Para que a gravidez aconteça, alguns fatores no organismo devem estar em equilíbrio e em condições saudáveis. Após a fecundação, o embrião formado é transportado até o útero, onde se fixa nas paredes de revestimento, tecido conhecido como endométrio.
A implantação embrionária acontece com sucesso quando a interação do embrião se dá de forma correta com o endométrio e quando não há nenhum tipo de lesão ou alteração no útero. As chances são ainda maiores quando ocorre no período de melhor receptividade endometrial.
Durante o ciclo menstrual, o endométrio passa por uma preparação do organismo para receber o embrião. Ele aumenta sua espessura para que a implantação aconteça de forma natural e eficiente.
Embora o preparo endometrial seja um processo natural, ele também pode ser feito na reprodução assistida, na fertilização in vitro (FIV). Isso acontece para aumentar as chances de sucesso no tratamento, alcançando assim a gravidez.
A seguir, entenda como funciona o preparo endometrial e como ele é realizado na FIV para maximizar as chances de uma implantação embrionária bem sucedida.
O endométrio, tecido de revestimento interno do útero, tem um papel fundamental na reprodução. Ao longo o ciclo menstrual, ele é preparado pela ação de hormônios que auxiliam no aumento de sua espessura. Isso acontece para que ele possa receber o embrião após a fecundação e para que a implantação embrionária aconteça de forma correta.
Para que o processo seja completo, o tecido deve estar no período de melhor receptividade. Este momento é conhecido como janela de implantação e quando a fecundação ocorre neste período, as chances de gestação são maiores.
A cada ciclo esta situação se repete e dura pouco tempo, normalmente até três dias. A janela de implantação ocorre normalmente entre o 19º e o 21º dias do ciclo, considerando um ciclo regular com 28 dias de duração, sendo contados desde o primeiro dia de menstruação. Quando a fecundação não acontece, o material é eliminado durante a menstruação.
Todo este processo acontece de forma natural no corpo da mulher, porém, é possível ser realizado também na reprodução assistida para auxiliar nos casos de infertilidade.
A FIV é uma técnica de alta complexidade da reprodução assistida. Possui métodos muito avançados e eficientes no tratamento de infertilidade feminina e masculina. A maioria de seus procedimentos são feitos em laboratório e acontecem em cinco etapas principais: e estimulação ovariana, coleta dos gametas, fertilização, cultivo dos embriões e transferência embrionária.
Inicialmente, são administrados medicamentos hormonais a fim de aumentar o desenvolvimento dos folículos e, assim, obter um maior número de óvulos disponíveis para o procedimento.
Depois, esse material é coletado e selecionado, assim como os espermatozoides, para que sejam utilizados apenas gametas de boa qualidade. A fecundação é feita em uma placa de cultura adequada e os embriões formados são cultivados até o momento ideal para a transferência ao útero.
Existem técnicas complementares à FIV capazes de auxiliar nesse processo e aumentar as chances de sucesso no tratamento. Quando transferidos no momento certo, de maior receptividade endometrial, os embriões apresentam maior chance de se fixar no endométrio, promovendo a implantação embrionária.
Nesse momento o tecido endometrial tem a função de nutrir e desenvolver este embrião até que a placenta seja formada para dar continuidade ao desenvolvimento do feto durante a gestação.
Em alguns casos, a mulher pode apresentar uma janela de implantação deslocada, fazendo com que a receptividade endometrial aconteça em outro momento. Nesses casos, ela pode não acontecer entre os dias 19 e 21, podendo ser antes ou depois.
Isso faz com que o momento de implantação seja alterado e pode influenciar no sucesso da implantação da FIV. Para saber o dia adequado para a implantação, um teste é realizado para definir a data da transferência dos embriões. O exame é conhecido com o teste ERA e é uma das técnicas complementares à FIV.
O teste consiste na avaliação de genes que possuam relação com o estado de receptividade endometrial. Caracterizado por uma ferramenta molecular, o exame utiliza tecnologia NGS (next generation sequencing ou sequenciamento de nova geração).
O preparo endometrial é realizado antes do teste ERA para preparar o endométrio para a biópsia. São utilizados hormônios como o estradiol e progesterona logo após o início do ciclo menstrual. O endométrio aumenta sua espessura e esse processo é avaliado por uma ultrassonografia transvaginal. No momento ideal, a biópsia endometrial é realizada para avaliar a receptividade endometrial e identificar se é a hora certa de fazer a transferência do embrião ao útero.
Por utilizar medicamentos hormonais no início de seu procedimento para estimular a produção de óvulos para a fecundação, a FIV pode causar um desequilíbrio hormonal durante o tratamento. Com isso, pode ser necessário o preparo endometrial para que o procedimento tenha continuidade no próximo ciclo.
Isso é possível graças à técnica de transferência de embriões congelados, que permite que eles sejam preservados enquanto o endométrio é preparado e transferidos no momento adequado, aumentando as chances de sucesso. Também conhecida como freeze-all, a técnica é aplicada para diminuir os efeitos causados pelos medicamentos hormonais durante a receptividade endometrial.
Se este post foi útil para você, leia também sobre a fertilização in vitro (FIV) e saiba em detalhes de como esta técnica de reprodução assistida é realizada para ajudar casais com problemas de infertilidade.
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