Art Fértil
Pólipo endometrial: saiba mais sobre o tratamento

Pólipo endometrial: saiba mais sobre o tratamento

// Por

A infertilidade feminina por fator uterino está entre as causas mais comuns de perdas gestacionais e das dificuldades gerais que as mulheres e casais em idade reprodutiva podem encontrar para engravidar.

Isso acontece porque o útero sedia toda a gravidez, da nidação ao parto, fazendo com que as alterações nesse órgão possam não somente prejudicar a gestação, como também impedir que a mulher engravide.

Dos tecidos que compõem o útero – endométrio, miométrio e perimétrio –, o endométrio é o mais envolvido com as fases iniciais da gravidez, especialmente a fixação do embrião no útero logo após a fecundação nas tubas uterinas.

Ou seja, alterações endometriais, como aquelas apresentadas pelas mulheres que desenvolvem o pólipo endometrial, estão entre as causas mais frequentes de aborto de repetição e problemas para conseguir ao menos chegar à gestação.

A condição, no entanto, tem tratamento e a mulher pode receber inclusive indicação para reprodução assistida, caso exista desejo de engravidar.

Acompanhe a leitura do texto a seguir e conheça as formas de tratamento para o pólipo endometrial.

O que é pólipo endometrial?

O pólipo endometrial é uma formação tumoral benigna, constituída por células semelhantes às encontradas no endométrio original que, no entanto, respondem à ação estrogênica crescendo, em direção à cavidade uterina, como uma projeção do endométrio, e aderindo à camada basal desse tecido.

Além do crescimento do pólipo, os estrogênios também provocam a inflamação do endométrio, ao qual está aderido o pólipo endometrial, prejudicando as funções desempenhadas por esse tecido para a fertilidade da mulher.

Sintomas do pólipo endometrial

Os sintomas que a mulher com pólipo endometrial pode apresentar são derivados do processo inflamatório, provocado também pela ação estrogênica sobre o pólipo endometrial:

Nem todas as mulheres com pólipo endometrial apresentam todos os sintomas descritos e existem casos em que não apresentam qualquer sintoma perceptível, sendo como a identificação da doença somente nos exames de rotina, que devem ser mantidos mesmo no período pós-menopausa.

Diagnóstico do pólipo endometrial

Assim como as demais doenças estrogênio dependentes – como miomas uterinos e endometriose –, o pólipo endometrial é diagnosticado pela avaliação de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e a histerossonografia, uma modalidade ultrassonográfica em que a mulher tem seu útero preenchido por soro fisiológico, melhorando a qualidade das imagens.

Em algumas situações, pode ser necessária uma biópsia do pólipo para avaliação do potencial de malignização, que é baixo, mas pode ocorrer. Por isso, é importante que o acompanhamento e o tratamento sejam feitos de forma individualizada, respeitando as especificidades de cada caso.

Pólipo endometrial tem tratamento?

A escolha da abordagem terapêutica mais adequada para cada mulher que apresenta pólipo endometrial depende de alguns aspectos principais, que incluem seus desejos reprodutivos, o estágio de desenvolvimento da doença e a intensidade dos sintomas.

Abordagem medicamentosa

O pólipo endometrial que não provoca sintomas visíveis e se manifesta nas mulheres após a menopausa, ou seja, fora da idade reprodutiva, pode ser apenas acompanhado nos exames de rotina da mulher, demandando intervenção somente diante de alterações nesse monitoramento.

Já os casos em que a mulher apresenta os sintomas dolorosos e sangramentos típicos do pólipo endometrial, mas em baixa intensidade, medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos podem controlar a dor e o sangramento, enquanto o ciclo reprodutivo é regulado por medicação hormonal.

Essa medicação, no entanto, não é aconselhada para a mulher que deseja engravidar por seus efeitos contraceptivos, a abordagem cirúrgica é mais indicada.

Abordagem cirúrgica

A retirada do pólipo endometrial é a forma mais adequada de lidar com a doença e pode ser feita por procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, como a histeroscopia cirúrgica e a videolaparoscopia.

Se os exames de imagem indicarem um único pólipo pequeno ou poucos, a ressecção pode ser feita por histeroscopia, que é menos invasiva.

Enquanto nos casos mais graves, ou quando a localização do pólipo não permite a histeroscopia, é indicada a videolaparoscopia, que embora seja minimamente invasiva, demanda ambiente hospitalar e anestesia.

Se a mulher já passou pela menopausa no momento em que o pólipo endometrial foi diagnosticado, e nos casos em que o sintomas são muito intensos e não podem ser controlados pela medicação, nem cessam com a ressecção do pólipo, pode ser necessário realizar a retiradado útero.

Essa abordagem é mais radical, indicada apenas após as alternativas se esgotarem ou se existir risco hereditário para o desenvolvimento de câncer de endométrio. Essa é, além disso, a única abordagem que permite o fim dos sintomas decorrentes do pólipo endometrial.

Reprodução assistida

Além do controle dos sintomas dolorosos e dos sangramentos, a mulher também pode receber indicação para reprodução assistida quando apresenta dificuldade para engravidar em função do pólipo endometrial, mais especificamente para FIV (fertilização in vitro).

Mesmo nesses casos, é importante que a ressecção do pólipo e a recuperação do útero aconteçam antes do início dos tratamentos com a reprodução assistida, já que o quadro favorece falhas na receptividade endometrial e diminui as taxas de gravidez da FIV.

A FIV é a técnica mais indicada para os casos de infertilidade por fator uterino, como acontece à mulher com pólipo endometrial, por permitir uma avaliação mais rigorosa da receptividade desse tecido antes de transferir os embriões obtidos em laboratório.

Nos casos mais extremos, em que o endométrio não consegue estabelecer uma receptividade adequada, normalmente após falhas em outros ciclos de FIV, o casal pode optar pela cessão temporária de útero, em que outra mulher passa pela gestação, embora os embriões sejam formados com as células dos pais.

Conheça nosso conteúdo completo sobre pólipo endometrial acessando o link.

Compartilhar: Deixe seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *