A pílula anticoncepcional possibilitou que as mulheres tivessem maior controle sobre o próprio corpo por ser um método seguro para evitar a gravidez. Ela também é importante para controlar sintomas de doenças como a endometriose e a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
No entanto, alguns mitos ainda cercam esse tema, como a ideia de que ela pode causar infertilidade permanente. Após anos utilizando esse método contraceptivo, algumas mulheres podem demorar a engravidar, levando-as a acreditar que foi o uso do medicamento a causa do problema. No entanto, essa afirmação não é verdadeira e explicaremos o motivo.
Nesse artigo, vamos abordar a relação entre o uso do anticoncepcional — em especial, a pílula — e a infertilidade.
Boa leitura!
O uso de métodos para evitar a gravidez não é recente na história da humanidade. Há relatos de técnicas datadas da Grécia e do Egito Antigo, por exemplo. A ciência evoluiu muito e, atualmente, temos diversos métodos contraceptivos. Confira, a seguir, uma breve apresentação sobre cada um deles.
Os métodos contraceptivos de barreira evitam o contato do sêmen com o corpo da mulher, impedindo a fecundação. O preservativo (feminino e masculino) também é a única proteção para DSTs.
Enquanto o diafragma é um anel emborrachado que é inserido no canal vaginal algumas horas antes da relação sexual e deve ser retirado, no máximo, 24 horas depois.
Os contraceptivos hormonais estão entre os mais populares. Eles contêm hormônios que evitam a gravidez atuando em 3 frentes de ação: inibindo a ovulação, tornando o muco cervical mais espesso para dificultar a passagem dos gametas masculinos e impedindo a preparação completa do endométrio (camada interna do útero), local onde o embrião é implantado.
Os principais exemplos dessa categoria são:
A pílula é o método mais associado ao mito da infertilidade. Ela deve ser tomada diariamente por 21 ou 28 dias. Ela é feita com os hormônios estrogênio e progesterona, sendo utilizada para impedir a ovulação.
Além disso, ela exerce um papel de destaque na saúde feminina, pois além de evitar a gravidez, a pílula regula o ciclo menstrual, os sintomas da TPM e é utilizado no tratamento para controlar os sintomas da endometriose e da SOP.
O dispositivo intrauterino (DIU) pode ser de cobre ou hormonal. O modelo de cobre possui ação espermicida, ou seja, ele libera íons de cobre que impedem a chegada dos espermatozoides ao útero.
O tipo hormonal libera uma baixa dose de progesterona enquanto estiver no corpo da mulher. O DIU de cobre pode ser mantido por até 10 anos e o hormonal por até 5 anos.
A laqueadura e a vasectomia são classificadas como definitivos porque bloqueiam a passagem do óvulo e dos espermatozoides, respectivamente, por meio de um procedimento cirúrgico.
Não, o anticoncepcional oral não prejudica a capacidade reprodutiva. Entre as principais causas de infertilidade feminina temos os distúrbios ovulatórios, tubários e uterinos.
Ou seja, a dificuldade para engravidar ocorre quando alguma alteração no sistema reprodutor feminino prejudica a ovulação (a liberação do óvulo), a fecundação (o encontro entre o óvulo e o espermatozoide) ou a implantação do embrião na cavidade uterina.
Como mostramos no tópico anterior, o anticoncepcional oral impede a ovulação, ajudando a preservar a fertilidade feminina. Após utilizar esse método contraceptivo de uso contínuo por anos — em alguns casos, por décadas — o organismo da mulher pode demorar até 6 meses para regular a ovulação.
Porém, esse intervalo depende de cada mulher. A principal recomendação é procurar um médico para investigar a fertilidade se, após 12 meses sem o uso do anticoncepcional, a mulher não conseguiu engravidar.
Diversos fatores podem alterar o bom funcionamento dos órgãos do sistema reprodutor feminino. A seguir, confira uma lista de algumas doenças e condições que podem causar graves consequências para a fertilidade.
A ovulação ocorre durante o ciclo menstrual, marcando o momento em que o óvulo é liberado pelos ovários em direção às tubas uterinas para a fecundação. Ela é regulada por hormônios, desse modo, distúrbios endócrinos podem causar ciclos anovulatórios (ausência da ovulação).
Nesses casos, há uma grande irregularidade menstrual e a mulher pode passar até meses sem menstruar. A principal causa de ciclos anovulatórios é a SOP, uma das principais causas de infertilidade feminina.
Em uma gestação natural, a fecundação acontece nas tubas uterinas. Desse modo, problemas nesse local podem afetar a fertilidade. A endometriose e a doença inflamatória pélvica (DIP), que possui como principal forma de transmissão a clamídia e a gonorreia são os principais exemplos dessa categoria.
Os fatores uterinos estão relacionados, principalmente, com falhas na implantação do embrião. Elas podem ser congênitas ou adquiridas. As primeiras se referem ao formato anormal do útero que, devido ao espaço reduzido para o desenvolvimento do bebê, aumenta o risco de abortamento.
As condições adquiridas mais comuns são os pólipos endometriais e os miomas. Dependendo do seu tamanho e localização, podem dificultar a implantação do embrião.
Neste artigo mostramos que o anticoncepcional não provoca infertilidade permanente. Essa ideia é um mito e não há base científica que reconheça esse fato. Além de evitar a gravidez, o anticoncepcional oral é muito importante para o tratamento de doenças como a endometriose e a SOP.
De forma geral, outros fatores podem dificultar a gravidez, dando a sensação de que a causa poderia ser o método contraceptivo. Confira as suas principais causas e sintomas no nosso material sobre a infertilidade feminina!
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