando deve ser realizada a coleta, por punção ovariana. Os gametas são então encaminhados para criopreservação, ficando preservados por congelamento, até que surja uma mulher apta a ser receptora.

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