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SOP: infertilidade e reprodução assistida

SOP: infertilidade e reprodução assistida

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A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença multifatorial que atinge os ovários, afetando entre 6% a 16% das mulheres. Os ovários fazem parte do sistema reprodutor feminino, sendo responsáveis pela produção de hormônios e dos óvulos. A cada ciclo menstrual, um óvulo é liberado dos folículos ovarianos para a fecundação.

A SOP é uma das principais causas de distúrbios ovarianos que podem afetar a fertilidade feminina. Neste artigo, vamos mostrar a relação entre a SOP e a infertilidade. E ainda, como a reprodução assistida pode ajudar nesses casos.

Continue a leitura e confira!

O que é SOP?

A SOP é uma síndrome multifatorial provocada por um desequilíbrio dos hormônios androgênios (como a testosterona). Com isso, cistos são formados nos ovários e alteram a estrutura ovariana. Entre as principais características da SOP estão o hiperandrogenismo e a anovulação crônica.

O hiperandrogenismo é caracterizado pelo aumento da produção de hormônios androgênios, provocando sintomas como acne, aumento de pelos e da oleosidade da pele.

A anovulação crônica é a ausência da ovulação, sendo um dos fatores que levam à infertilidade feminina. Sem a liberação do óvulo não é possível engravidar.

Quais são os principais sintomas da SOP

Uma das principais características da SOP é o hiperandrogenismo. O aumento de hormônios androgênicos provoca uma série de sintomas que podem afetar a autoestima de muitas mulheres, como:

A SOP também causa diversas alterações no ciclo menstrual. Entre elas, temos:

A SOP é a principal causa de ciclos anovulatórios ou com disovulia, que podem causar infertilidade. A ausência ou distúrbio da ovulação dificulta a gravidez e o desequilíbrio hormonal característico da síndrome aumenta o risco de abortamentos, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.

Como é feito o tratamento da SOP

A SOP não tem cura, por isso, o seu tratamento tem o objetivo de aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da paciente. A escolha do tratamento é individualizada e, entre os fatores mais relevantes, está o desejo da paciente engravidar naquele momento.

Caso não tenha interesse em engravidar, o tratamento mais utilizado consiste na administração de anticoncepcionais orais e hormônios esteroides para diminuir os sintomas de hiperandrogenismo.

Para as pacientes que desejam engravidar, as técnicas de reprodução assistida menos complexas, como a relação sexual programada, são muito indicadas. Elas utilizam medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento e a liberação dos óvulos para a fecundação. As técnicas se dividem em duas categorias: baixa e alta complexidade. A seguir, saiba mais sobre elas.

Técnicas de reprodução assistida para pacientes com SOP

As técnicas de reprodução assistida para os casos de SOP são: a relação sexual programada (RSP), inseminação intrauterina e a fertilização in vitro (FIV). As duas primeiras são classificadas como de baixa complexidade, pois há nenhum ou muito pouco uso de técnicas laboratoriais nos gametas (óvulo e espermatozoide). Nelas, a fecundação ocorre “in vivo”, nas trompas. A FIV, no entanto, utiliza processos modernos e a sua etapa de fecundação ocorre em um laboratório, sendo classificada como de alta complexidade.

Todas as técnicas utilizam a estimulação ovariana como primeira etapa do processo, induzindo assim a ovulação, corrigindo o distúrbio ovulatório presente na SOP.

A estimulação ovariana utiliza medicamentos hormonais para estimular o crescimento de folículos ovarianos. Dentro de cada um deles, há um óvulo. Durante essa etapa, a paciente faz ultrassonografias seriadas para avaliar o crescimento dos folículos.

Na relação sexual programada, o objetivo da estimulação ovariana é desenvolver entre um a três óvulos. Um número maior do que três aumentaria a possibilidade de uma gravidez múltipla, colocando em risco a saúde da mãe e do bebê. A técnica é indicada para pacientes de até 37 anos e com uma boa saúde reprodutiva, assim como o seu parceiro.

O processo da RSP é muito parecido com o que ocorre em uma gestação natural. Por meio das ultrassonografias é possível identificar quando a ovulação acontecerá, induzida pelos medicamentos hormonais. Com essa informação, o casal deve intensificar as relações sexuais durante esse período.

A inseminação intrauterina é muito semelhante a RSP. Nesse procedimento, há uma capacitação espermática no laboratório de andrologia, isto é, lavagem com seleção dos melhores espermatozoides (boa motilidade e morfologia), que serão depositados no útero através de um cateter no momento da ovulação, aproximando os gametas.

Com a FIV, o objetivo da estimulação ovariana é desenvolver o maior número de folículos ovarianos. Quanto mais folículos, mais óvulos e, consequentemente, maiores serão as chances de o tratamento ser bem-sucedido.

Quando os folículos atingem o tamanho ideal, eles são coletados em um processo chamado de punção folicular. Os espermatozoides do parceiro também são coletados e a fecundação acontece em um laboratório por meio da técnica ICSI. Após alguns dias de desenvolvimento, os embriões são transferidos para o útero da paciente. A FIV é indicada para mulheres acima dos 37 anos e para os casos em que a SOP não é o único fator que está dificultando a gravidez.

A SOP é uma doença multifatorial provocada por um desequilíbrio hormonal de androgênios. Os seus sintomas afetam a autoestima, a qualidade de vida e também podem causar infertilidade. Para as mulheres que desejam engravidar, as técnicas de reprodução assistida são o tratamento mais indicado, sendo a FIV a técnica com maior taxa de sucesso.

Neste artigo, abordamos a relação entre a SOP e a infertilidade. Para mais informações sobre a doença, acesse a nossa página institucional sobre a síndrome dos ovários policísticos!

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