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Reserva ovariana e fertilidade: veja a relação

Reserva ovariana e fertilidade: veja a relação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a infertilidade conjugal como um diagnóstico formado pela somatória das condições reprodutivas dos dois membros do casal, e pode ser provocada por problemas genéticos, malformações congênitas e doenças adquiridas.

No caso das mulheres, além dos problemas nos processos reprodutivos, a idade é um fator adicional no declínio da fertilidade, que chega ao fim naturalmente com a menopausa.

Essa característica particular da fertilidade feminina está diretamente associada ao processo de formação embrionária do aparelho reprodutivo das mulheres – mais especificamente a formação inicial dos ovários e da reserva ovariana.

Neste texto mostraremos os detalhes sobre a relação entre a reserva ovariana e a fertilidade das mulheres, continue conosco na leitura e aproveite!

A reserva ovariana está associada à formação dos ovários

Embora a puberdade seja um marco na vida fértil da mulher, sua capacidade reprodutiva depende diretamente das estruturas formadas no início do desenvolvimento embrionário, especialmente o útero e as tubas, mas principalmente dos ovários.

Durante o primeiro processo de diferenciação sexual dos embriões, uma dinâmica hormonal específica para embriões XX leva ao desenvolvimento dos ductos de Müller, precursores do útero e das tubas uterinas, próximos ao seio urogenital – o que não acontece nos embriões XY.

Paralelamente a isso, no início da 4ª semana do desenvolvimento embrionário humano, uma quantidade específica de tecido endodérmico diferencia-se e forma as células germinativas, que são precursoras das células reprodutivas propriamente ditas – nas mulheres, os óvulos.

Essas células germinativas são envolvidas pelo cordão sexual – que nos embriões femininos, participa da formação dos folículos – por volta da 6ª semana, migrando para uma região específica do embrião.

Aproximadamente na 16ª semana, o cordão sexual forma uma camada de células em volta de cada célula reprodutiva, estruturando os folículos primários e agrupando-os no córtex ovariano. Essas células reprodutivas somente se multiplicam nesse momento do desenvolvimento embrionário, quando toda a reserva ovariana é formada e o processo é interrompido.

Na 20ª semana de gestação, os ovários, contendo toda a reserva ovariana, já estão posicionados próximos às tubas uterinas, que realizam a conexão com o útero, compondo o aparelho reprodutor feminino, embora ainda infantil.

No nascimento, a reserva ovariana é de aproximadamente 1,5 milhão folículos e irá diminuir para chegar ao número de 400.000-600.000 até a puberdade, quando têm início os ciclos reprodutivos femininos.

A reserva ovariana e seu papel na fertilidade feminina

A formação embrionária da reserva ovariana configura às mulheres uma fertilidade bastante específica, limitada por esse estoque e que é consumida a cada ciclo reprodutivo, entre a adolescência e a menopausa.

No início da adolescência ocorrem mudanças na atividade do hipotálamo e da hipófise, que levam ao aumento na produção de alguns hormônios específicos, como as gonadotrofinas FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que interagem especificamente com as células dos folículos, formados no período pré-natal.

Essas alterações levam, inicialmente, ao desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, como as mamas, pelos pubianos e o arredondamento dos quadris, e posteriormente ao início dos ciclos menstruais, com a menarca (primeira menstruação).

Com a menarca, essa dinâmica dos hormônios sexuais promove o recrutamento de uma quantidade específica de folículos, a cada ciclo reprodutivo, para crescer e interagir com esses hormônios. Embora muitos folículos sejam recrutados por ciclo, apenas um consegue crescer o suficiente para participar da ovulação.

A produção de estrogênio é também uma consequência da interação entre as gonadotrofinas e os folículos em crescimento. Este hormônio colabora com os processos da ovulação e com o preparo endometrial.

Na ovulação, o folículo se rompe e o óvulo contido nele é captado pelas fímbrias, prolongamentos das tubas uterinas que auxiliam a movimentação do óvulo. A fecundação pode acontecer nas 36h que sucedem esse momento.

Ou seja, a reserva ovariana é fundamental para a fertilidade das mulheres, já que esse estoque é a origem de todas as células reprodutivas utilizadas nos ciclos menstruais, não somente para que a ovulação aconteça, mas também para a produção dos hormônios necessários para a manutenção de outros aspectos da fertilidade feminina, como a receptividade endometrial.

A fertilidade feminina é limitada pela reserva ovariana

A reserva ovariana limita a fertilidade das mulheres por ser ela mesma um estoque limitado de células reprodutivas, que – como comentamos – chega ao fim com a menopausa.

A menopausa é, assim como a menarca, um marco na vida fértil da mulher, a partir do qual não há mais possibilidades de engravidar e ter filhos biológicos. De modo geral, a menopausa acontece por volta da 50ª década de vida da mulher e, além da infertilidade, também pode ser acompanhada de outras mudanças.

Isso porque o declínio na reserva ovariana, já sensível desde os 35 anos, também implica em uma redução na atividade dos hormônios sexuais, produzidos justamente pela interação das dos folículos que compõem a reserva ovariana, com as gonadotrofinas hipofisárias.

Como preservar a reserva ovariana?

A preservação social da fertilidade, com o congelamento de óvulos, é uma possibilidade aberta pela FIV (fertilização in vitro), uma das técnicas de reprodução assistida mais abrangentes atualmente.

Com ela, a mulher pode coletar células reprodutivas que são criopreservadas e armazenadas, para que a gravidez aconteça com segurança e somente quando houver desejo reprodutivo, mesmo após o declínio da reserva ovariana.

A indicação das técnicas de reprodução assistida normalmente é precedida dos processos de investigação diagnóstica sobre a fertilidade do casal, que inclui a avaliação da reserva ovariana.

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