O organismo masculino, assim como a mulher, possui um complexo sistema reprodutivo. Esse sistema é formado por diferentes estruturas que colaboram entre si para a fertilidade masculina, ou seja, para que um homem consiga ter filhos.
O pênis e a uretra, apesar de também fazerem parte do sistema urinário, compõem e participam ativamente do sistema reprodutor do homem. Além deles, os testículos, os epidídimos, o canal deferente, as vesículas seminais e a próstata são outras estruturas que juntas formam o sistema reprodutor masculino.
É comum que a maioria das pessoas estejam familiarizadas com os testículos, mas desconheçam a existência dos epidídimos, bem como sua importância para a saúde espermática e fertilidade do homem.
Os epidídimos são pequenas estruturas conectadas aos testículos que, além de armazenar os espermatozoides produzidos por eles, também servem de passagem para que os gametas masculinos cheguem ao ducto deferente quando acontece uma ejaculação.
O ducto deferente passa pelas glândulas bulbouretrais, vesículas seminais e próstata para enfim chegar na uretra. Nesse percurso os espermatozoides se unem aos líquidos secretados por estas estruturas para formar o sêmen, que sai pela uretra quando acontece a ejaculação.
Doenças infecciosas, principalmente as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), podem afetar os epidídimos causando epididimite, uma situação que geralmente leva à infertilidade.
Vamos abordar neste texto com mais detalhes a epididimite e qual a sua relação com a infertilidade masculina.Aproveite a leitura!
Os epidídimos são estruturas pares e tubulares, de proporções microscópicas e que se apresentam enroladas, podendo chegar a ter até 6 metros de comprimento, localizadas em cima de cada testículo.
São responsáveis por coletar os espermatozoides produzidos nos túbulos seminíferos dentro dos testículos que, quando recém-formados, ainda precisam desenvolver motilidade, já que nascem sem a cauda. A motilidade espermática é indispensável para que essas células se locomovam no interior do organismo feminino e fecundem o óvulo.
Além de armazenar os espermatozoides, os epidídimos também conectam os testículos ao ducto deferente, para onde os espermatozoides são transportados quando acontece uma ejaculação.
É por isso que doenças ou outros fatores que afetam os epidídimos, como a epididimite, normalmente prejudicam a fertilidade masculina.
A epididimite é a inflamação dos epidídimos, na maioria dos casos está relacionada a doenças infecciosas, especialmente ISTs como a clamídia e a gonorreia. A infecção que gera a epididimite, além de bacteriana pode ser de origem viral.
A epididimite acontece quando a infecção não é identificada e tratada rapidamente e o agente infeccioso se espalha, geralmente causando primeiro uma uretrite para depois, ao chegar aos epidídimos, desencadear a inflamação que caracteriza a epididimite.
Outros fatores, como traumas, sequelas de intervenções cirúrgicas ou a prática de esportes que impactam a região testicular com frequência, como o ciclismo profissional, também podem causar a epididimite, apesar de mais raramente.
Porém, a inflamação causada pela gonorreia é a mais comum, sendo essa doença inclusive um fator classificativo da epididimite, que costuma ser dividida em 2 tipos: gonocócica, causada pela gonorreia, e não gonocócica, causada por outros fatores ou doenças.
É uma doença reversível na maioria dos casos, mas é importante que seja tratada rapidamente, principalmente quando causada por ISTs. Isso porque, nesses casos o tratamento além de beneficiar a pessoa com a doença tem a função de prevenir a contaminação de outras.
Além disso, a epididimite é uma das maiores causas de infertilidade masculina.
A resposta para essa pergunta é que em muitos casos, sim! Quando os epidídimos ficam inflamados, circunstância que caracteriza a epididimite, geralmente acontece uma obstrução que impede a saída dos espermatozoides ali armazenados para os ductos deferentes.
Ou seja, o sêmen desse homem, mesmo que ejaculado, não tem espermatozoides em sua composição, o que impossibilita que ele gere filhos.
Além disso, é possível que a inflamação prejudique o desenvolvimento dos espermatozoides e mesmo que eles consigam sair para o canal deferente apresentem problemas de motilidade, prejudicando a fecundação e consequentemente a fertilidade do homem.
Como mostramos anteriormente, é nos epidídimos que os espermatozoides completam sua formação, desenvolvendo a cauda que utilizam para sua motilidade, ou movimentação, dentro do organismo da mulher.
Quando um espermatozoide tem suas funções de motilidade preservadas, ou seja, consegue se locomover para frente, em progressão, dizemos que eles possuem motilidade progressiva. Espera-se que esse tipo de espermatozoides componha pelo menos 32% dos gametas presentes no sêmen para que o homem tenha uma boa fertilidade.
Já os espermatozoides com motilidade não progressiva são aqueles que conseguem se movimentar, porém se movimentam de forma errática, geralmente em círculos, sem progredir adiante,o que faz com que não consigam chegar às tubas uterinas para fecundar o óvulo.
Em alguns casos a epididimite pode afetar a motilidade espermática, aumentando a quantidade de espermatozoides com motilidade não progressiva e causando infertilidade masculina mesmo que os espermatozoides ainda estejam presentes no sêmen.
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