O desenvolvimento da tecnologia do ultrassom possibilitou inúmeros avanços na ciência, mas especialmente na medicina diagnóstica com a criação da ultrassonografia, um dos exames mais realizados no mundo por sua grande abrangência.
Nesse exame, um transmissor emite ondas, cuja frequência é menor que as sonoras, em direção à estrutura que se deseja observar. O transmissor é conectado a um receptor, que identifica a relação entre as ondas emitidas e seus ecos, que voltam de formas específicas quando encontram tecidos de diferentes densidades.
Os ecos são registrados por um aparelho externo conectado a um monitor, que cria imagens em tempo real com base nas respostas das ondas sonoras.
O ultrassom é um exame indicado para visualização dos órgãos localizados nas cavidades abdominal e pélvica, além de tendões, ligamentos e músculos.
A medicina reprodutiva se beneficia do ultrassom não somente nos processos diagnósticos que precedem a indicação das técnicas, mas também para a realização dos procedimentos que ajudam casais com as mais diversas demandas reprodutivas a terem filhos.
Continue a leitura deste texto e entenda melhor o papel do ultrassom na reprodução assistida. Aproveite!
As técnicas de reprodução assistida são divididas segundo a complexidade dos procedimentos empregados para se chegar à gestação em alta e baixa complexidade. O local em que a fecundação acontece e o nível de manipulação e seleção dos gametas são as duas principais variáveis na determinação da complexidade de cada uma.
A indicação da mais adequada em cada caso depende de um acurado processo de investigação diagnóstica, que estabelece as causas da infertilidade conjugal e considera as restrições de cada técnica.
Além do tratamento da infertilidade, a reprodução assistida também atende a outras demandas reprodutivas, como a preservação da fertilidade e o atendimento de casais homoafetivos que desejam ter filhos.
Também chamada de coito programado, a RSP é a técnica menos complexa oferecida pela medicina reprodutiva, indicada para casos de infertilidade feminina leve por problemas ovulatórios e na ausência de qualquer doença reprodutiva masculina.
Nessa técnica, a mulher passa pela estimulação ovariana e indução da ovulação para determinação do período fértil, quando o casal é aconselhado a manter relações sexuais, pois, há maior chance de engravidar.
Embora seja considerada uma técnica de baixa complexidade e que atende às mesmas demandas da RSP, a inseminação artificial é, porém, mais abrangente e pode ser indicada para alguns casos de infertilidade masculina e para casais homoafetivos femininos.
Assim como a RSP, a mulher também passa pelas etapas iniciais que determinam o período fértil, porém simultaneamente é realizada a coleta de sêmen e a seleção de amostras contendo uma concentração alta de espermatozoides, inseridos diretamente no útero durante o período fértil.
A FIV é a técnica mais complexa, principalmente porque permite a fecundação em laboratório com gametas masculinos e femininos coletados previamente. Os embriões são cultivados de 3 a 6 dias e em seguida transferidos para o útero devidamente preparado para a nidação.
A etapa inicial da FIV é comum às técnicas de baixa complexidade, porém a estimulação ovariana é mais robusta, já que é preciso obter um número maior de óvulos para aumentar as chances de sucesso. A maior parte das demandas reprodutivas atualmente podem ser atendidas pela FIV.
O ultrassom é um dos exames mais solicitados no mundo para o diagnóstico de diversas enfermidades, e especialmente na medicina reprodutiva pode ser utilizado para diagnosticar problemas de saúde femininos e masculinos.
Para as mulheres, as modalidades mais solicitadas são o ultrassom transvaginal e o ultrassom pélvico abdominal, que fornecem imagens em diferentes graus de detalhamento das condições de órgãos como o útero, tubas uterinas e ovários.
Esses exames são utilizados principalmente para identificar malformações anatômicas e doenças que provocam a formação de massas celulares anormais ou processos inflamatórios mais severos.
Entre as doenças e alterações que podem ser inicialmente identificadas pelo ultrassom e envolvidas com quadros de infertilidade, destacamos:
A varicocele é uma doença masculina que pode provocar infertilidade por azoospermia não obstrutiva, cujo diagnóstico é feito principalmente pelo ultrassom testicular com Doppler, que avalia o fluxo sanguíneo do cordão espermático e localiza as veias varicosas.
Além de participar do diagnóstico que precede a indicação das técnicas de reprodução assistida, o ultrassom também é parte de todos os procedimentos disponíveis atualmente, com o monitoramento da etapa de estimulação ovariana e indução da ovulação.
A estimulação ovariana é feita com a administração de doses diárias de hormônios que induzem o recrutamento e crescimento dos folículos ovarianos. Esse processo sempre é monitorado por ultrassom transvaginal, que acompanha as fases sinalizando o melhor momento para iniciar a etapa seguinte do tratamento.
Na RSP e na IA, o monitoramento ultrassonográfico é capaz de predizer o período fértil, que na primeira técnica sinaliza ao casal que mantenha as relações sexuais programadas e, na segunda, aponta o momento ideal para a inseminação propriamente dita.
Como na FIV a fecundação acontece fora do corpo da mulher, o acompanhamento da ovulação, no início do tratamento tem como objetivo determinar o momento ideal para a coleta dos folículos maduros, feita por aspiração folicular para posterior extração dos óvulos neles abrigados.
Tanto nos tratamentos com a reprodução assistida, como para os casais que estão tentando engravidar de forma natural, o ultrassom auxilia na confirmação da gravidez, além dos exames laboratoriais que medem a concentração de beta hCG.
Ao longo de toda a gestação, o ultrassom também é um exame recorrente, que acompanha o crescimento e desenvolvimento do bebê, sendo fundamental para diversos diagnósticos pré-natais.
Leia mais sobre a FIV tocando neste link.
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