Uma técnica de imagem não invasiva, a ressonância magnética (RM) não utiliza nenhum tipo de radiação, como os exames de raio-X ou tomografia computadorizada, proporcionando a avaliação de órgãos e tecidos humanos com segurança e sem exposição a nenhum efeito.
A partir de imagens tridimensionais, em diferentes ângulos, geradas por um campo magnético e por ondas de radiofrequência, possibilita uma pesquisa detalhada, diagnosticando condições que não podem ser visualizadas por outros exames.
Além disso, é importante para acompanhamento e resposta de tratamentos, incluindo endometriose e neoplasias.
Este texto explica a ressonância magnética, destaca as indicações e possíveis riscos associados ao procedimento.
A ressonância magnética foi desenvolvida na década de 1970, no entanto, com o avanço tecnológico, foi aprimorada ao longo dos anos, proporcionado maior conforto para os pacientes e custos mais acessíveis.
O exame é realizado por um scanner, em forma de tubo, geralmente com as extremidades abertas. O equipamento é formado por ímãs potentes, que criam um campo magnético em volta do corpo, enquanto ondas de radiofrequência são enviadas e recebidas, originando imagens em diversos planos, sem que seja necessário mudar os pacientes de posição.
Na maioria dos casos, não é preciso nenhum preparo especial para a realização de um exame de ressonância magnética. A principal recomendação é a remoção de objetos que possam causar interferências. O paciente é orientado sobre isso antes do exame.
Os pacientes recebem uma roupa especial e são posicionados em uma mesa móvel, que desliza pelas aberturas do tubo. A duração do procedimento varia de acordo com a área que será examinada e o número de imagens necessárias para realizar o estudo. Durante o exame, é necessário manter-se imóvel para que as imagens não saiam desfocadas.
Como normalmente o scanner emite ruídos altos, são oferecidos fones ou tampões de ouvido para reduzi-los, assim como pessoas que sofrem com ansiedade ou claustrofobia podem fazer uso de medicação especial.
O procedimento é monitorado do começo ao fim por um técnico ou médico e qualquer tipo de desconforto pode ser comunicado a ele por um microfone integrado ao equipamento.
A ressonância magnética possibilita o diagnóstico de diferentes condições. Na área ginecológica é utilizada para avaliar problemas que podem levar à infertilidade feminina, incluindo:
É ainda importante para confirmar a suspeita de gravidez ectópica, quando o embrião implanta fora da cavidade uterina, geralmente em uma das tubas uterinas, e para o diagnóstico e acompanhamento de neoplasias, especialmente o câncer de mama em mulheres com o tecido mamário mais denso.
Além da área ginecológica, a ressonância magnética é frequentemente utilizada para avaliar o coração e inflamações ou bloqueios nos vasos sanguíneos, detectando danos causados por doenças cardíacas. O exame proporciona a avaliação do coração em movimento, analisando critérios como tamanho e função das câmaras, espessura das paredes e problemas estruturais da aorta, entre eles aneurismas.
Diagnostica também condições relacionadas ao cérebro e medula espinhal. Nesse caso, é conhecida como ressonância magnética funcional e proporciona a avaliação de danos neurológicos provocados por condições como aneurismas, acidentes vasculares cerebrais (AVC), tumores ou lesões causadas por traumas, problemas na medula espinhal, ou por condições como esclerose múltipla e Alzheimer, medindo a atividade cognitiva mediante o monitoramento do fluxo sanguíneo de áreas relacionadas ao movimento e linguagem.
Na área ortopédica, possibilita a avaliação de ossos e articulações, contribuindo para diagnosticar anormalidades na coluna, infecções, tumores ósseos, lesões traumáticas como a ruptura de ligamentos ou cartilagens.
Também é indicada para avaliar o aparelho reprodutor masculino, órgãos como intestino, pâncreas, rins, fígado, dutos biliares, entre outros.
A ressonância magnética não causa dor ou danos aos órgãos e tecidos avaliados, da mesma forma que é considerada segura.
Em alguns casos, no entanto, para facilitar a obtenção de imagens, pode ser necessário o uso de contraste. A substância pode levar a reações, incluindo dores de cabeça e náuseas, dor e queimação na região em que foi injetado.
Por outro lado, em pacientes com doenças hepáticas ou renais, a utilização de contraste deve ser evitada. O exame também não é aconselhado durante a gravidez, uma vez que ainda não existem estudos relacionados aos os efeitos magnéticos nos fetos.
Como o campo magnético pode alterar o funcionamento ou causar danos a dispositivos médicos de metal, o uso deles deve ser informado ao especialista que indicou o exame. Exemplos incluem:
Ainda que nem todos os dispositivos contraindicam a realização da ressonância magnética, apenas o especialista pode decidir com segurança em quais situações eles não representam riscos.
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