Art Fértil
Folículos antrais: o que são?

Folículos antrais: o que são?

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Embora a menarca (primeira menstruação) seja um marco para o início da vida fértil da mulher, a fertilidade feminina já começa a ser elaborada antes mesmo do nascimento. Por volta da 10ª semana de desenvolvimento embrionário, todas as células reprodutivas femininas já estão formadas, envoltas nos folículos e armazenadas nos ovários como um estoque limitado que chamamos reserva ovariana.

Até a puberdade, no entanto, essas células permanecem estacionadas em um estágio de desenvolvimento específico e, após a menarca, um número de folículos é recrutado a cada ciclo menstrual para participar da ovulação.

Como a reserva ovariana é totalmente formada antes do nascimento e a cada ciclo um grande número de folículos é recrutado, dizemos que a vida fértil da mulher é limitada e termina na menopausa, quando a reserva ovariana chega ao fim.

Esse é um processo natural, mas existem também algumas doenças e condições que podem interferir na reserva ovariana e resultar em uma redução do potencial de fertilidade da mulher, como a endometriose ovariana e doenças genéticas que levam a um quadro de menopausa precoce.

A avaliação da reserva ovariana pode ser feita por alguns exames, que incluem a contagem de folículos para identificar um tipo específico: o folículo antral.

Continue a ler este texto e entenda melhor o que é o folículo antral.

O que são os folículos ovarianos?

Os folículos ovarianos são estruturas multicelulares que formam uma espécie de cápsula envolvendo os óvulos individualmente. Dentro da estrutura folicular há também espaço para que o óvulo possa crescer, nos momentos que precedem a ovulação.

Enquanto o óvulo é uma célula única, os folículos são formados por dois tipos celulares principais, as células da teca e as células da granulosa. Durante o ciclo menstrual, as células da teca interagem principalmente com o LH (hormônio luteinizante), enquanto as células da granulosa interagem mais com o FSH (hormônio folículo-estimulante) e com o estrogênio.

O desenvolvimento do óvulo no interior da estrutura folicular depende diretamente da interação das células foliculares com os hormônios do ciclo reprodutivo.

Assim, as principais funções dos folículos ovarianos são:

Folículo antral

A reserva ovariana é constituída por folículos formados ainda no período pré-natal e que estacionam em um estágio específico de desenvolvimento até a puberdade. Após modificações hormonais, retomam sua função, o que leva ao recrutamento de células reprodutivas para a ovulação, dando início à vida reprodutiva da mulher. Antes do recrutamento esses folículos são chamados folículos primários.

Ao longo da primeira fase do ciclo reprodutivo, um número específico de folículos primários é recrutado para retomar o desenvolvimento interrompido, modificando-se em folículos primordiais, que evoluem para secundários e em seguida pré-ovulatórios. Contudo, em cada ciclo apenas um folículo ovariano consegue se destacar dos demais e completar seu processo de crescimento participando da ovulação e, por isso, é chamado folículo dominante ou folículo antral.

Os demais folículos recrutados na primeira fase do ciclo menstrual têm seu desenvolvimento naturalmente interrompido, tornando-se atrésicos e sendo reabsorvidos pelos ovários.

Entenda melhor o crescimento dos folículos no ciclo menstrual

A menstruação marca o início de cada ciclo menstrual ou reprodutivo, quando o endométrio excedente produzido para acomodar um possível embrião, no ciclo anterior, é eliminado.

Nesse momento, os níveis de estrogênio e progesterona são mínimos. Esse rebaixamento induz a atividade do hipotálamo, que passa a produzir GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) em pulsos gradativamente mais intensos. A atividade hipotalâmica induz, por sua vez, a hipófise a produzir LH e FSH, que atuam diretamente nas células dos folículos ovarianos.

A atuação desses hormônios sobre as células foliculares desencadeia a produção de dois principais hormônios: a testosterona e o estradiol, um tipo de estrogênio.

Enquanto a testosterona é resultado da interação do LH com as células foliculares da teca, o estradiol é produzido pela conversão da testosterona pelo FSH, a partir da atividade desse hormônio principalmente sobre as células foliculares da granulosa.

Próximo à ovulação, esses hormônios interagem principalmente com o folículo antral e o óvulo contido em seu interior, induzindo o crescimento dessa célula, além de promover o espessamento do endométrio, preparando-o novamente para a possível chegada de um embrião.

Por volta da metade do ciclo reprodutivo, acontece um pico na concentração de LH, FSH e estradiol que desencadeia o rompimento do folículo e a liberação do óvulo maduro, o que chamamos ovulação.

Após a ovulação, as células que compunham o folículo se modificam para formar o corpo lúteo, que interage com o LH para a produção de progesterona, durante parte da segunda fase do ciclo menstrual.

Se a fecundação não acontecer, o corpo-lúteo regride após alguns dias e a produção de progesterona é interrompida.

Folículo antral e a reprodução assistida

No contexto da reprodução assistida, o folículo antral é importante principalmente para os exames de avaliação da reserva ovariana, que podem ser solicitados antes dos tratamentos em casos específicos.

Isso porque o sucesso da estimulação ovariana, que atua principalmente potencializando o recrutamento e crescimento dos folículos, depende também da quantidade de células reprodutivas ainda disponíveis para participar desse processo.

Mulheres com mais de 35 anos sem problemas reprodutivos aparentes e aquelas diagnosticadas com doenças que podem afetar a reserva ovariana, como endometriomas e menopausa precoce, costumam receber indicação para avaliação de reserva ovariana.

A avaliação da reserva ovariana é feita com a associação entre a contagem de folículos antrais via ultrassonografia transvaginal e a dosagem do hormônio antimülleriano, produzido especialmente pelos folículos ainda imaturos.

A estimulação ovariana é uma etapa que compõe quase todos os tratamentos em reprodução assistida, incluindo as técnicas de baixa complexidade, RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial), além da FIV (fertilização in vitro), de alta complexidade.

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