A videolaparoscopia é uma das técnicas cirúrgicas minimamente invasivas mais conhecidas pelas pessoas em geral, especialmente por ser um procedimento abrangente e com poucos riscos, indicado para o tratamento de diversas condições – inclusive envolvidas com a infertilidade feminina.
Por permitir o acesso às estruturas da cavidade pélvica, a videolaparoscopia na ginecologia pode ser utilizada tanto para a confirmação diagnóstica de algumas condições – como a coleta de material para biópsia –, como para o tratamento de doenças e algumas formas de intervenção na anatomia dessas estruturas.
Assim como a maior parte dos procedimentos minimamente invasivos, a videolaparoscopia é guiada por um equipamento de imagem, que envia em tempo real os acontecimentos no interior das cavidades pélvica e abdominal.
Justamente por isso, o termo laparoscopia, anteriormente utilizado para designar esta cirurgia, vem sendo substituído por videolaparoscopia, dando destaque à importância do papel dos equipamentos de imagem para a realização do procedimento.
A infertilidade feminina está entre as condições que podem receber indicação de tratamento com a videolaparoscopia, dependendo dos motivos pelos quais a mulher não consegue engravidar e levar a gestação até o parto com segurança.
Mesmo no contexto da reprodução assistida, a videolaparoscopia pode participar dos processos de investigação diagnóstica dos quais a indicação das técnicas depende, além de ser necessária para melhorar as chances de sucesso dos tratamentos com reprodução assistida, em casos específicos.
Neste texto abordaremos os diversos aspectos da relação entre a videolaparoscopia e as condições que provocam infertilidade feminina.
Boa leitura!
A videolaparoscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, que utiliza um equipamento de filmagem associado aos instrumentos cirúrgicos, que transmite imagens em tempo real para um monitor, para guiar o procedimento.
O uso do equipamento de imagem na videolaparoscopia dispensa a abertura de cortes maiores e a exposição dos órgãos e das estruturas abdominais para que sejam visualizados. O laparoscópio, equipamento que contém a câmera e um foco de luz, é introduzido por um pequeno corte na cicatriz umbilical, enquanto os demais equipamentos cirúrgicos utilizam pequenos orifícios abertos perto da virilha para cessar a região.
Durante esse processo, a região manuseada é preenchida por um gás, afastando as estruturas umas das outras, para melhorar a visualização das cavidades abdominal e pélvica e facilitar sua manipulação pelos instrumentos cirúrgicos.
O preparo para a videolaparoscopia normalmente inclui jejum durante as 8h que antecedem o procedimento e, em alguns casos, também pode ser necessário o esvaziamento intestinal na véspera da cirurgia.
Assim como na maior parte dos procedimentos cirúrgicos, a mulher pode receber uma medicação antibiótica preventiva e devem ser feitos os exames pré-anestésicos, já que a videolaparoscopia é feita com anestesia geral e em ambiente hospitalar.
A recuperação na videolaparoscopia é relativamente rápida, variando de 1 a 3 semanas, quando a mulher deve fazer repouso e evitar atividade sexual. A cirurgia costuma deixar cicatrizes pequenas em locais bastante discretos.
A videolaparoscopia é uma ferramenta muito utilizada na ginecologia e na medicina reprodutiva, especialmente no contexto de algumas doenças e condições específicas, por ser um procedimento cirúrgico que pode ser indicado para a manipulação das estruturas da cavidade pélvica.
A ressecção de massas celulares de diversas naturezas, bem como a correção de malformações anatômicas e a coleta de material para biópsia nos órgãos reprodutivos estão entre as principais indicações da videolaparoscopia.
A retirada de aderências, normalmente resultado de procedimentos cirúrgicos prévios e cicatrizes de alguns processos infecciosos, também podem ser feitas por videolaparoscopia.
Em alguns casos, cirurgias como a histerectomia e a ooforectomia – que levam a quadros de infertilidade feminina permanente – também podem ser feitas por videolaparoscopia.
A videolaparoscopia também é utilizada para a laqueadura tubária, que induz propositalmente a esterilidade feminina, assim como a cirurgia que busca sua reversão.
A endometriose é uma doença estrogênio-dependente, que provoca a formação de focos de tecido endometrial ectópico, aderidos em profundidades diversas às estruturas da cavidade pélvica.
Conhecida por seus sintomas dolorosos e suas consequências sobre a capacidade reprodutiva, a endometriose é ainda uma doença de difícil diagnóstico.
As principais dificuldades estão associadas aos implantes mais superficiais, que podem não ser identificados pelos exames de imagem, e à similaridade dos sintomas da doença com aqueles encontrados nas demais doenças estrogênio-dependentes, como a adenomiose.
Nesse sentido, a videolaparoscopia pode ser utilizada para coletar amostras dos focos endometrióticos, que avaliadas por biópsia confirmam ou não a endometriose, na mesma ocasião em que esses implantes podem ser retirados – diminuindo inclusive a quantidade de procedimentos para abordagem da doença.
A videolaparoscopia é, para a endometriose, a forma mais efetiva de lidar com a doença, além de ser a única maneira de realmente confirmar o diagnóstico da doença, pela avaliação morfológica do material enviado para biópsia.
A videolaparoscopia, como comentamos, é amplamente indicada para a abordagem de diversas condições, além da endometriose, que podem estar associadas a dificuldades reprodutivas:
As técnicas de reprodução assistida podem ser uma saída para diversos casais diagnosticados com infertilidade e que encontram dificuldades para engravidar e chegar ao fim da gestação. Contudo, embora a abrangência dessas técnicas hoje seja grande, algumas condições podem comprometer as chances de sucesso dos tratamentos e precisam ser resolvidas previamente.
Nesse sentido, mulheres com malformações uterinas e tubárias, bem como aquelas que desenvolvem infertilidade como consequência da endometriose podem precisar passar pela videolaparoscopia para diminuir as chances de falha nos tratamentos.
Entre as técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente, a FIV (fertilização in vitro) é o conjunto de procedimentos mais indicado para os casos mais graves de infertilidade, incluindo aqueles causados pela obstrução das tubas, pelo comprometimento da reserva ovariana e pela retirada dos órgãos reprodutivos.
A abrangência da FIV deve-se à metodologia empregada pela técnica, que busca reproduzir a fecundação em laboratório e avaliar o desenvolvimento embrionário inicial, antes de transferir os embriões para o útero.
Nesse sentido, além de contornar os problemas ovulatórios e tubários envolvidos na infertilidade, a FIV também permite a cessão temporária de útero e a fecundação com ovodoação, incluindo também as mulheres com infertilidade permanente.
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